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DIA 4 INKA JUNGLE TREK – MACHU PICCHU (PERU)

Um último dia que não defraudou as expetativas. É uma descrição exaustiva mas queremos que sintam o esforço que foi subir cada lanço de escadas a caminho de Machu Picchu.

Estamos a caminho de Machu Picchu, dia 4. A noite foi menos sossegada que o esperado. Por cima da porta do quarto é suposto haver um vidro, que não existindo traz para dentro os barulhos do hostel. Há pessoas que não têm o nosso programa madrugador e conversam às nossas portas.

Acordamos e o dia ainda não nasceu. Arrumamos as mochilas grandes, preparamos outra pequena para levar para as ruínas com os snacks que comprámos ontem e as lunch boxes que nos deu o guia. Descemos e encontramos o grupo, quer dizer, parte do grupo. Faltam o inglês, um dos irlandeses e os dinamarqueses. Bate-se às portas dos quartos. O guia diz-nos para ir descendo e fica encarregue de acordar os adormecidos.

Começamos a descer a rua e deixamos as suecas na paragem de autocarro/ônibus (espertas, depois de 3 dias a caminhar vamo-nos arrepender de não ter comprado os bilhetes). Descemos nós e o casal irlandês, quando ele se lembra que não traz o bilhete. Perdemos mais um, que regressa em busca do bilhete esquecido. Com as nossas lanternas de cabeça, continuamos em direção à ponte para Machu Picchu. Vamos para a fila, mas já lá está um bom grupo. Este grupo de turistas que madruga é o quer tirar aquela foto de Machu Picchu sem ninguém a vaguear.

Aparecem os irlandeses e o inglês. Estamos todos, porque o guia e os dinamarqueses vão de autocarro. A ponte abre, mostramos os bilhetes, o segurança dá conta dos erros que falámos ontem, mas deixa-nos seguir. Começa a sinalização para os degraus. São irregulares e parecem infinitos. Está escuro e ao fim do primeiro lanço já se torna óbvio que os 12 USD do preço do autocarro tinham sido bem gastos. Continuamos a subir, a suar em bica, e os degraus não acabam. O dia começa a nascer e os degraus continuam. Ao todo subimos mais de hora e meia, somos ultrapassados e ultrapassamos. Chegamos ao topo, o grupo está de novo completo e o guia já tem lugar guardado para nós na fila de entrada nas ruínas, a aguardar a abertura de portas.

Machu Picchu

Dia 4 e entramos em Machu Picchu. O esforço destes dias valeu a pena. Basta dizer que é realmente espetacular. Tiramos a foto típica enquanto está tudo vazio e iniciamos a última visita guiada com o guia antes de nos deixar e seguir para Cusco. Durante algum tempo vagueamos pelas ruínas e vamos ouvindo as explicações: onde era o quê, como as plantações, as portas de entrada, a casa do chefe, etc..

Machu Picchu

É visível o afundamento de algumas paredes, dando razão à UNESCO em querer reduzir o número de visitantes diários. O bilhete de Machu Picchu permite três entradas no mesmo dia. Após a visita guiada despedimo-nos do guia e saímos todos para tomar o pequeno-almoço. É também à entrada que se pode carimbar o passaporte e onde estão os WC’s, pagos, claro. Para quem se pode dar a esse luxo, existe também um hotel junto à entrada, com preços nada convidativos. Na despedida, o guia, como sempre, recebe gorjetas. Nós somos os únicos que não dão. Pagámos tanto pelo tour, que para nós não faz sentido ter de pagar mais.

Machu Picchu

Machu Picchu tem várias coisas para ver. Há duas montanhas, Machu Picchu e Huayna (ou Wayna) Picchu. A primeira é mais alta, a segunda mais íngreme. Para ambas os bilhetes têm de ser comprados com antecedência, sendo mais procurada a segunda, a que nós fomos, juntamente com o inglês. Se fosse hoje, teríamos ido de autocarro até à entrada das ruínas, para o fôlego aguentar melhor a subida íngreme da montanha, com uns degraus que chegam a ser perigosos. Há ruínas no topo, e foi de lá que fizemos o vídeo em direto para o Facebook. A vista, essa, não há palavras. Também se pode ir até às portas do sol e fazer o restante caminho inca, perto da montanha Machu Picchu e de acesso gratuito, portanto feito geralmente por quem não vai até às montanhas. Achamos que ir a Machu Picchu e não ir a uma das montanhas é desperdiçar a oportunidade, daí fazer sentido para nós a compra antecipada dos bilhetes. Para não fazer os tours, têm opções mais económicas, chegando a Aguas Calientes de comboio/trem, ou de autocarro/ônibus até à Estação Hidroelétrica. Tudo depende do tempo e orçamento que se tem disponível. O autocarro de Aguas Calientes até à entrada das ruínas de Machu Picchu parece-nos essencial, principalmente para quem subir uma das montanhas e para quem fez um trekking como nós.

Machu Picchu dia 4
Machu Picchu dia 4

Nós estivemos nas ruínas até perto das duas da tarde. Depois descemos a pé, e aí já não faz sentido descer de autocarro, mas caso se queira, há uma bilheteira no topo. O tempo que tivemos dentro do espaço foi bem gasto, circulámos por todos os lados permitidos. Vimos as lamas, grupos de turistas mais velhos e crianças. Não é possível circular por todo o espaço, o que ajuda nas fotografias, dando um ar mais vazio do que o que está na realidade.

Como o nosso comboio era só à noite, ficámos todos com a tarde livre na cidade, portanto decidimos circular e fazer uma espécie de rally das tascas (uma espécie de pub crawl) versão Aguas Calientes. Descobrimos em conversa que a maioria do pessoal não tenta negociar as bebidas, nem tenta regatear os preços. Até se mostraram algo chocados por contarmos que é possível não pagar gorjetas e pedir bebidas de ofertas. A cidade tem imensos restaurantes, e muitos fazem promoção de cocktails. Há 4 por 1, há 2 por 1, e ainda oferecem snacks. Como nós éramos dez, calhava mesmo bem umas promoções de 5 por 1, que não existiam. Como adoramos um desafio, começámos a negociar à porta dos bares, entrávamos onde nos prometessem 5 por 1 e três pratos de nachos, em vez de dois. Suados, cansados, com tempo livre, bebemos todos demais, falámos dos nossos países, das nossas viagens anteriores, da nossa história. Negociámos o jantar e a gorjeta e apanhámos o comboio para regressar. Não nos lembramos bem da viagem de comboio, porque apagámos assim que nos vimos sentados num banco confortável. Deu para reparar que o comboio é demasiado luxuoso para viajantes que não conseguiram tomar banho depois de visitar Machu Picchu e passaram o resto do dia 4 a beber. Ainda nos foram dados snacks.

À chegada à estação, a Loki tinha enviado um autocarro para nos recolher. Chegámos ao hostel, fomos buscar as nossas malas, fomos para o nosso quarto matrimonial e comemos as frutas que nos foram deixadas. Um luxo! Chegámos depois da uma da manhã, de rastos mas com alguma fome. O Loki, apesar de ser um party hostel, foi menos barulhento que o esperado.

Machu Picchu superou as nossas expetativas, é sem duvida uma experiência a ter na vida. O preço que demos pelo tour valeu até ao último cêntimo. Este dia 4 em Machu Picchu é o melhor dia, e apesar de ser o mais intenso de manhã é o que finaliza o inka jungle trek em pleno. Sabemos agora que era possível fazer uma versão mais barata, mas não temos a certeza se o faríamos de outra forma. Voltaremos a Cusco, faremos o que nos falta, provavelmente não voltaremos a Machu Picchu, mas não perderemos Choquequirao.

Custo: 270 USD (sem atividades extra)
Duração: 4 dias
Grau de dificuldade: médio
Nível de segurança: alto
Satisfação: alta

365 dias no mundo estiveram 4 dias no Inka Jungle Trek, de 5 a 8 de Maio de 2017

Leiam sobre os outros dias desta aventura: dia 1, dia 2, dia 3

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Machu Picchu

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