São Paulo não foi a nossa primeira vez no Brasil, uns anos antes tínhamos estado no Rio de Janeiro. O primeiro impacto foi positivo, apesar de ser uma cidade completamente diferente do Rio. É uma cidade gigante, cosmopolita e empresarial, mas não deixa de ser um grande destino turístico.
A chegada a São Paulo
Sair do aeroporto de Guarulhos é fácil, funcionando na base de autocarros e táxis. Reparámos que está em construção algo que aparenta ser uma passagem superior de comboio, que provavelmente irá até ao centro. No nosso caso, optámos por autocarro. Com o percurso sugerido pelo Google Maps, foi só escolher o “ônibus” certo. Os autocarros são confortáveis e têm wifi, o que dá sempre jeito para avisar que chegámos bem, sendo um percurso de cerca de 40 minutos. Soubemos depois no hostel que ir de Uber teria sido mais económico (45,5 reais por pessoa de autocarro para 60 reais por carro de uber).
Os transportes públicos
Pelos vistos, o metro de São Paulo é orgulhosamente dos mais limpos do mundo. Achámos também organizado e civilizado, refletindo-se na ordeira entrada e saída das carruagens ou o encostar à direita nas escadas rolantes que dificilmente se encontra em Portugal. O número de pessoas que utiliza o metro é impressionante, com estações repletas e tráfego para peões com dois sentidos, encaminhados por barreiras… e funciona! A rede é muito extensa, chegando a quase todos os destinos turísticos.
A rede de transportes de São Paulo é boa, mas podia ser mais “tourist friendly”. Na bilheteira do metro não conseguimos perceber se havia uma opção de passe diário ou transportes combinados. Aparentemente o funcionário acha que não, mas depois percebemos que até existe. Experimentámos o metro e autocarro, existindo também autocarros nocturnos, desaconselhados por um dos guias. Não andámos de comboio ou táxi. Existem bicicletas tipo bugas (malta de Aveiro), ou seja, registam-se e utilizam-se as bicicletas durante o dia. A Avenida Paulista tem ciclovia, parece que a sua construção não foi muito consensual porque veio roubar os estacionamentos da avenida.
O que fazer:
A SP Free Walkig Tour e o Mercadão
O nosso hostel tinha uns anúncios de Free Walking Tours. Mesmo a calhar, não tendo nada muito planeado, e com o enorme apelo pela parte “free”, decidimos aproveitar logo no primeiro dia.
Como tínhamos tempo, antes do tour, fomos ao Mercadão (Mercado Municipal) procurar a famosa sandwich de mortadela. Felizmente entrámos primeiro num edifício mais pequeno e almoçámos no Barão. Percebemos depois que pagámos por dois sumos naturais, a sandwich de mortadela com queijo, uma coxinha e um pastel de frango com queijo catupiry, um pouco mais do que apenas uma sandwich no mercado maior voltado para os turistas. Caso queiram ainda assim a versão comercial, sugerimos o tour da Cidade Velha das Free Walking Tour (em fevereiro funciona às segundas, quartas e sábados) e recebem um desconto de 10% (melhor que nada). Já almoçados, fomos ao tal verdadeiro Mercadão. Vão ser invadidos por fruta, carne, especiarias, desde o habitual ao não tão próximo de Portugal, quem já visitou países tropicais vai encontrar alguns velhos conhecidos. Dica: vão-vos oferecer fruta para provarem, e claro que o objetivo é comprarem a seguir. Se conseguirem, provem e fujam (ou perguntem o preço da prova antes de a consumirem.) Não recomendamos a compra porque os preços são abusivos, vão ser assaltados sem uso de força!
As SP Free Walking Tours valem a pena? Sem dúvida! São mesmo grátis? Sim! Mas… Tem sempre um “mas”. Pedem gorjeta no início, a dar no final. Se a consciência vos permitir sair sem “pagar”, são mesmo grátis, mas os guias realçam que não são financiados, portanto é expectável que se dê qualquer coisa. Os tours são organizados e seguros, portanto na nossa opinião merecem. Os tours têm um percurso pré-definido, vão-vos levar a sítios que não devem perder e explicam a história associada, com algumas curiosidades. Os guias são credenciados, estão identificados, e sem dúvida conhecem a cidade. A inscrição é feita no ponto de encontro, onde recebem um mapa da zona que irão percorrer com alguns descontos. Se quiserem saber outro tipo de coisas, é provável que também possam ajudar, como o melhor sítio para comer feijoada ou spots para sair à noite. Há sempre pausas para almoço ou lanche, conforme o horário, onde um parceiro oferece um “miminho”. No tour da Avenida Paulista a padaria Pão de Ló ofereceu um mini pão de queijo, e no final do tour uma prova de caipirinha feita na hora pelos guias (em copo de mini shot). No tour Old Dowtown o restaurante Santa Tereza ofereceu um mini éclair de chocolate. Há um terceiro tour pela Vila Madalena, às 3ª, 5ª e domingos às 11h, esse não conseguimos fazer, mas quem fez diz que vale a pena. Os tours são extremamente úteis para fazerem depois os vossos próprios percursos, com mais tempo.
Parque Ibirapuera e o Bairro Liberdade
Mesmo algo afastado do centro e principalmente das linhas de metro, é um destino obrigatório. Fomos a pé a partir do Bairro Liberdade, uma caminhada de cerca de 1h, não muito agradável nos 30º de São Paulo. O parque tem uma ciclovia, lagos, áreas para skate e patins, o Museu Afro-Brasil, o Obelisco e Monumento Mausoléu do Soldado, o Museu de arte Moderna e o Planetário (aberto ao público e grátis ao fim-de-semana, basta ir à bilheteira levantar o bilhete uma hora antes). O parque é um espaço agradável para passear, com muitas famílias e possibilidade de fazer desportos. Vale a pena!
Antes de irmos ao parque almoçámos no Bairro Liberdade. Ao sábado, este bairro japonês tem um mercado de rua onde vendem roupa, bijuterias, comida, e o que mais se possa imaginar. Há sushi, massas, espetadas, pastéis, etc.
A Estação da Luz e a Pinacoteca
Ficámos hospedados num hostel junto à estação da Luz. Esta é uma área da cidade que simpaticamente poderemos chamar de descuidada. A estação da Luz é um edifício monumental lindíssimo, que fica junto ao Museu da Pinacoteca e seu jardim, da sala de espetáculos Sala São Paulo, e de um museu e memorial da própria estação, o memorial focado em relembrar as lutas contra a ditadura, para não se repetirem erros do passado, e um museu de arte moderna, interessante para os nossos padrões/conhecimento de arte. No memorial é possível ver como eram as celas, e ouvir/ler testemunhos de quem esteve preso. A zona tem muitos sem abrigos e toda a gente na cidade já sabe que é onde o pessoal do crack se refugia. Apesar de dito assim parecer uma área a ignorar, tem muita polícia nessa rua e nas que a cruzem, sendo seguro circular durante o dia. O bilhete para a Pinacoteca custa 25 reais.
A não perder
O Mercado Municipal, o MASP (grátis às terças), o Parque Trianon, o Itau Cultural, que tem espetáculos e concertos grátis (bilhetes distribuídos uma hora antes do início) – vimos um ótimo concerto de Leo Cavalcanti – a Biblioteca Municipal (aberta 24 horas), Teatro Municipal (visitas guiadas grátis de segunda a sexta às 17h e sábado às 12h), a Sé Catedral, o Edifício Martinelli (ótima vista panorâmica, grátis), a Pinacoteca (grátis ao sábado), Bairro Bixiga (o bairro italiano), Vila Madalena (para sair à noite, ouvir música), Bairro Liberdade (mercado de sábado), passear pela Avenida Paulista, beber um chopp (cerveja) num pé sujo (boteco), pães de queijo, fruta, taças de açaí…
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365 dias no mundo estiveram em São Paulo 3 dias de 9 a 11 de fevereiro de 2017
2 respostas
Página muito útil para ficar com uma ideia da realidade dos países por vós visitados.
Imagens fantásticas!!!!
Continuem com este projecto.
Beijinhos 😘😉
Obrigado Cina! Tanto pelo comentário, como pelo apoio.. Beijinhos 🙂