Rosario é a típica cidade “decadente”, ou seja, já foi grande, já foi importante, tentou reerguer-se com a agricultura e exportação de grão (principalmente soja) e conseguiu durante mais de 10 anos, mas está algo parada à espera de dias melhores. A quebra de preços e as proibições nas exportações fizeram abrandar novamente a cidade.
A cidade não tem uma grande história ligada à colonização espanhola e à conquista do país. Não foi fundada por nenhum general, tendo surgido do encontro de pessoas que se reuniam numa capela. No século XIX torna-se uma cidade portuária importante.
Não é turística, mas tem o que ver. Che Guevara nasceu aqui, o Di Maria e o Messi também. O pai do Messi até tem um restaurante aqui. É uma cidade universitária e em época de férias acalma, o que foi o caso na altura da nossa visita.
Fica junto ao rio Paraná, tem praia fluvial, ilhas e passeios de barco. Os locais vibram com o rio, vão de barco até a playa San Andrés e lá ficam a apanhar banhos de sol e banhos de rio. Nós lá fomos, mas não ficámos seduzidos. O rio tem um ar lamacento, castanho, relembra-nos imagens do Amazonas. Nesta viagem temos tantos destinos de praias paradisíacas que a água castanha não foi propriamente apelativa. Vale pelo passeio, ida e volta de barco são 100 pesos, com frequência de hora a hora e partida no cais fluvial próximo do monumento à bandeira.
O Monumento Histórico Nacional a la Bandera… Este sim vale a pena! Imponente, palco de vários eventos culturais, e com uma vista panorâmica do topo, sobre Rosário e o rio Paraná, por 20 pesos. Representa uma homenagem à bandeira Celeste (nome dado à bandeira Argentina) que foi içada pela primeira vez, em Rosário, em 27 de fevereiro de 1812. O conjunto associado ao monumento é bastante extenso e está a precisar de manutenção, tendo as fontes vazias e notando-se falta de limpeza nas áreas exteriores (culpa claro de quem passa e vai deixando lixo).
É fácil de andar a pé nos percursos mais turísticos ou mais direcionados para compras. Aliás, lojas não faltam em Rosário, e o ambiente frenético de rua associado também. Vale a pena ver o monumento da bandeira, ver o Teatro El Círculo, passear pela Calle Córdoba e atravessar o pasaje Pan para a Calle Santa Fé, ver a basílica, o edifício do palácio, algumas faculdades em edifícios históricos.
É possível fazer também o percurso de Che Guevara: passar pelo edifício onde nasceu, o banco onde se sentava no jardim, ver arte dedicada a ele, a estátua, etc.
Dinheiro
O fenómeno estranho que assistimos em Puerto Iguazu mantém-se. Os bancos têm sempre filas enormes para as caixas multibanco, portanto sempre que vemos um quase vazio levantamos dinheiro. Sabemos que não voltaremos a encontrar outra oportunidade tão cedo (levantámos no terminal rodoviário à chegada e estava vazio).
História
É a terceira maior cidade do país e já foi muito importante, palco de manifestações, e nomeada algumas vezes para capital do país. Foi o ponto da Argentina onde começou a reivindicação pela independência e onde, como já referimos anteriormente, a bandeira foi içada pela primeira vez. As duas ações comandadas pelo General Belgrano. É uma cidade muito dependente e afectada pelo mercado externo. Assistimos a duas manifestações durante a nossa estadia, mas à boa maneira latina, com muita música, em que as letras lá vão traduzindo aquilo que se quer exigir.
Vale a pena?
Se estiver no caminho, sim. Entre fazer uma viagem demasiado longa, por exemplo entre Puerto Iguazu e Buenos Aires, ou parar uma noite em Rosário, sugerimos parar. Ir de propósito a Rosario não. Não é assim tão especial, mas faz parte das história do país. Não reparámos, provavelmente porque não saímos do centro, mas temos visto notícias de que a violência está a crescer por causa do narcotráfico, recorrendo a crianças para espalhar o negócio.
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365 dias no mundo estiveram em Rosario em fevereiro de 2017