Chegámos a Bariloche um dia depois do previsto e assim ficámos apenas com um dia e meio para explorar, porque o autocarro para o Chile era cedo. A primeira manhã foi passada a fazer a reclamação do imprevisto que tivemos com o autocarro (ler aqui) e depois tivemos mais uma aventura com uma reserva. Confessem que começam a achar que inventamos estes problemas com o Booking. Mas não, são todos verídicos.
Bariloche é uma cidade completamente diferente de El Calafate, é centrada no turismo de esqui, com uma arquitetura de estilo suíço. Os hotéis e pousadas de estilo boutique hotel ficam na margem do lago.
O que fazer?
Ir ao Hotel Llao Llao lanchar. Há duas formas de o fazer, a cara, que é recorrer ao buffet, ou seja comer o que quiserem duma mesa cheia de doces e salgados. Ou a versão mais low cost, podendo pedir apenas um chá que vem acompanhado de uns biscoitos. Se querem sentir-se lordes por um dia é o sítio ideal. O autocarro 20 leva-vos desde o centro da cidade até à porta do hotel, literalmente.
Ver a vista panorâmica da cidade e serras circundantes a partir do Cerro Campanário. A subida a pé é de cerca de meia hora, mas íngreme. A alternativa preguiçosa é subir de funicular. O miradouro é grande e tem um restaurante no topo.
Fazer a rota dos 7 lagos. Pode ser feita em tour, de autocarro regular ou de carro alugado. Fizemos de autocarro mas recomendamos fazer de carro. É muito mais agradável parar onde a paisagem nos agrada do que vê-la pela janela fechada de um autocarro. É um percurso de dia inteiro. O autocarro pára primeiro em Villa La Angostura, e termina em San Martin de Los Andes. A rota tem 100 km de estrada de montanha em boas condições, passando pelos 7 lagos e as duas cidades, pequenas e pitorescas.
Em Bariloche têm outros cerros, como o Trovador, mas não tivemos tempo de o fazer, o museu de chocolate da Havana, uma das marcas mais típicas de alfajores, e um casino, com os típicos espetáculos.
Onde ficar?
Quem quer ficar no melhor e mais icónico hotel da Argentina pode escolher o Llao Llao. É um hotel de luxo que fica no parque Llao Llao.
Há escolhas para todos os bolsos, nunca muito económico porque se trata da Argentina. Na cidade encontram-se a maioria dos hostels e na margem do lago os alojamentos mais requintados.
O nosso problema com o alojamento foi mais uma novidade. O pessoal é extremamente criativo e os problemas nunca se repetem, exceto as cobranças de taxas pela utilização dos cartões! Desta vez chegámos ao hostel e alguém vinha a sair, trancando a porta. Perguntou-nos se tínhamos reserva, dissemos que sim, e a resposta foi que o hostel tinha trocado de gerência e que estava fechado. Recomendaram-nos descer a rua e procurar outro. Encontrámos um que nos deu a entender que era recorrente receber pessoas que vinham de onde tínhamos a reserva. Assim fizemos e ficámos uns metros abaixo, na mesma rua. Entretanto, o hostel “fechado” acusou-nos no Booking de No Show. Tivemos mais uma vez que explicar o que aconteceu. O Tiago acha que o hostel estava cheio e a desculpa de estar fechado foi para nos despachar sem terem problemas. A Raquel acha que alguém anda a burlar clientes. Nunca vamos saber, mas cumprimos o dever cívico de informar sobre o que aconteceu no posto de turismo.
Onde comer?
Comemos a primeira vez num shopping e depois cozinhámos sempre no hostel. Nada a acrescentar! 😊
Estamos em modo de viajantes poupados, mas se vierem a Bariloche noutro registo devem experimentar os chocolates. Uma das casas mais tradicionais é a Mamuschka.
Vale a pena?
Diríamos que sim, pela paisagem, sem ser algo imperdível para uma volta ao mundo. Deverá ser mais interessante no inverno, para desportos, ou no verão, para usufruir da água dos lagos.
É uma cidade acolhedora, que tem bastante que fazer. Os transportes funcionam bem, e com o cartão de transporte único argentino. Aqui há uma particularidade, não podem pagar em dinheiro, portanto quem não tem saldo tem de pedir a outro passageiro que pague a sua viagem com o cartão e depois dar em dinheiro a quem teve a amabilidade de o fazer. É aborrecido quando nos acontece, mas é fácil de perceber que é habitual. As viagens mais longas são caras e é fácil ficar sem saldo.
365 dias no mundo estiveram 2 dias em Bariloche, de 29 a 30 de março de 2017
Classificação: ♥ ♥ ♥
Preços: caro
Categorias: lagos, trekking, caminhada, patagónia, natureza, paisagem, lagos
Essencial: Percurso dos 7 lagos, Cerro Campanário, Hotel Llao Llao
Estadia Recomendada: 3 dias
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