Puerto Varas, ao contrário da vizinha Puerto Montt, é uma cidade voltada para o turismo. A cidade foi criada a partir de um acordo com a Alemanha, que enviou famílias para se instalarem na região entre os anos de 1852 e 1853. Consta que era uma zona por desbravar e que as famílias alemãs chegaram sem nenhuma base, a ter de criar tudo de raiz em troca de ferramentas e terras. Portanto, é por isto que a região tem forte influência alemã, facilmente encontrada na arquitetura, gastronomia e religião. A zona é facilmente acessível pela Argentina, com ligação direta a Bariloche.
Como já dissemos quando falámos aqui de Puerto Montt, o ideal é alugar um carro e visitar Puerto Varas por contra própria. As empresas de aluguer de carros têm publicidade à porta a anunciar o preço. Este já se torna competitivo quando comparado com os preços de tours para duas pessoas, mas o ideal é encher o carro. É fácil encontrar gente que vai fazer exatamente as mesmas coisas, num alojamento, afinal, estão todos ali para o mesmo. Quando a vantagem é a poupança, não é difícil encontrar companheiros de viagem, no entanto, nós não estávamos num bom alojamento para isso.
O que fazer:
Nós visitámos o lago Llanquihue, as quedas de água do rio Petrohué, o vulcão Osorno, o lago Todos los Santos, o Parque nacional Vivente Pérez Rosales e por fim a laguna Verde.
O lago é o terceiro maior da américa do sul e um dos 25 reservatórios de água doce não congelada. Os vulcões Osorno e Calbuco dão uma paisagem especial à região, principalmente para um português, pouco habituado a esta proximidade. O vulcão Osorno tem uma altura de 2652m e 40 crateras, a última erupção ter sido no ano de 1869. A mitologia mapuche chama-lhe vulcão Peripillán, já que acredita que há um espírito preso dentre dele.
A região é uma forte produtora de leite, carne, trigo, cevada e batata, e a cidade bastante simpática.
Ir ao vulcão Osorno, principalmente se o céu estiver limpo. Parte da subida é feita de carro e no percurso encontram alguns miradouros. No vulcão, consegue-se subir até metade da altura máxima a pé ou de teleférico, mas o teleférico custa entre 16.000 e 12.000 pesos chilenos por pessoa, dependente do percurso. Convém estar atento ao caminho para ver as diferentes cores das rochas vulcânicas, porque vão ver rochas com diferentes tons de amarelo, negro, vermelho e castanho. Não só vão encontrar uma paisagem única, com o negro das rochas vulcânicas contrastando com o branco que cobre parte do cone do vulcão, bem como vão ver o verde das montanhas circundantes e o azul do céu e do lago Llanquihue.
Nota: Nós subimos parte do percurso a pé, estava frio, mas o caminho faz-se bem, sem muita dificuldade, apenas tendo o cuidado de levar roupa quente, porque as temperaturas descem bruscamente e a subida é bastante ventosa.
Ir aos saltos de do rio Petrohué, que são umas quedas de água. As quedas são dentro de um parque, com casas de banho de acesso gratuito. A entrada no parque onde encontram as quedas de água custa 4.000 pesos chilenos e, em contraste com Plitvice na Croácia, sabe a pouco. Além disso, os guias do tour tinham-nos dito que a entrada custava 2.000, mas esse é o preço para chilenos. O parque tem dois percursos, ou pela esquerda diretamente para a zona das quedas de água, ou para a direita onde caminham cerca de 20 a 30 minutos dentro do parque junto ao rio. Recomendamos que comecem pela direita, assim deixam a melhor parte para o final.
Nota: No Chile, quase todas as casas de banho se pagam, o preço não é muito elevado, e recebem às vezes em troca um pouco de papel higiénico. Restaurantes, alguns parques e shoppings não cobram.
Ir ao Lago Todos Los Santos. É um lago de grandes dimensões com os rios Peulla e Negro como afluentes. O lago desagua em Petrohué, onde origina o rio com o mesmo nome. O lago tem dois portos, Petrohué e Peulla, localidades que vendem serviços turísticos, pois não são unidas por nenhuma estrada. É possível fazer passeios de barco no lago. Se fizerem a tour como nós fizemos, vão ser pressionados a fazer o passeio de barco. Nós não fizemos.
Por fim, passear pela cidade junto à margem do lago Llanquihue. A cidade é bastante acolhedora, não muito grande, aberta, sem grandes arranha-céus, o que a enche de luz natural, refletida nas construções em madeira alpina.
As paisagens são todas bonitas, mas, exceto o vulcão, o resto não se destaca de outros lagos ou de outras quedas de água que poderão encontrar no resto mundo. Não queremos com isto dizer que não merecem a visita, claro que sim, mas em tour talvez seja um preço demasiado alto para o que irão ver. Repetimos que um carro alugado chega, porque o circuito rodoviário não é complexo e, se se “perderem”, para além da certeza de verem coisas bonitas não apresentadas em tour, o Google Maps depressa vos indicará o caminho de regresso.
Onde dormir:
Se quiserem ficar em Puerto Varas as alternativas são muitas, para todos os preços. No entanto é preciso procurar com paciência.
Onde comer:
Só almoçámos no restaurante onde o tour nos deixou, sem hipótese de escolha, por isso não sabemos se há melhores. Não se comeu mal, mas não era barato. Aqui, além dos típicos restaurantes fast-food, chilenos e italianos, acrescenta-se a cozinha alemã.
365 dias no mundo estiveram 1 dia em Puerto Varas, a 3 de Abril de 2017
Classificação: ♥ ♥ ♥ ♥
Preços: médio
Categorias: ilhas, lagos, vulcões, trekking, caminhada, patagónia, natureza, paisagem, gastronomia, património
Essencial: Vulcão Osorno e saltos de Petrohué
Estadia Recomendada: 2 dias (para terem tempo de visitar também Puerto Montt)
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