PUCÓN E O VULCÃO ADORMECIDO (CHILE)

Pucón é a cidade ideal para visitar a "casa do diabo", nome local para o vulcão Villarica, e para conhecer a cultura Mapuche. É uma cidade simpática a sul de Santiago que nos presenteou com muita chuva.

Pucón é a cidade mais conhecida junto ao vulcão Villarica, famoso porque entrou em erupção em 2015. Este vulcão é chamado de casa de diabo pelos mapuches, os indígenas da região. E provavelmente muitos ainda se lembram de ver as imagens nos telejornais.

A cidade é muito atrativa, tem uma rua principal, Av. Bernardo O’Higgins, preenchida com agências turísticas, sendo fácil comparar preços e escolher o que mais agrada. Aí também encontram muitos restaurantes e alguns supermercados.

O posto de turismo, que também fica na mesma avenida, tem um semáforo muito especial. É um semáforo que informa a cidade sobre a probabilidade de ocorrer uma erupção. Verde, está tudo bem, e o resto já é previsível. Todos os dias ao meio dia ouve-se o aviso das 12h dos bombeiros, dois avisos significam incêndio, três erupção. Já no sul do Chile, em Puerto Natales, tínhamos encontrado sinais de trânsito que indicavam as rotas de evacuação em caso de tsunami. O Chile é um país com muita atividade sísmica e eles convivem pacificamente com isto. No entanto frequentemente um terramoto é seguido de tsunamis, e morreu muita gente há uns anos por terem regressado a casa após um sismo, pois foram apanhados desprevenidos pelo tsunami.

É uma cidade com muita construção em madeira, de influência europeia, fazendo lembrar os chalés de montanha. Na altura do ano em que a visitámos, abril, já era época baixa, notando-se no movimento da cidade. Mas é também fácil perceber que a cidade em época alta deve ter imenso movimento, incluindo nas ruas adjacentes à O’Higgins, com lojas modernas e restaurantes de preços acima da média.

Pucón

O que fazer

A principal atração da cidade é o vulcão, um dos 10 vulcões mais ativos do mundo, sendo possível subir à cratera em excursão guiada. Não é possível subirem sozinhos, sendo necessário fazer o registo na CONAF antes de subir, e é obrigatório levar equipamento adequado, incluindo roupa, acessórios para as botas para se conseguir andar na neve, martelo de neve e mais umas coisas. Muita gente desiste a meio quando há muita neve, porque é uma subida dura, mas há teleféricos, pagos à parte, que reduzem uma hora ao percurso. Em época baixa custa 75.000 pesos chilenos, mas em época alta pode chegar aos 100.000. Aliás, é importante dizer que a escalada é de cinco horas, mas só se pode ficar 15 minutos junto à cratera porque o vulcão, sendo ativo, emite gases tóxicos.

Algumas agências fornecem mesmo máscaras à chegada à cratera. Quase todas as agências promovem este passeio e, se pagarem em dinheiro, conseguem descontos. Atenção que algumas agências vendem o pacote nos dias em que sabem que não se vai conseguir subir. Portanto, devem ter em atenção as condições em caso de desistência, saber se devolvem dinheiro ou se repetem a excursão noutro dia. Estamos a falar de cidades que vivem do turismo e onde dezenas de agências vendem as mesmas excursões, através de sistemas de subcontratação. O profissionalismo não é igual de agência para agência e há muito amadorismo pelo meio.

Pucón

No final da avenida principal encontram o lago Villarica. Do lago vê-se o vulcão, em dias de céu limpo, no entanto não foi o caso no dia em que visitámos. Nós só conseguimos ver o vulcão durante cerca de 2 horas, em toda a nossa estadia de 3 noites em Pucón.

Durante a época alta é possível fazer passeios de barco no lago. Nós andámos apenas a brincar com um cachorro de rua que gosta de mergulhar no lago para apanhar paus ou pedras. No Chile e Argentina há imensos cães que gostam de pessoas e as acompanham durante caminhadas ou passeios pela cidade. Caminham de tal forma junto aos turistas que podem dar a falsa sensação de lhes pertencerem. Já nos aconteceu várias vezes ser seguidos por cães que depois encontram outros turistas e trocam de “donos” ou fazem tanta confusão na rua que nos obrigam a despistá-los.

Pucón

Fazer uma Tour Mapuche. A cidade de Pucón ainda tem algumas rukas de mapuches que, apesar de se terem modernizado, mantêm algumas tradições, como a língua, gastronomia, superstições, festejos e as suas casas antigas, mas estas já para turista ver. Várias agências vendem este passeio, mas a recomendada pelo turismo da cidade encontrava-se suspensa porque o guia foi operado. Nós fizemos numa agência que tem também uma loja de fotografia, custava 23.000 pesos chilenos com degustação gastronómica, 24.000 com um prato de cazuela e 25.000 com assado. Nós escolhemos a tour com degustação e conseguimos regatear até aos 21.000 por pagar em dinheiro.

Outras excursões habituais em Pucón são os passeios a cavalo pela montanha e as idas às termas, sendo as mais famosas e maiores as Termas Geométricas, e as mais próximas as Los Pozones.

Onde dormir

Temos de recomendar o nosso hostel, French Andes. É muito bom, gerido por franceses, com quartos individuais ou duplos e quartos de banho partilhados. Os quartos são pequenos, do género japonês, mas com bons colchões, edredons e almofadas. Todos têm janela com blackout. Cada quarto possui cacifos do lado de fora para guardar as suas coisas, sem que ocupem espaço no quarto, e tomadas junto à cama. A cozinha é bem equipada, com duas placas de vitrocerâmica, dois frigoríficos e três lava-loiças. Fornecem caixas para que se possa escrever o nome e guardar as mercearias. Tem jardim, jogos, livros, televisão e um portátil que pode ser utilizado.

Onde comer

Ao jantar optámos por cozinhar sempre. Fomos almoçar uma vez fora e no dia de viagem lanchámos sushi, mas nenhum dos dois merece referência. Há muitas opções, basta circular pelo centro, preferencialmente fora da avenida principal.

Vale a pena?

Sem dúvida, Pucón é uma cidade não muito grande, mas desenvolvida e organizada para um turista se sentir bem. Encontram de tudo, boas cadeias de supermercado, bons restaurantes, lojas de tudo e agências de turismo qualificadas. É preciso ter sorte com o clima, principalmente nesta altura, o que não foi o nosso caso. Choveu quase todos os dias, o que nos limitou nas atividades a fazer. Ficámos algumas manhãs no hostel a fazer contas e a trabalhar para o blog.

365 dias no mundo estiveram 3 dias em Pucón, de 4 a 7 de abril de 2017
Classificação: ♥ ♥ ♥ ♥
Preços: médio
Categorias: lagos, vulcões, trekking, caminhada, natureza, paisagem, património, cultura
Essencial: Tour Mapuche, Vulcão Villarica, Lago Villarica, Termas Geométricas
Estadia Recomendada: 3 dias

Pucón

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