Já vos dissemos como andamos a comer bem no Inka Jungle Trek? Voltamos a insistir, porque a comida é mesmo boa. Após o pequeno-almoço, tem mais uma atividade extra para quem quer, slide entre montanhas. Ficamos nós e as suecas de fora. Elas, porque já fizeram na Costa Rica, nós porque vamos fazer na Costa Rica. Aproveitamos para conversar entre os quatro, receber dicas para a Costa Rica, partilhar experiências da nossa viagem e utilizar o wi-fi do hostel. O restante grupo volta, contente com mais uma atividade radical, e seguimos todos de carrinha até à estação hidroelétrica, onde somos deixados e voltamos a caminhar. É até este ponto que é possível vir de autocarro desde Cusco, sendo depois fácil chegar a Aguas Calientes através da linha de comboio, que está em funcionamento. É proibido fazer esta parte do percurso de bicicleta, sendo permitido seguir apenas a pé. Há locais para fazer compras, ir ao WC ou comer.
O guia tira-nos da linha e mostra-nos umas ruínas incas onde se pensa que as pedras existentes funcionavam como uma bacia para acumular água, que serviria de espelho para ver as estrelas. Falamos dos animais presentes, como os ursos, onças e aves. Diz-nos como algumas são raras de observar, como o tunki (em quéchua), uma ave vermelha, que ao voltar à linha de comboio, depois de almoço, acabamos por ter a sorte de ver por várias vezes.
Cruzamo-nos com outros turistas, alguns já quase conhecemos de ter encontrado nos dias anteriores, reencontramos uma estudante portuguesa que conhecemos em Cusco e que está a regressar à cidade. Ela diz-nos como Machu Picchu superou todas as expetativas e ficou até ao fecho das ruínas. Na nossa página do Facebook conseguem aceder ao artigo que mostra que agora essa permanência prolongada já não é possível, com os bilhetes divididos por turnos, manhã ou tarde.
Atravessamos a ponte férrea pelos carris. A Raquel hesita a meio, e fica naquele ponto em que já não sabe se é melhor regressar ao ponto inicial ou seguir em frente. De realçar que o que fizemos é proibido, e há um passeio lateral. O guia, sabendo o horário dos comboios/trens, tinha conhecimento que não existia perigo. Paramos para almoçar num espaço só para o nosso grupo, um belo restaurante com camas de rede, onde pudemos descansar antes e depois de almoço. Escolhemos o almoço e o jantar, pois o restaurante em Aguas Calientes é do mesmo dono. Vemos um comboio/trem passar e recordamos que amanhã ao final do dia regressaremos a Cusco de comboio.
Seguimos caminho e somos convidados a olhar para as montanhas e vemos Machu Picchu lá no alto. Não nos espanta que as ruínas tenham ficado tanto tempo escondidas e inacessíveis. Continuamos a caminhada e chegamos a Aguas Calientes, a cidade mais próxima de Machu Picchu. O guia explica-nos que se pode subir para Machu Picchu de autocarro/ônibus e mostra onde se vendem os bilhetes. Quem quiser usar esta opção tem de comprar os bilhetes hoje, pois na madrugada seguinte a bilheteira estará fechada. A bilheteira é do outro lado da estrada da paragem, perto da ponte de pedra. Cada percurso custa 12 USD. A alternativa é uma subida de 90 minutos em degraus.
A cidade não é grande, mas possui vários hotéis ao longo da estrada que liga a cidade ao ponto de entrada a Machu Picchu. Alguns dos hotéis parecem ser luxuosos, outros, como o sítio onde ficámos, são mais simples, já com um aspeto de pensão. Tomámos banho, saímos para comprar o almoço farnel para o dia seguinte e fomos jantar. O restaurante está a funcionar apenas para nós, são-nos servidos os pratos que escolhemos ao almoço e são todos muito bons. No fim do jantar é-nos oferecido um pisco sour, para brindar, porque é a última noite juntos e amanhã será o momento alto destes últimos três dias, o fim do Inka Jungle Trek.
O guia distribui os bilhetes de comboio e as entradas em Machu Picchu. Ao ver os bilhetes descobrimos que todos os bilhetes têm dados errados. Ou a idade, ou o nome, ou o sexo. O guia garante que isso não será um problema amanhã, mas quem sabe? É obrigatório apresentar o bilhete na entrada da ponte e levar o passaporte para confirmar a identidade. Os cartões de estudante têm de ser apresentados para os bilhetes com desconto. O Tiago, apesar de ter um IYTC, não tem direito a desconto, estando este, segundo a agência, reservado apenas aos ISIC. Ficamos a saber também que temos direito a um lanche para o dia seguinte, que estará na receção do hotel para ser levantado no regresso após jantar. Durante o jantar apercebemo-nos que os irlandeses e os dinamarqueses andaram a explorar a cidade e encontraram um espaço para beber barato, tendo chegado já bastantes alegres, o que nos irá levar a um início atribulado na madrugada de amanhã, mas no artigo do dia 4 vamos contar melhor…
Spoilers para o dia 4: Muito álcool; mostrar como se regateia nos bares e restaurantes 🙂
365 dias no mundo estiveram 4 dias no Inka Jungle Trek, de 5 a 8 de Maio de 2017
Leiam sobre os outros dias desta aventura: dia 1, dia 2, dia 4
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