ENTRAR E SAIR DA COLÔMBIA

A Colômbia não é um bicho de sete cabeças na fronteira como à partida parece, ou então tivemos sorte. Tudo foi fácil e rápido, apesar de quase termos perdido o voo de saída.

Tínhamos a ideia pré-concebida que os movimentos de fronteiras da Colômbia seriam complicados devido ao narcotráfico e controlo associado. Hoje já não temos a mesma opinião. A passagem Equador-Colômbia foi feita a pé, com os edifícios de cada país a cerca de 500m entre eles, entre hotéis, casas de câmbio, lojas e uma praça de táxis. O edifício da migração colombiana estava fechado por um portão que é aberto pelo polícia ao ver os passaportes. Aí, na fila perguntam a cidade de destino e carimbam o passaporte. Apesar da saída ser em frente, volta-se para trás para ir à praça de coletivos e de táxis e apanhar um autocarro (uma carrinha pequena/van) até Ipiales por 1.900COP (0,55€). Nós também comprámos o bilhete de autocarro Ipiales-Cali ainda na fronteira, mas não aconselhamos.

O terminal tem mais concorrência e consegue-se escolher a melhor relação qualidade/preço, enquanto na fronteira vendem-se por uma agência. Pagámos 40.000COP (11,6€) cada pelo bilhete para Cali na Transipiales. Vendeu-nos o bilhete como sendo direto, sem paragens, com refrigerio, Wi-Fi e tomada elétrica. O que nos saiu, pelo contrário, fez muitas paragens, o refrigerio (lanche) era um sumo e quatro mini bolachas, o Wi-Fi não funcionava e o WC não tinha papel higiénico nem sabão. Na agência, na fronteira, só pagámos o sinal e depois tivemos que levantar dinheiro para conseguir pagar o resto, e foi um filme, com a máquina a encravar, não permitir cancelar a operação, tendo ficado na parte em que se escolhe o valor a levantar, já depois de termos colocado o PIN. A preocupação é sempre a mesma, a máquina está bloqueada e não nos deu o dinheiro, mas será que de repente desbloqueia e alguém consegue levantar o dinheiro da nossa conta? Ficámos em volta da máquina vários minutos até ela desbloquear e garantirmos que cancelava a nossa operação. Assim, foi necessário ir a pé até ao centro da cidade levantar dinheiro. A companhia não nos queria guardar as malas, mas quando ameaçámos cancelar os bilhetes e exigir o reembolso, de repente já pareceu viável guardar-nos as malas enquanto íamos ao centro levantar dinheiro.

Ipiales é pequeno, com muita venda de rua. Acabámos por optar por entrar numa pizzaria e fazer tempo até à hora de jantar, para depois seguir para o terminal. Já vos falamos no artigo de Cali que temos pena de não ter sabido da famosa catedral antes, teríamos ficado uma noite para conhecer.

Sair da Colômbia

Para sair da Colômbia para o Panamá, as duas formas mais comuns são por barco até San Blas ou avião até à Cidade do Panamá. A opção de San Blas pareceu-nos sedutora e até conhecemos um casal que o fez. Viram baleias e dizem que foi uma viagem fantástica, mas para nós era demasiado cara. Por terra não é aconselhado. A fronteira é mata cerrada e altamente vigiada por causa do narcotráfico. Não conhecemos ninguém que a tenha conseguido atravessar, mas conhecemos quem pensou nisso e acabou por vender a bicicleta que iria utilizar para o fazer e atravessar de avião.

Nós fomos de avião a partir de Bogotá e quase perdíamos o voo. Fomos os últimos passageiros aceites para fazer o drop-off. O que nos atrasou foi o trânsito, imprevisível, e talvez o facto de existir uma manifestação de professores a decorrer no sentido inverso. Ah, e o primeiro condutor da Uber que em vez de nos ir buscar ter ficado à espera de outros passageiros a dois quarteirões do nosso. O condutor que nos veio buscar, apesar de conduzir a responder no WhatsApp, fez-nos chegar antes da previsão da aplicação, o que nos salvou. A cidade é caótica no trânsito e pelos vistos qualquer percurso fora do centro demora uma hora a hora e meia. Não sabíamos porque andámos sempre de transportes dentro do centro e pareceu-nos calmo.

Fazendo o check-in, houve ainda a parte chata de não nos deixarem embarcar sem o bilhete de saída do Panamá. Lá tivemos que imprimir os bilhetes do transfer para a Costa Rica à pressa, a um valor inflacionado num pequeno quiosque que vendia tecnologia, apesar de já termos o voo para Portugal impresso. Convém sempre ter o meio de transporte de saída do país para onde se vai entrar comprado e o bilhete impresso. Até agora nunca ninguém nos chateou pela saída ser de avião, autocarro ou transfer, o que querem é ver uma “garantia” de que vamos abandonar o país. Não esperem para imprimir em terminais rodoviários ou aeroportos, uma simples impressão pode custar mais que uma cerveja.

A migração estava caótica, imensa gente, mas eles até eram despachados e deram conta do recado. Carimbo rápido e siga, para chegar à sala e saber que o voo estava atrasado, como sempre. Foi um voo da treta, separados um do outro, mas os dois à janela, e sem um único petisco nem copinho de água.

Como conclusão, a circulação fronteiriça na Colômbia foi mais fácil do que pensávamos, sem abertura de bagagem, questionários, apenas os procedimentos normais.

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