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ENTRAR E SAIR DO PANAMÁ

O Panamá é um país moderno, mas ao mesmo tempo tipicamente latino. Os movimentos fronteiriços têm os seus trâmites, como a impossibilidade de entrar ou sair pela Colombia por terra. Nós entrámos pela Colombia de avião e saímos para a Costa Rica por terra.

Entrar no Panamá de avião tem os seus quês, provavelmente extensíveis a qualquer meio de transporte que utilizem para aqui chegar. Já vos dissemos que é difícil entrar no Panamá por terra a partir da Colômbia, mas há outras formas, como de barco. Pela Costa Rica pode-se entrar de carro, autocarro, andando, avião, etc., à escolha do freguês.

O aeroporto principal da cidade do Panamá é Tocumen International Airport, mas há outro, o Albrook International Airport em Balboa. Este segundo é mais pequeno e junto à base da Força Aérea. Chegámos pelo aeroporto mais pequeno e não correu propriamente bem. A fila para a migração é enorme, passa imensa gente com prioridade: idosos, pais com filhos, gente que se acha idosa, gente importante, gente com cunhas e os corajosos e cheios de atitude que acham que não custa tentar.

No primeiro guichet onde parámos, o funcionário estava a tratar de um recado e não nos atendia. Toda a gente chegava e saía e nós à espera que ele resolvesse o assunto pendente. Trocámos de guichet, a pedido dele, mas entra uma senhora no nosso novo guichet e dá trabalho a este novo funcionário e ficámos na mesma, a olhar para o funcionário enquanto ele está a fazer um recado e a ver o nosso primeiro guichet a, não só começar a andar, como a despachar rápido os passageiros. Somos uns sortudos, e somos mesmo, mas às vezes também temos pouca sorte, ou não…

É a olhar para os guichets que nos envolvem que ficamos a pensar como vamos fazer se eles nos obrigam a mostrar o dinheiro de permanência (500USD/cada). Não temos, só em cartão. Olhamos para um lado estão a contar dinheiro, olhamos para o outro, estão a entregar cartas do banco a comprovar disponibilidade de saldo e pagamento, e nós só com os cartões de crédito para mostrar. Mas ele não nos pediu nada, sorte! No meio de tanto recado para fazer talvez se tenha esquecido. Às vezes, aquilo que nos parece um contratempo, até pode ser a nossa “salvação”. Perguntou a morada onde íamos ficar, registou-a, e mais nada.

Já ficam a saber, para entrar no Panamá é preciso indicar a morada onde ficam, comprovar que têm meios para ficar e ter comprovativo de compra de um bilhete de saída do país, que não precisa ser de avião (tínhamos mas não nos pediram).

Chegamos ao tapete e as malas já estão fora, à espera de seguirmos para outra fila onde vão passar no raio-x antes da saída do aeroporto. Temos tempo para apreciar o processo e duvidamos que o funcionário esteja a olhar para as imagens, é tudo muito rápido, existindo, sim, a preocupação de entregarmos o impresso da aduana (alfandega) que nos foi entregue no avião.

À saída percebe-se que este aeroporto é uma paz de alma, nem táxis tem. Uber e Cabify não estão disponíveis e ir a pé está fora de questão. Wi-Fi também é difícil, é preciso ir ao café e pedir a senha, o que até fizemos para descobrir que não existia Uber por perto. O Tiago lá descobre um motorista privado que aceita partilhar a viagem e negociamos 20USD para os dois. Partilhamos o táxi com um sul-africano que trabalha numa empresa alemã e de vez em quando vai para Angola em trabalho, mas parece que ele foi aldrabado na cobrança do táxi. Achou que por irmos com ele iríamos dividir entre todos o valor inicial, mas parece que o motorista só sabe somar e não dividir, portanto o senhor motorista lá fez 50USD com esta corrida. O carro era recente, com um ecrã LCD no painel central, onde fomos toda a viagem a ver reggaeton.

Sair do Panamá

Para sair do Panamá para a Costa Rica usámos a fronteira de Guabito-Sixaola, próxima de Bocas, e optámos por comprar um bilhetes de shuttle bus na internet (Caribe Shuttle).

Há alternativas mais acessíveis, mas não podem comprar com antecedência para mostrar à entrada. Pode-se optar por chegar a Almirante e procurar a rodoviária na rua principal. Como quase todas as rodoviárias, é só procurar o autocarro (ônibus) certo, que diga Changuinola. Em Changuinola procura-se o autocarro para Guabito ou pergunta-se pelo autocarro que vai até la frontera. É barato, mas os autocarros só partem quando estiverem cheios.

Nós saímos cedo de barco até Almirante, onde já se encontrava a carrinha (van) que nos deixaria na fronteira. Éramos só 5 passageiros e tinha Wi-Fi e AC. Apesar de ter dado para dormir, a viagem foi curta. Na fronteira a carrinha pára antes do shopping da zona franca e vamos a pé até à migração do Panamá carimbar a saída. De seguida, atravessa-se a estrada até ao posto de migração. É fácil identificar porque é só seguir a placa que diz Duty Free. Perguntam se após a Costa Rica a intenção é voltar ou não ao Panamá e aqui podem pedir passagem de saída da América Central para o país de origem. Não nos pediram, apesar de termos o voo de regresso já comprado para a Europa. Após esse passo, volta-se ao sítio onde a carrinha nos deixou e sobe-se umas escadas para pagar os 4USD de entrada ou saída do país. Aqui fica tudo muito confuso, há blogs que descrevem que só pagam a taxa se lhes for pedido e páginas de turismo que dizem que não há taxa, há é funcionários desonestos. Só sabemos dizer que pagámos cada um a taxa e que recebemos de volta um recibo numerado e carimbado. A partir daqui é só atravessar a fronteira a pé, de malinha na mão ou mochila às costas. A fronteira é o rio e a passagem é feita pela ponte. Apesar dos camiões e carrinhas cruzarem a fronteira, os passageiros fazem-no a pé. O percurso é simples e curto.

Tudo sem grandes complicações ou revistas, como nós gostamos.

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