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SAN JOSÉ E O SEU APAGÃO (COSTA RICA)

É uma capital próxima da cultura americana, com muitas luzes e lojas, mas muito latina. A maioria dirá que é uma cidade sem graça, nós tivemos azar e com o apagão pouco temos para vos dizer.

A entrada na Costa Rica foi pacífica, deixados pelo shuttle em Puerto Viejo. A partir daí há autocarros (ônibus) para San José, vários por dia, sendo o último às 16:00h. Como a viagem é longa, muita gente aproveita para usar Puerto Viejo como paragem e faz um bocadinho de praia ou surf. Nós, como já temos os dias contados, decidimos seguir logo para San José. O autocarro custa 2.625 CRC, ou 5,5 USD/bilhete. Decidimos ir no autocarro das 11h e assim ter tempo para tomar o pequeno-almoço mesmo junto à paragem de Autotransportes Mepe, no restaurante La Parada. A proximidade da praia permite apanhar sol ou dar um mergulho antes de apanhar o autocarro.

La Parada em Puerto Viejo (Costa Rica)
Puerto Viejo – La Parada
Praia em Puerto Viejo
Vista do restaurante La Parada

O autocarro não é grande coisa, não tem ar condicionado (o dia estava abafadíssimo) e há de tudo, turistas a dormir a ocupar 4 lugares, aqueles que enfiam o pé sujo no apoio de braço do banco da frente, e muita gente barulhenta. O autocarro pára em Limón dez minutos (que se transformam em muito mais) e dá para ir aos restaurantes comer alguma coisa. Foi aqui que comemos a pior empanada de queijo de sempre. A quantidade de autocarros que param aqui faz com que os últimos tenham azar e fiquem com as sobras (dica: levar lanche para a viagem).

Chegamos à San Jose e apanhámos um táxi para ir até ao hostel, já que só no dia seguinte iríamos recolher do carro alugado. O táxista tentou, literalmente, enganar-nos. Aproveitando-se de sermos estrangeiros, lá nos tentou convencer que o taxímetro conta o custo e não unidades, o que daria uma viagem de mais de 25 USD, quando deveria ser de cerca de metade (com base na informação que o hostel nos enviou antes). Como não somos clientes fáceis, ao chegar ao hostel a Raquel saiu e foi direta à receção pedir a um funcionário para nos ajudar na negociação. O motorista, que já nos tinha tentado deixar na esquina anterior para evitar este momento, vendo-se apanhado, baixou o preço para um valor aceitável.

San Jose, ou “Chepe”, foi fundada pelos espanhóis em 1738. Foi a capital mais nova da américa latina até 1960, data em que foi nomeada Brasília como capital do Brasil. Foi nomeada capital (em vez de Cartago) em 1823.

No hostel foram muito simpáticos connosco. O espaço é grande, há vários quartos um bocado atolhados de beliches, há loiça usada espalhada pelas camas ocupadas e quase todas as tomadas foram saqueadas por quem chegou primeiro (é só uma noite, respira…). Há uma secção de livros, incluindo guias turísticos que podem ser consultados.

Quando devolvemos o carro, ficámos esse dia pela cidade, porque o nosso autocarro só partia depois das 23h. Mas San José nesse dia estava em pleno apagão. Estamos nós no McDonald’s, as luzes apagam-se, e a funcionária vem dizer que não se pode utilizar o WC e que vão deixar de atender clientes. Decidem informar que vão fechar, após uns longos minutos a tentar perceber se a luz voltaria. Ficámos com o passeio pela cidade muito limitado, tendo acabado por ficar no Starbucks, que aparentemente tinha gerador, a usar a internet e a aproveitar para trabalhar. Ainda parámos numa praça para assistir a um evento, mas não nos agradou estar ao calor.

O que fazer:

Bem, como perceberam pela introdução acima, pouco fizemos, só deambulámos pela cidade. Vão-vos dizer que a cidade não tem graça por estar demasiada americanizada. Não faltam lojas da moda, neons, cadeias de fast food, mas não nos pareceu que destoasse muito dos centros urbanos da restante américa latina. Não se recomenda passear à noite pela cidade, mas durante a semana tem movimento, sendo mesmo uma das capitais mais seguras da américa latina.

A vida na Costa Rica é sempre levada com o slogan “Pura Vida”, às vezes vão ouvir esta expressão como uma forma dos “ticos” (naturais da Costa Rica) se referirem à sua falta de stress, às vezes vão senti-la como uma faca que vos está a ser espetada nas costas, principalmente quando fazem algo que eles não gostam (como dar gorjetas pequenas).

Free Walking Tours:

  • San Jose Free Walking Tour – todos os dias às 9:00 junto ao Teatro Nacional. Um passeio pela cidade durante 3h para conhecer a história da cidade.
  • Free Tour San José – organizado pela Carpe Chepe, de segunda a sábado, às 10h, no mesmo local, durante 2h30m. Prometem apresentar a cultura “tico”. Organizam outros tours pagos.

Nota: não fizemos nenhuma.

Devem passar na Plaza de la Cultura, a zona central da cidade. Tudo fica perto, como a Catedral Metropolitana. Esta foi construída em 1825 e reconstruída em 1878.

Passar nos museus:

  • Museo de Arte Costarricense. Fecha à segunda-feira e é grátis. Foca-se nas artes plásticas e tem mais de 6000 obras. Podem consultar o site.
  • Museo Nacional de Costa Rica. Fecha à segunda-feira, custa 9 USD para estrangeiros e 2.000 CRC para nacionais. Foca-se na história, história natural, arquelogia e tem várias exposições. O site é confuso, mas nele encontram os restantes museus nacionais.
  • Museo Calderón Guardia, em homenagem ao presidente no período entre 1940-44. Fecha à segunda-feira e custa 9 USD para estrangeiros e 2.000 colones para nacionais.
  • Museo do Oro Precolombino está aberto todos os dias exceto algumas datas que devem ser consultadas no site. Custa 2.000 CRC para nacionais e 6.000 CRC (ou 11 USD) para estrangeiros. Há algumas promoções que também devem ser pesquisadas no site.
  • Museo del Jade. Pretende divulgar a cultura pré-colombina e promover (segundo o site) “visitas sensoriais únicas”. Abre todos os dias das 10h às 17h. A entrada custa 15 USD para estrangeiros e 5 USD para nacionais.

Teatro Nacional, inaugurado em 1897. Visitas guiadas de segunda-feira a domingo das 9h às 16h. 10USD para estrangeiros ou 1.500 CRC para nacionais. A agenda pode ser consultada no site.

san josé

Centro Costarricense de Ciencia y Cultura está instalado na antiga penitenciária, a Carcél Pública de San José. A prisão foi pensada ainda no século XIX, mas só foi iniciada em 1905. Tem várias componentes que podem ser consultadas no site, mas não conseguimos descobrir como funcionam as visitas.

Há o passeio típico de 3 em 1, que inclui: Doka Estate Coffe Tour, Parque Nacional Volcán Poás e La Paz Waterfall Gardens. Na fazenda fica-se a conhecer o processo de torrefação do café. Vai-se de seguida ao Volcano Poás, localizado no parque nacional com o mesmo nome, próximo da capital. Por agora (há quase um ano) o parque está fechado, pela atividade vulcânica. É um dos três vulcões mais famosos e tem duas crateras, uma inativa. Há quem ache que só reabrirá em 2019, mas há outros vulcões no país. Nas cataratas La Paz fazem-se trilhos e vê-se a reserva de vida selvagem. Há blogs que falam em ter pago há dois anos 120 USD e encontrámos agora a 132 USD, mas como o parque do vulcão está “fechado”, achamos que o preço já não se aplica.

Onde dormir:

Hostel Bekuo, onde nós ficámos. É perto da agitação noturna, guarda bagagens, tem cozinha completa e salas de jogos e de televisão. Incluía pequeno-almoço (com panquecas).

Onde comer:

Por indicação do hostel fomos ao Soda Yogui’s, bastante próximo e com preços acessíveis. A comida é a tradicional, o serviço é rápido e fomos bem atendidos. O Tiago aproveitou para ir ao shopping San Pedro reparar o telemóvel, que fica do outro lado da rua.

Aqui, o prato tradicional é o gallo pinto, arroz com feijão preto. É servido ao pequeno-almoço com tortilhas. Se for servido com carne e banana-pão frita falamos de um “casado”. É possível comer ambos em “sodas” (pequenos tascos) ou no mercado central da cidade.

365 dias no mundo estiveram 1 dia e 1 noite em San José, a 23 e 1 de Julho de 2017
Classificação: ♥ ♥ ♥
Preços: caro
Categorias: cidade, cultura, compras
Essencial: Teatro Nacional, Catedral Metropolitana, Museus, Plaza de la Cultura

Estadia Recomendada: 3 dias, talvez mais, se quiserem fazer tours fora da cidade

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