Deve ser dos países com mais histórias nas fronteiras, principalmente desde o travel ban instituído pelo atual presidente. Entrámos duas vezes nos EUA com o ESTA, em janeiro e julho de 2017. Da primeira vez fomos pela KLM para Nova Iorque, com escala em Amesterdão, e a autorização de entrada no país e as perguntas tipo (dias de permanência, morada de permanência, objectivo da viagem) foram feitas em Amesterdão pela KLM. Tudo demorou imenso tempo, porque são feitas a TODA a gente, e talvez por isso as malas tenham chegado num voo posterior. A saída de Manágua para Miami foi fácil, sem grandes questões. Há sempre a nota nos bilhetes que em partidas para os EUA convém chegar mais cedo ao aeroporto e confirma-se essa necessidade, dêem margem para depois não haver correrias. O nosso ESTA foi válido para ambas as visitas, pois permite múltiplas entradas durante 24 meses.
Ao chegar aos aeroportos dos EUA, a zona da migração é gigante e à nossa volta há gente de todas as nacionalidades. Preenchemos uns formulários que já nos deram no avião, um por família, mas depois o funcionário espera receber um individual. Nota: não custa preencher um para cada pessoa. Em Miami existem umas máquinas para que o processo seja facilitado. Toda a gente passa nas máquinas, mesmo os nacionais, pelo menos foi o que nos pareceu. Deixamos a máquina ler o passaporte e é impressa uma folha (tipo talão de embarque) com os nossos dados e fotografia. Seguimos para as filas respetivas. Há funcionários em todo o lado para ajudar e indicar o nosso percurso, evitam confusões e alertam quem não se porta devidamente. Na fila olhamos à nossa volta e reparamos que um de nós tem um X no documento. Será bom ou mau? Vemos pessoas sem cruz e pessoas com cruz, continuamos sem saber o que quer dizer. Vemos outras famílias que reparam no mesmo e vão cochichando também o que nos passa pela cabeça: “será que um de nós vai ser proibido de entrar?” Continuamos sem saber o que quer dizer ter ou não o X no talão, mas sabemos que entrámos os dois (ufa!!). Chegámos ao funcionário, que nos pergunta os nossos planos, explicamos que vamos regressar a Lisboa, mas que ficamos alguns dias em Miami, ele confirma os dados, tira-nos uma fotografia, lê as impressões digitais e carimba o passaporte. Confirma a nossa resposta novamente, perguntando porque dizemos que o destino é Lisboa se ainda ficamos em Miami. Fomos os dois ao mesmo tempo para o balcão.
Há bastantes cartazes que relembram as regras, funcionários que nos fazem sentir intimidados, mas todo o processo é eficiente e todos são muito educados. Percebemos que quase todos falam espanhol. Não é permitido fotografar ou filmar, mas isso é norma em todos serviços de migração.
Para sair é sempre fácil, basta garantir que temos os documentos válidos e que não excedemos a estadia permitida pelo ESTA (90 dias). Não carimbam a saída, da primeira vez em Nova Iorque ficámos aflitos e fomos perguntar se era mesmo assim, e foi a funcionária da porta de embarque que confirmou que estava tudo bem. Garantindo que temos autorização para chegar ao destino, tudo é pacífico. Estamos a falar como residentes do Espaço Schengen que regressam a casa. Não sabemos se noutras condições há outros procedimentos. Falamos do ESTA aqui.
O ESTA é um programa dos EUA de isenção de vistos com vários países do mundo. É válido durante 24 meses, ou até à validade do passaporte acabar, se durar menos que os 2 anos. Permite múltiplas entradas, mas estadias sempre até 90 dias. Não podem trabalhar entrando com um ESTA, mas podem ir a conferências e procurar trabalho. Encontram mais informações no site oficial, aqui.
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