PORTUGAL FESTIVALEIRO

Portugal começa a ter festivais de norte a sul principalmente durante o verão. E nós vamos a um.

Há festivais que são famosos em todo mundo, como o Burning Man (no Nevada), Lollapalooza (por todo o mundo), Coachella (na Califórnia), ou o Tomorrowland (original na Bélgica). Festivais internacionais, como o Primavera Sound e o Rock in Rio, já se mudaram de corpo e alma para Portugal. Mas há muitos mais exemplos de um bom festival em Portugal.

Portugal está a tornar-se um país de referência para os adeptos do festival de verão. Até onde vai a memória, sempre tivemos muitas festas de verão, com bandas de covers e artistas populares, sempre a animar as festas locais e a incentivar os bailaricos, mas  neste momento também já temos diversos festivais, de norte ao sul, do urbano ao rural, para todos os gostos musicais, ou de convívio.

O primeiro festival em Portugal surgiu no longínquo ano de 1971, ainda em plena ditadura. E espantem-se! Levou 30.000 pessoas até ao norte de Portugal! E para ouvir quem? Elton John! Pois, nesta época atribulada, milhares de pessoas de toda a europa rumaram a Caminha, tornando-o num dos maiores festivais europeus. Nessa altura, o Festival Vilar de Mouros foi mesmo comparado ao famoso Festival de Woodstock, em 1969, mas, desde o ano estreia, tem falhado alguns anos, por falta de apoios. Pode ser que agora, como EDP Vilar de Mouros, seja mais regular. Mas há mais, muito mais, por cá…

Já falámos do NOS Primavera Sound, no Porto, geralmente no início de junho, no belo parque da cidade, com muito verde, apesar de ser um festival de cidade. Atrai hipsters, fãs de música indie e famosos, que postam fotos no Instagram inspiradas no Coachella. O cartaz costuma ter muitos nomes internacionais, que acabam por fazer a versão espanhola e portuguesa do festival.

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Temos também o Rock in Rio Lisboa, de dois em dois anos (alterna com a edição do Rio de Janeiro), no parque da Belavista, geralmente abrangendo dois fins de semana. Este festival tem um cartaz mais eclético/comercial, criado para agradar às massas e famílias, com um espetáculo para qualquer idade. Preocupa-se em passar uma imagem de sustentabilidade e oferece um programa que vai além dos concertos.

Super Bock Super Rock, que já mudou de local e passou a ser um festival de cidade, no Parque das Nações, tendo já passado por Alcântara e pela praia do Meco, entre outros locais, mas sempre em Portugal. Quando habitava no Meco, era conhecido pelas filas de trânsito e pelo pó do recinto. Oferece um cartaz Rock de nomes internacionais, mas não só…

O NOS Alive é, talvez, o festival de Portugal mais famoso lá fora. Esgota quase sempre, tem o slogan “O melhor cartaz, sempre”, e decorre no Passeio Marítimo de Algés, junto ao rio Tejo, sendo um festival claramente urbano e o maior evento musical do país (2017 recebeu 165 mil pessoas durante os três dias), se não considerarmos o Rock in Rio. Em 2018, assim que apresentaram Pearl Jam, esgotou.

Temos os velhinhos MEO Sudoeste (na Zambujeira do Mar) e o Vodafone Paredes de Coura. Se um atrai pela pela costa vicentina, o outro chama pelos banhos de rio, numa espécie de férias de campismo, com música incluída. Ambos estão diferentes desde a sua origem, mas talvez o MEO SW seja o que mais se deixou popularizar, passando a ter um conceito de parque de diversões juvenil, que tanto pode apresentar no cartaz Mariza, como David Guetta.

Merecem nota também, numa onda mais de praia, o Sumol Summer Fest (na Ericeira) e o FMM em Sines (Festival Músicas do Mundo). Também o Marés Vivas (em Vila Nova de Gaia), o Bons Sons (Tomar) e o Boom (Idanha-a-Nova). Nas ilhas, temos o Tremor, nos Açores e o Nos Summer Opening na Madeira.

Em época de verão, podem encontrar também ciclos de pequenos concertos temáticos, que não sendo verdadeiros festivais, também são interessantes, como o EDP Cool Jazz, ou o Jazz em Agosto. Trazem sempre nomes internacionais e localizam-se em Cascais e Lisboa, respetivamente.

Há outros, que começaram como festas populares locais, mas têm crescido, como o Festival do Crato, que geralmente traz pelo menos um nome internacional, ou a Expofacic (Cantanhede), que começou por ser uma espécie de feira de exposições, mas hoje também é famosa pelos concertos. Num segmento à parte, temos a Festa do Avante, que se realiza desde 1976, um evento e comício do Partido Comunista Português, mas onde não faltam concertos dos melhores artistas portugueses.

Não podemos deixar de falar de um projecto que nos é querido, por ter sido criado por amigos. O evento principal do Rock with Benefits realiza-se todos os anos, em Fafe,  numa época não propícia a festivais de música, em novembro ou dezembro, mas não é só pela data que marca a diferença. Tem sempre uma causa social para ajudar e durante o ano promovem outros pequenos eventos. Também fora do verão acontece sempre em Lisboa o Vodafone Mexefest. Este tem a piada de acontecer em cerca de 15 salas na Avenida de Liberdade. Durante duas noites é necessário escolher bem o que querem ouvir para conseguirem circular entre salas aproveitando o máximo.

Fica o registo de alguns festivais/festas gratuitos, como o Agitágueda, que sendo um festival pequeno, chama as pessoas por não ter custo e pela visita à famosa rua(s) onde ficam os guarda-chuvas. Aliás, este é um belo exemplo de como uma cidade se pode reinventar e passar a ser uma atração turística copiada em todo o mundo. Não desvalorizem o Agitágueda por ser grátis, pois passam por lá nomes internacionais, como Macy Gray. Podemos referir também o evento Fado no Castelo, durante as festas populares de Lisboa, e haveria muito mais para dizer…

Durante a nossa viagem, cruzámo-nos com o Lollapalooza, no Chile, mas estava esgotado (e era caro). Conhecemos pessoal que aproveita as viagens para fazer turismo de festival, como um francês que ia encontrar os amigos no Burning Man, em pleno deserto do Nevada. Obviamente que Portugal não está nessa dimensão, mas quem anda atento já encontra turistas que vêm pelo evento e aproveitam para conhecer o país. Como se viu em maio, com a Eurovisão, ou em junho, nos santos populares, e como muitos portugueses fazem com o Carnaval no Brasil, ou o Oktoberfest, na Alemanha.

Há quem não goste do conceito de festival, onde muitas bandas reduzem a duração dos concertos e tocam apenas as músicas mais conhecidas, há também quem não goste pelo excesso de publicidade, quem ache muito confuso, ou quem considere demasiado caro. Muitos festivais são mais do que os concertos, atraem o público pela atmosfera que se cria em torno do evento, como o Tomorrowland, o Burning Man, ou o Coachella. Quem nunca viu um daqueles vídeos promocionais do Tomorrowland e desejou estar lá? Quem não conhece as fotografias loucas dos cenários do Burning Man? E as it-girls do momento, a definir o look festivaleiro do ano no Coachella? O NosAlive também já começa a ter um palco para comediantes, em vez de ser só música.

Voltando a Portugal, pesquisando na internet encontram concertos e festivais em todo o país, e para todos os gostos. Em 2018, já aproveitamos as tarde de domingo no  gratuito Somersby Outjazz, já fomos ao Castelo de São Jorge ouvir Camané com Laurent Filipe no Fado no Castelo, e já tivemos a sorte de ganhar dois bilhetes para o dia 14 de julho do NOS Alive, o dia do concerto dos Pearl Jam.

Para comprar bilhetes, nós usamos a FNAC, porque como temos cartão não pagamos taxa nos bilhetes de espetáculos, mas pode-se usar a ticketline ou blueticket.

E vocês? Algum festival em Portugal que queiram recomendar?

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