Anos e anos passados em Portugal e nenhum de nós se lembra de ter ido às Berlengas. Já tínhamos reserva feita para as galegas Cíes (podem ler sobre as ilhas espanholas aqui) e não quisemos deixar o arquipélago português para trás. Bem mais fácil e rápido de lá chegar e preparar a visita. Bastou procurar uma empresa que fizesse a travessia, escolher o dia e fazer a viagem de pouco mais de uma hora de Lisboa a Peniche. A viagem de barco foi feita pela Viamar, mas também se pode ir pela AOMT.
O arquipélago é reserva da biosfera da UNESCO desde 2011. É habitat natural de diversas espécies de aves e répteis, que não devem ser incomodados.
Fomos em Agosto, num fim de semana de calor horroroso em qualquer ponto de Portugal, o que se revelou uma decisão inteligente. Estava muito mais fresco na ilha!
Como chegar:
Chegar a Peniche, estacionar gratuitamente no parque junto aos bombeiro e caminhar até ao cais. Na marina, vão à empresa onde reservaram antecipadamente, pagam e levantam os bilhetes. Se gostarem de arriscar e não tenham reservado, podem sempre procurar empresas que ainda tenham bilhetes disponíveis. A viagem de barco demora 40 minutos. No nosso dia o mar estava calmo, mas a fama e os sacos para vómito distribuídos no início da viagem são um pronúncio de que não é sempre tão fácil fazer os cerca de quinze quilómetros que separam as ilhas do continente.
O que fazer:
- Praia: logo ao sair do cais há uma praia com um tamanho inversamente proporcional à afluência, agravado em maré cheia;
- Trilhos: estão bem assinalados e são acessíveis, não muito extensos nem íngremes (as estimativas de duração dos percursos estão folgadas):
- Trilho da Berlenga: 3km e 3h, permite passar pelo farol e pelo forte. Até ao forte consegue-se ir, mas o farol não é acessível;
- Trilho da Ilha Velha: 1,5km e 1h30, parte do bairro de pescadores, passa por Buzinas e pelo Carreiro dos Cações;
- Forte S. João Baptista: à chegada, basta subir seguindo pela esquerda, em direcção farol, e continuar o percurso, até ver o magnífico forte. Para quem não puder ou não quiser caminhar, também pode ir de barco;
- Visitar as grutas: há um passeio de barco pelas principais grutas (6€), não muito longo (1h). Existem diversas opções de barcos, alguns até com fundo de vidro;
- Desportos aquáticos: paddle, pesca, snorkeling, tudo pode ser feito.
Onde dormir:
- Parque de campismo: chamar-lhe parque de campismo é talvez demasiado, porque é bastante simples, mas tem uma vista!
- Forte S. João Baptista: o forte está renovado e é possível dormir lá. Não vimos as condições, mas estava quase cheio. Mais um sítio com uma vista fantástica, literalmente em cima do mar;
- Pavilhão Mar e Sol: com um restaurante com o mesmo nome, este espaço tem alguns quartos pequeninos junto ao restaurante.
Onde comer:
Levar alguma coisa para comer é sempre mais barato, mas há alguns espaços que servem refeições:
- Restaurante Mar e Sol: consta que é caro, mas os pratos (principalmente a caldeirada) têm bom aspecto;
- Micromercado Castelinho.
Notas:
- Não há multibanco (alguns sítios aceitam cartão);
- Só recebe 550 visitas/dia;
- É preciso seguir nos caminhos assinalados;
- O gerador é desligado às 23h;
- Deve-se trazer o lixo de volta, ou pelo menos até aos contentores no bairro dos pescadores;
- As gaivotas são territoriais junto aos ninhos, não atacam, mas não gostam de visitas junto das crias.
A nossa opinião:
Ir em agosto, financeiramente falando, não é a melhor altura (bilhetes 7€ mais caros). É uma escapadela cara, mas continua a valer a visita. Pelo menos uma vez na vida devem ir, ver o verde translúcido das águas, o forte digno de cenário da Guerra dos Tronos, o farol, os trilhos, apreciar a vista e o domínio selvático das gaivotas, enfim, sentir um paraíso natural aqui tão perto.
A água é fria, mas suportável. Talvez a praia fique demasiado cheia. Enquanto dormitámos ficámos demasiado encostados a malta que se sentou depois. Mas podem aventurar-se nas “praias” rochosas junto ao forte. Para quem vai para conhecer não achamos vantajoso dormir na ilha, porque não é grande, vê-se toda num só dia (6h entre as duas viagens de barco). Para quem gosta de campismo ou vai mesmo de férias já é outra história. E deve ter um céu estrelado excelente. O nosso conselho é ir a um dia de semana, em junho ou julho, para poupar, mas escolham uma altura de muito calor e sem vento.
365 dias no mundo estiveram 1 dia nas Berlengas, a 5 de agosto de 2018
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2 respostas
É mesmo um local digno de uma visita!! Estive lá faz 8 dias e adorei Inspirou me para fazer a viagem de ferry até a madeira, estou de partida amanhã.
Olá Sílvia! Desejamos-lhe uma ótima viagem, que regresse cheia de belas histórias para contar! 🙂