A arte urbana começou por ser considerada vandalismo, proibida, feita às escondidas, com as autoridades a apagarem ou pintarem por cima, mas a mensagem e a crescente qualidade das obras começou a chamar atenção. Hoje em dia, já é utilizada como um pólo de atração e conversão das cidades. O reconhecimento das obras como arte foi tal que passou a ser chamada em bom português como arte urbana, como tradução do inglês street art. Em Portugal, artistas como Vhils ou Bordalo II têm a sua obra exposta em murais gigantes, constantemente fotografados. Lisboa é já um destino reconhecido na Europa. A cidade invicta procura o mesmo reconhecimento, ser conhecida também pela arte urbana.
No ano passado (2017), descobrimos que a Câmara do Porto divulgava passeios-oficina, guiados por alunos da Escola Superior de Educação (curso Artes Visuais e Tecnologias Artísticas), durante os meses de julho e agosto. Como estávamos na cidade, aproveitámos e marcámos.
O UPSTREET STOP&GO funcionou tanto no modelo pedonal como de tuk-tuk, mas estes últimos esgotavam mais rapidamente, e incluíam a presença de um artista. O tour era grátis, a inscrição feita por e-mail, e tinha a duração de uma hora. A inscrição era feita com nome, número de telemóvel e data pretendida, a enviar para o e-mail da Porto Lazer. Este ano não percebemos se aconteceu outra vez.
Encontrámo-nos em frente ao Teatro Carlos Alberto, na Rua das Oliveiras, para reunir o grupo das 25 pessoas. Levámos o nosso cachorro, por ser uma caminhada ao ar livre, e ele adorou. Íamos com duas guias que transportavam uma placa identificativa e deram-nos um caderno e um marcador. As guias contavam a história de cada obra, falavam sobre o autor e pediam a cada interveniente para desenhar algo no caderno que gostasse de ver na parede ou sentisse que poderia completar a obra.
Paragens:
- Rua das Oliveiras (fachada do Teatro Carlos Alberto): obra Landscape de Martinha Maia.
- Rua de Cedofeita: obra Holon de Hazul.
- Rua de Diogo Brandão (esquina com a Rua de Miguel Bombarda): obra de Mots, Mesk e Fedor.
- Rua de Miguel Bombarda: obra de Pedro Cabrita Reis.
- Rua da Restauração: obra Mural Colectivo da Restauração, 4ª fase de Contra, Flix, Vírus, Heitor Corrêa, Bella Phame, My name is not SEM e Sabrina Lima.
O tour de tuk-tuk (em parceria com a Tuk Tour Porto), tem outras paragens:
- Rua Fernandes Tomás e Rua de Alexandre Braga: caixas de eletricidade de vários artistas.
- Rua de Alferes Malheiro: obra Mural da Trindade de Hazul e Mr. Deo.
- Avenida de Vimara Peres: obra AN.FI.TRI.ÃO de Frederico Draw.
- Rua Nova de Alfândega: obra Mira de Daniel Eime.
- Rua da Atafona: obra de Vhils.
- e termina também na obra da Restauração.
Mesmo que este tour já não exista, têm a possibilidade de fazer o percurso por vossa conta ou utilizar um dos tours pagos. As obras continuam expostas e há muitas outras novas, como o mural de azulejos de Joana Vasconcelos no edifício da Steak n Shake. Aproveitem a visita à cidade e descubram a arte urbana do Porto.
Esta não foi a nossa primeira experiência neste tipo de tours. Já tínhamos feito meio tour em Bogotá.
Este artigo pode conter links afiliados