O DIA EM QUE FOMOS LOUCOS… EM VIAGEM

Em viagem geralmente somos aventureiros, ariscos, mas podemos cair na loucura, no limite de arriscar demais. Nós fizemos isso em 2018, escolhemos arriscar de forma controlada, #soquenao.

Viajar, para muitos, é fugir da zona de conforto, fazer o que não fazem no dia a dia. Sejam desportos radicais, seja experimentar comidas diferentes ou andar à boleia, há tanto que podemos fazer diferente do habitual. Perguntam-nos quando é que fomos loucos, aventureiros, ou quando perdemos a cabeça em viagem. As histórias da nossa loucura em viagem são algumas, temos aquela em que o nosso autocarro atolou na lama na Argentina, ou a vez em que fomos despejados na fronteira da Costa Rica com a Nicarágua. Temos o dia em que andámos de buggy em Huacachina ou o rappel na Costa Rica.

Mas a loucura em viagem que vamos contar é outra. Estávamos na Turquia e alugámos carro para as nossas duas semanas de férias. Começámos em Istambul, 4 dias, palmilhar a cidade, conhecer a cultura, não só as mesquitas, mas também as restantes religiões que existem no país, comer em mercados, parar em bares e beber um copo para ouvir música ao vivo sem perceber uma única palavra. Fomos aos mercados regatear toalhas de algodão, andámos em todos os transportes, vimos golfinhos e fomos viajando de cidade em cidade. Fomos às ruínas: Éfeso, Pergamo, Laodiceia. Muitas operações STOP, muitas estações de serviço. Usávamos as estações para fazer compras nos outlets e para recarregar baterias no Starbucks, com os seus cafés baratos para o padrão habitual. Chegámos à costa, à chamada Riviera Turca. Passámos horas fechados no carro, a ver montanhas, encostas, pequenas localidades menos conhecidas e parando para ver o que realmente interessa. Fomos escolhendo a opção pelos percursos mais longos, de paisagens idílicas, com mais paragens para contemplar os pontos de interesse, nem que fosse só por uns minutos.

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Quando é que tudo fica louco? Não atestámos o carro. Porquê? Porque há uma bomba a cada esquina, sim, nem todas têm gasóleo, mas são tantas que isso não é um problema. E a viagem prossegue, o combustível vai desaparecendo, mas “está tudo controlado”. #soquenao e as bombas deixam de aparecer, os desvios são grandes para chegar até aos locais pretendidos e nós continuamos sem atestar o carro. Sabemos que estamos perto de uma praia que queremos ver, mas será que vale a pena arriscar? A bomba mais próxima segundo o GPS é no sentido oposto, provavelmente não dá para ir e voltar. Há que fazer escolhas. A prioridade tem de ser a estação de serviço.

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Conjugamos a informação das aplicações Waze e Offline Maps & Navigation e concluímos que a bomba mais próxima está a 200km. O computador de bordo diz-nos que temos combustível suficiente e nós prosseguimos, a subir montanhas, a descer montanhas, curvas e contra-curvas, sempre com o gasóleo “controlado”. Entramos na reserva, por precaução desligamos o ar condicionado e imaginamos como é que vamos encontrar alguém que fale inglês ali no meio do nada se ficarmos sem combustível. Sabemos dizer gasóleo em turco, motorin, menos mal, mas talvez não nos sirva de muito. E a bomba fica a 50km. Testamos a informação do carro, será que se aguenta muito tempo com a informação de autonomia 0? Estas subidas em primeira/segunda não ajudam nada e pelas contas do consumo é capaz de não dar. Faltam 40km, 30, 20, e aí pensamos noutra coisa. E se o posto não tem gasóleo? O sol começa a desaparecer entre as montanhas, silêncio no carro, calafrios. Lá tentamos confirmar se a informação que o GPS nos fornece de que a bomba mais próxima é efetivamente aquela, mas, lá está, a comunicação em inglês não é fácil nestas localidades remotas. 10km, 0km, chegámos ao posto de combustível e… tem gasóleo! Alívio, suspiros e risos. Afinal conseguimos. Na verdade, nenhum dos dois acreditava a 100% que iríamos chegar até a bomba com o carro, sabíamos que calharia ao Tiago ir comprar o gasóleo a pé se por acaso tudo corresse mal. Correu tudo “bem” e, de carro atestado, fica-nos a lição, nunca deixar o carro com o tanque a menos de meio. E siga para a próxima loucura em viagem.

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Post escrito ao abrigo do programa Open World Travelers da momondo.

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