É nosso o prémio de conservação da Europa Nostra 2018. O vencedor é o jardim botânico do Palácio de Queluz. De 1769 a 1780 foi construído e preenchido com espécies de todo o mundo. Em 1940, depois do incêndio que destruiu grande parte do edifício, foi transformado em roseiral. Já em 1983, foi destruído durante as cheias do rio Jamor e passou a servir de picadeiro. Em 2017 foi totalmente reconstruído à época, trazendo espécies de todo o mundo. As estufas brancas guardam os ananases e os canteiros exteriores têm desde maracujás a couve roxa.
É possível entrar nas estufas e ver um filme sobre a história do jardim e da sua recuperação. Apesar de ser muito próximo da estrada, consegue-se passear num ambiente de calma e introspeção, sendo um bom espaço para ler um livro.
O Palácio Nacional de Queluz, para além do próprio jardim botânico e dos seus sumptuosos jardins exteriores, tem muito que dizer e ver no próprio edifício. Começou por ser uma casa de campo particular, depois passou para a mão de D. Pedro II, ainda infante, e como Casa do Infantado é transformado em palácio.
Já falámos nisto quando contámos a história de Mafra, aqui tudo é semelhante. A corte vive animada de festa em festa, acontecimento em acontecimento, vindo a Queluz comemorar os santos populares e o aniversário de D. Pedro III. Após o incêndio da residência oficial na Ajuda, em 1794, a família real muda-se para o palácio. Em 1807 muda-se para o Brasil levando grande parte dos móveis e obras. D. João VI regressa em 1821 com dona Carlota. Ela fica a viver no palácio após ser apanhada a planear um movimento de rebelião. Em 1834, morre D. Pedro IV, no quarto onde nasceu, em 1798, e também nesse ano há um grande incêndio. Em 1908 D. Manuel II cede o Palácio à Fazenda Nacional.
O percurso dentro do palácio permite passar por vários anos de história. As cores do palácio são os pastéis e dourado, ao bom estilo barroco. A sala do trono é a primeira sala da visita. Construída após o casamento de D. Pedro III com Dª Maria I, é uma sala ampla, uma das mais exuberantes do palácio, muito rococó. Esta sala serviu para receções, de câmara-ardente, corpo de igreja, e serve atualmente como sala de banquetes e concertos.
A sala seguinte é a sala da música, uma das mais antigas. Foi sala de óperas e de apresentações musicais.
A capela tinha o órgão em obras na nossa visita, estando parte do acesso vedado. Permitia à família real assistir à missa sem ser vista.
Na sala de porcelanas vêem-se as evoluções das porcelanas europeias, em contraste com as chinesas. Há peças que foram usadas no palácio.
No corredor dos azulejos que representam as 4 estações do ano está um coche, semelhante aos que se encontram no Museu dos Coches em Belém.
Continua-se sala a sala até chegar à Sala dos Embaixadores. Uma sala ampla, com duas zonas de trono, uma para os reis de Portugal e outra para os príncipes do Brasil. Deve o nome às audiências ao corpo diplomático e ministros estrangeiros.
O quarto D. Quixote, assim intitulado pelas cenas representadas na parede, é o quarto do Pavilhão de Robillion mais conhecido. Destruíram-se as pinturas alusivas à obra de Cervantes no incêndio de 1934, tendo sido reconstruídas em 1940. É aqui que se conta grande parte da história do Libertador, ou D. Pedro IV.
Deste pavilhão acede-se à escadaria dos leões para o exterior.
Jardins:
Junto à Escadaria de Robillion vê-se o Canal dos Azulejos, que permitia passear de barco enquanto se tocava na Casa da Música.
Do outro lado da ribeira do Jamor temos o jardim com o lago das Medalhas e o de Neptuno, que dão acesso ao picadeiro.
Do lado do IC19 (estranha proximidade do palácio a este movimentado eixo viário) temos os restantes jardins, como o Botânico e a Grande Cascata. Em frente à Grande Cascata encontram-se os jardins superiores (de Pênsil e de Malta) que ficam junto à Fachada de Cerimónias e à Sala do Trono.
Preço e Duração:
A entrada no Palácio e jardins custa 10€. Entrar só no jardim custa 5€.
Sendo explorado pelo Parques de Sintra – Monte da Lua desde 2012 em bilhete combinado com outras atrações da empresa conseguem-se descontos de 5 a 10%.
Reservem no mínimo 2 horas para a visita. Com calma, facilmente são 3 horas bem passadas.
Como chegar:
A partir do IC19 é só sair em direção a Queluz. Há sinalização e o edifício não engana. Vistoso, grande, e azul. Pode-se chegar de autocarro e de comboio. O site do Parques de Sintra – Monte da Lua explica as diversas formas de chegar.
Recomendamos vivamente a visita para quem tiver alguns dias disponíveis na cidade de Lisboa. Fica apenas a 10km, 15min, do centro da cidade.
365 dias no mundo estiveram no Palácio Nacional de Queluz a 30 de dezembro de 2018
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