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DA VISTA ALEGRE AO ZÉ DA TRIPA (ÍLHAVO)

Ilhavo vive com aquele "carma" de ver as suas atrações quase sempre associadas como sendo de Aveiro. São suas as praias da Barra e da Costa Nova. São seus os palheiros, que aparecem em centenas de fotos essa internet fora. Ílhavo vive bem com isso, porque mesmo recebendo visitantes que acham que estão em Aveiro é a ela que vão parar.

Ílhavo tem aquele “carma” de ver associadas a maior parte das suas atrações como pertencentes à vizinha Aveiro. Como município, engloba a cidade homónima, as Gafanhas da Nazaré, da Encarnação e do Carmo e São Salvador. É atravessada pelo Canal de Mira e o de Boco. A Ria de Aveiro torna esta região muito especial, principalmente na forma como “isola” as praias da Barra, da Costa Nova e da Vagueira (Vagos), passando entre estas e as Gafanhas da Encarnação, do Carmo e da Boa Hora (Vagos).

O que visitar:

Museu Marítimo: foi todo renovado em 2001, ano em que passou a incluir o Bacalhoeiro Santo André, convertido em museu. Desde 2013 tem o Aquário dos  Bacalhaus, uma exposição que homenageia a relação dos portugueses com este peixe. É um museu completamente voltado para o mar e para a relação que o município tem com a Ria de Aveiro. A entrada custa 6€.

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Navio-Museu de Santo André: fica na Gafanha, virando à direita antes da ponte da Barra. Na mesma zona temos o Forte da Barra. A entrada custa 3,5€ (ou 8€ se combinado com o Museu Marítimo).

Ilhavo

Bíblioteca Municipal: já quase não se fala de bibliotecas municipais, porque deixámos de as frequentar desde que a internet passou a ocupar grande parte do nosso tempo. Este edifício, juntamente com o Museu Marítimo e com a Casa da Cultura, simboliza a modernização da arquitetura da cidade.

Casa da Cultura: fica na cidade e é casa de inúmeros espetáculos de dança, concertos e teatros.

Fábrica da Vista Alegre: quem não conhece a Vista Alegre como marca de porcelanas?

A fábrica formou uma pequena aldeia, com capela, palácio, creche, residências, enfermaria, refeitório, associação de trabalhadores e, claro, a fábrica em si. O museu foi todo renovado de 2014 a 2016 e passou a incluir dois fornos. Conta também com as lojas outlet e Bordalo Pinheiro, hotel, cafetaria e capela. A entrada no museu pode ser combinada com o museu marítimo por 9€. Isolada, custa 6€, e inclui a entrada na capela. Já fomos ao museu mais do que uma vez, e todas as vezes gostamos do espaço. Ficar afastada da cidade dá-lhe um sossego muito característico.

Ilhavo

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Farol da Praia da Barra: fica, claro, na praia da Barra, junto ao canal onde a ria se junta ao mar. Foi terminado em 1893 e já foi um dos maiores da Europa, com os seus 288 degraus até ao topo. Portanto, não é uma subida para todos. Se seguirem até ao final da Barra, do lado direito, vêem São Jacinto do outro lado. Muito esporadicamente (mesmo muito) vêem-se golfinhos. Abre a visitas às quartas-feiras à tarde.

Ilhavo

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Paredão da Praia da Barra: este paredão foi feito com pedaços da antiga muralha de Aveiro. Separa aquilo que chamamos de praia da Meia Laranja da praia Nova.

Palheiros da Costa Nova do Prado: As famosas casinhas de madeira, às riscas coloridas, branco e vermelho, branco e azul, branco e verde ou branco e amarelo. Guardavam os materiais de pesca ou serviam para salgar o peixe. Já restam poucas porque, até se perceber o verdadeiro potencial turístico dos palheiros, podiam ser construídas casas com qualquer estilo arquitetónico. Ficam na via principal, têm varandas, canteiros de flores e são pequeninas. Toda a gente pára para tirar fotos e, claro, há sempre quem abuse e abra a cancela para se sentar no interior da cerca. Não façam isso sem autorização, são propriedade privada. Já repararam na nova marca de loiça que se chama Costa Nova? A inspiração do logo é exatamente estes palheiros. Aproveitem para ir a praia, passear junto a ria ou perderem-se pelas ruelas que vão dar ao mar.

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Cais Criativo da Costa Nova: foi inaugurado em 2016, obra de Nuno e José Mateus, do gabinete ARX Portugal. A sala de espetáculos leva 200 pessoas sentadas. Representa um navio invertido. É possível andar sobre o telhado.

Mercado de Peixe da Costa Nova: vale a pena visitar, mesmo que não seja para comprar peixe ou marisco. Perguntem aos vendedores como se fazia a pesca antigamente. Eles explicam-vos como utilizavam parelhas de bois para puxar as redes à chegada dos barcos, algo que atualmente é feito recorrendo a tratores. Perguntem se ainda podem assistir à Arte Xávega, o método artesanal para puxar a xalavar do mar. Sabemos que na praia da Vagueira e a de Mira ainda praticam a pesca artesanal, mas é algo que corre o risco de desaparecer se não houver apoios. A Raquel assistiu muitas vezes em miúda.

Se tiverem crianças que precisem de desgastar energia, podem divertir-se no mini-golfe junto ao Clube de Vela, com vista para a ria.

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Quando visitar:

A visita a Ílhavo deve ser combinada com Aveiro e Águeda, preferencialmente no verão, para se poder aproveitar o bom tempo, mas não vamos mentir. As praias são ventosas, a água é quase gelada e as noites podem ser frias. Em agosto decorre o Festival do Marisco da Costa Nova. Também não deixa de ser charmosa no inverno. Em dezembro acontece o Aveiro Exudus Fest, um evento com o apoio da National Geographic. A cada 1 de janeiro o evento do primeiro mergulho do ano é realizado na praia da Barra. Durante o inverno é agradável passear no passadiço de madeira.

Onde dormir:

Montebelo Vista Alegre Hotel: fica a 8km de Aveiro, dentro do complexo fabril da Vista Alegre, e faz parte da renovação que englobou o palácio, a Capela Nossa Senhora da Pena, o Bairro Operário, o Teatro e o Museu. É um hotel de 5 estrelas com uma bela vista para o rio Boco. Falamos aqui da nossa experiência.

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Hotel Costa Nova: recria a fachada dos palheiros e fica na praia da Costa Nova, não em primeira linha de praia, mas próximo da Ria de Aveiro.

Hotel Ílhavo Plaza: fica em Ílhavo. Pelas fotos é agradável, mas não achamos que se justifique ficar em Ílhavo.

Casa da Ria: fica pertinho do Hotel Montebelo, é um turismo rural que permite uma estadia mais caseira, mas de qualidade.

Podem dormir num palheiro tradicional, renovado para o efeito. O preço é definido precisamente pela singularidade da estadia e pela raridade em conseguir encontrar um palheiro nos dias de hoje.

Onde comer:

Barba Azul: casa de sushi. Já falámos em Aveiro do nosso fascínio pelo Subenshi, este é do género, e não é por acaso.

Pizzaria Brasão: o serviço é demorado e mau, mas nós gostamos das pizzas.

Duna do Meio: já à entrada da Costa Nova, serve principalmente marisco e peixe grelhado.

Na hora da sobremesa há duas gelatarias onde paramos, a Sherbet e a Milano. Para tripas de Aveiro e bolachas americanas nós vamos ao Zé da Tripa. O Tiago diz que uma de chocolate inteira é muitas vezes demasiado, quem viveu na região sabe que tem que  se comer uma inteira. Devem comprar uma tripa de chocolate e/ou ovos moles. Se houver fila, isso só vos mostra como é uma iguaria.

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Bares de praia, a Raquel frequentava dois, o Bronze (Costa Nova) e o Offshore (Barra). Antigamente havia uma discoteca (Quebramar) em pleno areal, entre as duas praias. De vez em quando há festivais ou concertos organizados nas praias. Só como curiosidade, o Bronze Seafood & Lounge Bar foi nomeado pelos escritores de viagem do The Guardian como um dos dez melhores restaurantes de praia.

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