MUSEU DO CARMO (PORTUGAL)

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D. Nuno Álvares Pereira, o Condestável do Reino, fundou a igreja do Carmo em 1389, local onde foi sepultado. Hoje, os seus restos mortais estão em Campo de Ourique, na Igreja do Santo Condestável, mas a importância que dava a esta igreja trouxe reconhecimento ao Convento do Carmo. A localização não podia ser melhor. Junto ao Rossio, com vista para o castelo, e uma construção impressionante, capaz de rivalizar com a Sé e com o Convento de S. Francisco. A igreja e o convento da Ordem das Carmelitas foram um símbolo gótico da cidade até ao terramoto e incêndio que se seguiu, em 1755. O edifício ficou muito destruído, tendo se iniciado a sua reconstrução, em estilo neogótico, no ano seguinte. Quando se extinguiram as ordens religiosas, em 1843, decidiu-se não terminar o convento, ficando as naves a céu aberto, com um ar de ruínas, tornando o convento do Carmo um símbolo do terramoto de 1755 e da destruição que causou na cidade. Diz-se que a muito conhecida expressão portuguesa “cair o Carmo e a Trindade” vem, precisamente, da forma como os dois conventos ficaram devastados em 1755.

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Museu Arqueológico do Carmo

O Museu Arqueológico do Carmo alberga colecções de arte e arqueologia de diferentes proveniências. O primeiro museu de arqueologia do país foi fundado em 1864 para salvaguardar o património nacional que se ia perdendo na extinção das Ordens Religiosas e com os estragos causados pelas Invasões Francesas e as Guerras Liberais. Pode não ser dos museus portugueses mais antigos, mas o acervo, e o próprio edifício, fazem parte da história medieval portuguesa. Inicialmente funcionava como uma espécie de armazém de  obras sobreviventes, recebendo painéis de azulejos, fragmentos de esculturas, pedaços de pedras que tinham importância arqueológica. Ainda é um bocadinho confuso circular pela nave central, encontrando fragmentos de diversos edifícios que parecem não se misturar. Há janelas, lápides, colunas, esculturas, várias peças oriundas de palácios, conventos e capelas que já não existem. Destacamos a múmia pré-colombiana peruana, cuja presença desconhecíamos por completo quando visitámos a Juanita em Arequipa.

O museu esteve fechado de 1995 a 2001, devido às obras do metro que puseram o espaço em risco. Para conservar o espaço, este foi desmontado e novamente montado.

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Preço:

A entrada custa 5€, excepto os bilhetes com desconto, que custam 4€.

Horário:

Funciona de segunda-feira a sábado, das 10h às 18h (até às 19h de maio a setembro).

Visitas guiadas:

Decorrem durante 30 minutos, em inglês, português, francês, espanhol e italiano. São gratuitas e é necessários perguntar se há alguma prevista.

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Lisbon Under Stars

Para quem quer conhecer o espaço de uma forma mais imersiva, pode encontrar esporadicamente os espectáculos de OCUBO (a mesma das projeções de natal no Terreiro do Paço). OCUBO e o MAC (Museu Arqueológico do Carmo) unem-se e utilizam as paredes das ruínas para contar a história da cidade e do país. Música, dança e projeções multimédia, fazem deste espetáculo algo único, tendo ganho o Prémio de Melhor Evento Cultural pela Bea World em 2018.

Amália Rodrigues, Fernando Lopes Graça, Luis Freitas Branco, Madredeus, Salvador Sobral e Zeca Afonso são as vozes cantadas que se ouvem no espetáculo. Que conta também com a participação especial de Mariza, Rão Kyao, Teresa Salgueiro, Coro de Câmara Lisboa Cantat, Orquestra de Câmara da GNR e Tocá Rufar, com Paulo Marinho. A voz de Catarina Furtado relembra a história de Portugal, passando por momentos como a Batalha de Aljubarrota, os descobrimentos, o terramoto de 1755 e o 25 de Abril de 1974. Dança não falta, com os bailarinos da Companhia Clara Andermatt e da Companhia Nacional de Bailado a interagirem com as paredes das Ruínas. Mas não é tudo, mesmo para os amantes de arte urbana, não faltam razões para assistir, com os trabalhos de Add Fuel, Daniel Eime, The Super Van by Vanessa Teodoro e Alexandre Farto (Vhils). A graça deste espetáculo é a possibilidade de se circular livremente, sendo aconselhado assistir em pé.

Foi apresentado pela última vez em setembro de 2019 e os preços variaram entre 10€ e 15€.

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Museu Arquelógico do Carmo

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