Quem, como nós, adoraria ver baleias de perto? Já vimos, ao longe, nas Galápagos, mas não estávamos satisfeitos, queríamos mais. Consoante a época, há um maior ou menor número de espécies ao largo da Islândia, mas as baleias de bossa são vistas quase garantidamente. As baleias de bossa ficam todo o ano nas águas que envolvem a Islândia e podem ser vistas em tours a partir de três cidades principais: Dalvik, Husavik e Reykjavik.
Ficávamos satisfeitos com um tour em que víssemos várias baleias, mas optamos por deixar livre no calendário, além da manhã com o tour reservado a partir de Dalvik, também a manhã seguinte, para o caso de não termos sorte na primeira.
Reservámos os nossos três tours com a artic adventures, o que nos deu 10% de desconto. No entanto, por lapso do funcionário, acabamos por fazer a reserva com partida de Reykjavik, o que só percebemos na véspera. Os funcionários foram cinco estrelas e corrigiram logo a questão, mas já não conseguimos ir no RIB. O RIB é um barco a motor mais rápido e mais pequeno, conseguindo chegar mais perto dos cetáceos. Nós fizemos o tour normal, que inclui também pesca em alto mar (o RIB não).
Quando chegam ao escritório é-vos dado um fato que vestem por cima da vossa roupa. Agasalhem-se bem que depois de saírem do porto o tempo arrefece.
O barco está ancorado no porto e é um barco de pesca tradicional. No RIB, o colete é logo vestido, já no barco de pesca, podem ir sem colete. O tour inicia-se com uma explicação sobre as baleias que rondam a Islândia e a sua “personalidade”.
Começam por ver apenas o esguichar de água causado pela respiração dos cetáceos, bem ao longe, mas, depois, o barco aproxima-se e conseguem ver perfeitamente o corpo completo das baleias. Quando elas apontarem a cauda para cima preparem-se, é porque vão desaparecer. Aguentam vários minutos debaixo de água, o tempo suficiente para as perdermos de vista. Vimos cerca de 15, nem todas perto. Os tours seguem regras rígidas quando à aproximação aos animais e distância mínima a que um barco pode ficar.
Quando o barco começa a regressar é oferecido um chocolate quente e biscoitos. Podemos repetir as vezes que quisermos até acabar o stock.
E começa a pesca! Uma cana a cada um, uma breve explicação da técnica, e meia hora para experimentar. Se não pescarmos um único bacalhau temos direito a castigo. “Não há grelhado no fim”, avisa-nos a guia. Conseguimos pescar três, e a Raquel foi responsável por um deles. A guia, islandesa, prepara os peixes em filetes, ainda no barco, e explica-nos que o bacalhau é o seu peixe mais comum. Nos barcos industriais tudo se aproveita. Para os espanhóis e portugueses, inicia-se logo o processo de seca. Para a Nigéria vão as partes que sobram, para uma iguaria local. Os islandeses consomem uma percentagem mínima do seu peixe, todo o resto é exportado.
O barco chega ao porto e seguimos para o escritório. Tiramos e devolvemos as roupas e somos chamados para testar a iguaria que pescámos. Para muitos portugueses, o bacalhau fresco não sabe a bacalhau, mas a Raquel prefere assim. Estava muito saboroso, até ficámos para o fim para “limpar a grelha” e comermos o suficiente para ficarmos já almoçados. Quando se quer poupar perde-se a vergonha! Por azar, tínhamos um casal de asiáticos que, apesar de estarem num tour de autocarro e terem o resto do seu grupo no restaurante, optaram por continuar a comer o bacalhau.
Os tours por cidade:
Reykjavik: dura 3h e inclui a entrada no Whale Watching Center, Wifi e um lanche. Custa 81€. De RIB custa 146€ e dura 2h.
Dalvik: dura 3h, inclui pesca, grelhados e lanche. Custa 73€. Em RIB custa 110€.
Nestas cidades acima pode-se combinar com papagaios do mar (puffins), na época deles.
Húsavík: esta cidade é um dos pontos fortes para ver baleias. Os tours duram 3h e dão lanche. Custa 78€. É possível fazer um tour, pelo mesmo preço, neutro em carbono, pela North Sailing. Andvari, o barco, é silencioso e amigo do ambiente (fica a dica).
Olafsvik: na península de Snaefellsnes encontram-se orcas, cachalotes, baleias de bossa, aves e focas. Dura 2 a 3,5h e custa 73€.
Entre preparativos, chegadas e partidas, acaba por durar toda a manhã. Têm uma taxa de sucesso acima dos 95% mas, se por acaso não virem as baleias, podem repetir o passeio. Nem todos os tours que referimos acima funcionam todo o ano, o ideal é irem de abril a outubro, para encontrarem a maioria dos tours em funcionamento.
Vale a pena?
Perguntámos à guia se os RIB eram melhores. Ela diz que depende, é mais frio, mas chega mais perto da baleia, se for possível, o que nem sempre acontece porque são animais, logo não ficam à espera que o barco chegue perto. Acha o nosso tour mais completo.
365 dias no mundo estiveram na Islândia de 23 de outubro a 7 de novembro de 2019
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