A aurora boreal, ou luzes do norte, é um fenómeno perseguido por muitos viajantes. Há até quem já as tenha visto em 4 ou 5 regiões diferentes, mas o fenómeno não é constante nem universal. Para as ver, é preciso conciliar a época do ano, a localização geográfica, e ter alguma sorte com o estado do tempo. As auroras são mais fortes no Canadá (norte) e na Nova Zelândia e Ilha da Tasmânia (sul).
O que são, afinal, as auroras? De forma simplista e crua, são fenómenos visuais noturnos que se visualizam nos pólos. Se forem austrais, são no pólo sul, se forem boreais, são no pólo norte. É difícil explicar em palavras, ou mesmo em imagens fixas, o que se vê. Por vezes, vê-se o céu todo iluminado, outras, é como se existisse um véu de luz que é levado pelo vento. No fundo, são partículas de luz arrastadas pelo campo magnético dos pólos. Ou seja, o vento solar atinge a Terra (magnetosfera), gerando-se corrente elétrica (a tal luz). Até parece que percebemos alguma coisa de física.
Encontrar a aurora boreal
Na Islândia, que é a única experiência que temos com auroras (neste caso boreais), a época é de outubro a março, podendo extender-se ao final de setembro e início de abril.
O truque para ver este fenómeno, em qualquer região, é ir para um lugar escuro, sem luzes artificiais, ou seja, têm de desligar tudo o que possa provocar “ruído”, sejam as luzes do carro e o próprio painel de instrumentos, seja o telemóvel. Para alguns tipos de fotos utilizam-se luzes artificiais, principalmente lanternas, mas é preciso alguma técnica.
As APP’s que recomendamos e utilizámos para encontrar a aurora boreal são várias e com diferentes fins:
- My Aurora Forecast: detecta a localização e diz-vos a probabilidade de encontrarem uma aurora boreal. Ainda permite ver num mapa onde andam as luzes por cima do ártico. Não fiquem tristes, mas elas andam quase sempre pelo Canadá e Rússia.
- Northern lights: esta é a nossa preferida, em associação com a de cima. Diz-nos se alguém viu auroras perto de nós. Têm de definir um raio em quilómetros e convém que retribuam a gentileza. Se forem vocês a ver as auroras notifiquem a APP.
- Aurora Now: faz o mesmo que a primeira. Às vezes é mais precisa porque dá mais alguns dados. Nós achamos que basta utilizar as duas primeiras, mas, no desespero, instalem todas.
- Veður: para além de auroras boreais também funciona como informação de meteorologia. É boa para alertas de tempestades.
Se uma APP vos diz que a probabilidade é só de 12%, continuem a acreditar, agora, se elas vos disserem que a visibilidade é 0%, porque o céu está 100% encoberto, desistam. Aí nunca falham.
Como fotografar uma aurora boreal:
- Com smartphone – terão de usar os mesmo princípios de uma máquina fotográfica e recorrer ao modo manual (ou uma app paga que faça este trabalho por vocês);
- Com máquina fotográfica:
- Coloquem-se numa localização com a menor luz artificial possível;
- Tripé é um acessório obrigatório (posicionem a máquina da forma mais estável possível, de preferência protegida do vento, uma constante na Islândia);
- Podem utilizar uma lanterna de cabeça para se moverem nos menus da câmara (mais prático do que pegarem no telemóvel e pode ser também usada para iluminar artificialmente alguns “bonecos” com pessoas);
- Coloquem a objetiva em foco manual no infinito;
- Coloquem a máquina em modo manual:
- Abertura máxima (F mínimo);
- ISO – sugerimos um valor entre 500 e 800;
- Velocidade – comecem com 5 segundos, por exemplo (é provável que tenham de aumentar o tempo de exposição até cerca de 15 segundos se for uma noite muito escura e/ou uma aurora pouco intensa);
- Utilizem um comando remoto, disparo com atraso ou temporizador (como vão fazer longas exposições, não podem “abanar” a máquina ao carregar no botão de disparo);
- Podem e devem editar em pós-produção, mas não exagerem 😉
365 dias no mundo estiveram na Islândia de 23 de outubro a 7 de novembro de 2019
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