Chegamos ao sul depois de algumas paragens e caminhadas vindos do leste. Encontramos um clima mais aberto, com menos nuvens e menos neve. Voltamos a ver a cor da terra e ficamos com esperança de voltar a ter um vislumbre das auroras boreais, que já não víamos há duas noites. Apreciamos o anoitecer na estrada, do lado esquerdo vemos o mar e as praia de areia negra (origem vulcânica), do lado direito vemos montanhas e glaciares. Apesar de o dia nos estar a fugir, não resistimos a mais algumas paragens para fotografar o pôr-do-sol.
Ao chegar ao nosso alojamento está afixada a probabilidade de ocorrerem auroras: nível 2. Mas há um casal que diz que há quem tenha visto a 100km. O que são 100 km para uma aurora boreal? Com sorte vê-se daqui, nem que seja pouquinho. Voltamos para o quarto e apagamos as luzes. Sim, elas estão ali.
Faz muito frio à noite. Vestimos os agasalhos, vamos buscar o tripé ao carro e procuramos um bom local. Não precisámos de nos afastar da guesthouse, o céu está estrelado, não há muito ruído luminoso e as fotos ficam bastante boas. Se têm dúvidas de como encontrar e fotografar auroras boreais têm um artigo nosso onde explicamos, aqui.
A partir desta noite, na guesthouse, passamos a ver mais turistas em todo o lado. Já estamos muito mais próximos de Reykjavik, sendo possível fazer tours de um dia a partir da capital. Se, por um lado, a paisagem é mais variada, por outro, temos demasiada gente em quase todas as paragens.
O que fazer:
Vatnajökull Glaciar: é o maior glaciar da europa e durante largos quilómetros pelo sudeste da Islândia ele está sempre à direita da estrada (quem vai em direção a Reykjavik), umas vezes mais perto, outras mais longe.
Diamond Beach: fica na “foz” do lago Jökulsárlón e recebe as peças de um puzzle glaciar (glaciar Breidamerkurjokull) que se soltam e viajam até ao mar. Muitos ficam presos na praia e, à medida que se vão partindo e derretendo, encontram-se pedaços cada vez mais pequenos, espalhados pela areia, como diamantes gigantes espalhados. Talvez tenha sido dos locais onde encontrámos mais turistas, mas, depois dos autocarros saírem, é fácil ficar quase sozinho na praia. Estejam atentos ao mar, podem encontrar algumas focas. É difícil explicar como, por vezes, as paisagens excedem as expectativas. Uma coisa são os relatos, outra é estar no local a observar e ouvir pedaços de “diamantes” gigantes, do tamanho de autocarros, a chocarem uns contra os outros, empurrados pela fúria da corrente, na sua última viagem até ao mar.
Jökulsárlón Lagoon: entre a praia dos Diamantes e o glaciar fica este lago que recebe os pedaços do glaciar que se desprendem. Pelos textos que lemos noutros blogs, parece que às vezes não há muitos pedaços soltos para se ver. Bem, nós tivemos sorte, havia tantos que até faziam “fila” para seguir para o mar, onde as focas também se passeiam, solitárias. Nós ficámos largos minutos a observar o trânsito glaciar. Sozinhos, maravilhados, num silêncio apenas interrompido pelo ranger do gelo.
Andar de cavalo: é possível fazer esta atividade em todo o país, mas aqui é popular. Não o fizemos, aliás, quando acabarmos o nosso relato do país verão que, mesmo com muita coisa gratuita, gastámos cerca de 3000€ nestes 14 dias de férias. Não sentimos que andar de cavalo fosse uma mais valia para as nossas férias.
Ver as renas: já no Este tínhamos tentado ver sem sucesso, mas foi no Sul que, sem contar, as vimos numa reserva junto à estrada.
Andar de barco no lago: por 6.900 ISK é possível dar um passeio de barco na lagoa e navegar entre os pedaços de glaciar que flutuam. Vimos um barco ficar preso no gelo e ser rebocado. Também não achámos que fosse uma coisa que queríamos mesmo fazer (face ao preço).
É possível navegar noutra zona mais pequena, Fjallsárlón. Esta é uma boa zona para ver o glaciar mais perto.
Andar de snowmobile: é possível andar de snowmobile sobre o glaciar. Quem já o fez diz que é muito bom. No nosso tour da Into the glacier, contámos que era possível fazer também nas Highlands, aliás, os veículos estavam dentro do túnel.
Ice Caves: há várias grutas de gelo que podem ser visitadas, os textos que lemos dizem que estão demasiado lotadas e que são muito mais pequenas do que parecem. Pareceu-nos algo demasiado caro para todas essas contrariedades, apesar de à primeira vista parecer uma coisa que quereríamos mesmo fazer.
Andar no glaciar: também não o fizemos no Perito Moreno, na Argentina, porque estávamos em modo low cost, e aqui também não achámos necessário. O clima é tão instável que corremos o risco de pagar para caminhar sem ver nada à frente. Sabemos que há sítios onde as pessoas o fazem de forma independente, com crampons, mas pode ser muito perigoso! Recomendamos vivamente que não o façam.
Skaftafell: começou por ser uma quinta privada, mas a igreja ficou com ela. Mais tarde, a monarquia dinamarquesa tomou posse dos terrenos. Ainda é possível ver as ruínas da antiga quinta em Gömlutún. A sua vista para as montanhas, a vegetação, as planícies férteis, e a presença do maior vale com origem num glaciar, tornaram estas terras no Parque Nacional Skaftafell, em 1968. Já em 2008 passou a integrar o Parque Nacional Vatnajökull.
Tem parque de campismo, chuveiros, eletricidade e máquinas de lavar roupa. Acampar não fica muito caro (podem ver os preços na página) e o estacionamento custa 750 ISK. O formato de pagamento é muito evoluído. A câmara lê a matrícula e é só inserir a nossa na máquina e pagar, exactamente como se pagam as portagens no túnel no norte, falámos nisso aqui.
Dentro do parque há um centro de visitantes, aberto todo o ano, que vos pode indicar as melhores trilhas. Há jovens que se oferecem como guias para ir a grutas de gelo, mas achamos uma atividade perigosa para não a fazer com um guia certificado.
O percurso dentro do parque é tão grande quanto quiserem. Até Svartifoss e o glaciar Skaftafellsjökull o percurso é curto. Quem quiser ser arrojado, pode chegar até ao Morsárdalur e à montanha Kristínartindar. Acampar é a solução para subir o topo de Hvannadalshnjúkur.
- Svartifoss: esta cascata fica dentro do Parque Nacional Skaftafell, que por sua vez pertence ao Parque Nacional Vatnajökull. A caminhada é leve, são 1,9 km. É interessante porque tem imensas colunas de basalto.
Monumento Skeiðará: o vulcão Vatnajökull entrou em erupção em 1996. Apesar de a ponte estar preparada para as correntes de lava, não estava preparada para os grandes pedaços de glaciar que foram arrastados para a a base da ponte. O pedaço arrancado está exposto como monumento e símbolo da força da natureza. Não temos fotografias porque já escurecia.
Lómagnúpur: uma das montanhas mais fotografadas. Fica na Ring Road e tem 688 metros de altura. As lendas islandesas contam que um dos protetores (do sul) da ilha mora no topo da montanha.
Kirkjubæjarklaustur: enquanto vila não tem grande interesse, mas pode ser um bom ponto de reabastecimento, com bombas de combustível, banco, correios e supermercado. Aqui tem o Kirkjugólf (traduzido será qualquer coisa como chão de igreja). Trata-se de um pavimento em colunas de basalto natural, semelhante à Calçada dos Gigantes na Irlanda. Perto encontram o vulcão Eldgjá e as crateras Laki.
Canhão Fjaðrárgljúfur: este paragem passa logo para o top 10. É, sem duvida, dos sítios mais bonitos e únicos. Tem um guarda florestal a vigiar, para não haver excessos. A caminhada é fácil e tem dois pontos de paragem para uma vista panorâmica. Também tem dois pontos de entrada, sendo o mais alto menos concorrido. O canhão tem a forma de uma serpente, com 2km de comprimento e uma altura de 100m. Pertence ao Geopark Katla.
Campos de lava Eldhraun: chegámos e só estávamos nós e dois homens a voar um drone. Quase todas as atrações na Islândia são grátis, apesar de muitas serem em terrenos privados. Começa a levantar-se a questão do excesso do turismo e de impor bilhetes de entrada para que as estruturas possam ter vigilância, casas de banho e alguma responsabilização por parte dos visitantes. Chocados, vimos o piloto do drone colocar os seus acessórios em cima dos campos de lava, como a bolsa do drone, a outra máquina que tinha e um tripé. Também vimos várias pessoas pisarem os campos, destruindo o musgo que reveste as rochas com origem na lava.
Hjörleifshöfði: esta rocha encontra-se no meio da praia de areia negra Mýrdalssandur. No topo da rocha encontra-se o túmulo de Hjörleifur, irmão de Ingólfur Arnarsson, um dos primeiros colonos. Chovia, por isso só fomos à gruta, mas há trilhas à volta da rocha para subir. São 3 horas de caminhada (7km) e, do topo, vê-se o glaciar Mýrdalsjökull, o vulcão Katla e a praia. A gruta do Yoda, por causa da forma, é famosa desde que serviu de cenário para o filme Star Wars.
Praia de areia negra: é uma praia de areia preta em Vik. Perde um pouco do encanto com o vento, porque não dá vontade nenhuma de caminhar, mas também assim é bonito. O monumento é uma homenagem aos marinheiros que se perderam no mar.
Reynisfjara: visitámos este local num dia ventoso, mesmo muito ventoso. Uma imensidão de gente seguia para a praia, lutando contra o vento de forma cómica (e inclinada). As ondas nesta zona são muito traiçoeiras e há relatos de turistas apanhadas desprevenidos, apesar de todos os avisos.
Ficámos no carro e ver aquele mar de gente com horário para cumprir que não pode esperar que o vento acalme. As colunas de basalto hexagonais são muito bonitas, talvez perigosas, apesar disso toda a gente se esforça para as trepar, inclusive nós, à procura daquele boneco único.
Reynisdrangar: no mar encontram-se umas formações rochosas que, segundo as lendas, são trolls que foram congelados e transformados em rocha. Estas formações rochosas aparecem na sétima temporada da Guerra dos Tronos.
Vík: é uma cidade simpática, não muito grande, com uma igreja no topo da cidade. Tem uma vista desafogada para Reynisdrangar. Ainda pensámos ir à piscina da cidade mas… estava muito vento.
Dyrhólaey: fica junto a Vík. Trata-se de uma península com um farol. Chovia horrores, o vento era intenso, e, se há momento em que tivemos medo de ser arrastados perigosamente, foi aqui. De origem vulcânica, já foi conhecida como a ilha Door Hill (algo como a porta da colina), hoje está ligada à ilha principal. É o ponto mais a sul do país e faz parte da Ring Road, sendo uma atração turística. A grande atração é o arco rochoso, grande o suficiente para que um piloto de ultraleve conseguisse atravessá-lo em 1993.
Sólheimajökull: neste glaciar é possível ver muitas pessoas a caminhar sobre ele (em visitas guiadas). Para já, porque é perto de Reykjavik (158km), mas também, como não está encaixado nas montanhas, tem uma vista desafogada para a costa.
Solheimasandur Plane Wreck: aqui decidimos fazer algo que nunca fizemos. Acordar cedo e chegar à atração antes de todos. Com sucesso! Saímos do hostel não muito cedo, perto das sete e meia, porque nada nos valia estar sozinhos no avião antes do dia amanhecer. A caminhada contra o vento é dura, mas faz-se relativamente bem. Parece mais longa do que na realidade é porque se faz a direito, numa paisagem a preto e branco, sem qualquer variação.
Um avião no meio de uma praia, num terreno privado? Porquê? A história é simples e tem um final mais feliz do que parece ao ver os destroços. Em 1973, um avião americano ficou sem combustível e despenhou-se numa praia de areia negra (Sólheimasandur). Não houve feridos e os destroços, nunca retirados. Antigamente havia um acesso fácil, mas, como passava num terreno privado, foi fechado. Agora a caminhada é longa (cerca de 60 minutos para fazer 4km), mas continua a ser grátis. Paga-se um shuttle se não quiserem andar (ida e volta são cerca de 2.500 ISK, das 10h às 17h). Tornou-se um destino famoso ao aparecer num videoclip do Justin Bieber.
Kvernufoss: já viajámos para destinos adorados por asiáticos várias vezes, como na Turquia, mas são turistas bastante fortes na Islândia. Vêm em grande número, munidos de equipamento fotográfico de fazer inveja, e fazem tours privadas. Aqui, nesta cascata quase escondida junto ao museu Skogar, encontrámos uns noivos muito motivados em tirar as melhores fotos (não esquecer o frio). A cascata é grátis, mas o parque pertence ao museu, e em teoria não se pode estacionar. No caminho é habitual ver cavalos a beber água.
Museu Skogar: o museu tem vários edifícios, como um museu das tradições e lendas, um museu a céu aberto e um museu técnico. Se quiserem ler mais sobre eles, há mais informações na página. Os bilhetes custam 2.000 ISK.
Skógafoss: a água desce 62m ao longo de 25m, tornando-a das cascatas mais impressionantes do país. A força da água faz com que seja impossível chegar próximo sem se molhar. Tem ainda um acesso lateral que nos permite ver a cascata de cima. Aqui muitos falam em ser possível tirar fotos com um arco-íris.
Seljavallalaug: é uma piscina acessível numa caminhada de 20 minutos. Não é vigiada, por isso, a limpeza do espaço depende da higiene e civismo de quem a frequentar. A água, pelo que lemos, não está muito quente, a sua temperatura não ultrapassa os 30º. Atrai pela natureza que a envolve e pela fama que ganhou nas redes sociais. Em 2023 fará 100 anos. Não fomos.
Erupção de Eyjafjallajökull: lembram-se da erupção de 2010 que nos impossibilitou a todos de voar por uns dias por causa das cinzas? O edifício “evocativo” permanece, mas o museu fechou em 2018.
Cerca dos soutiens: não temos fotografia porque vimos em viagem e achámos que tínhamos visto “mal”, mas depois a Raquel foi procurar mais informações sobre isto. Começou por ser uma brincadeira numa festa. Roubavam soutiens de estendais e punham na cerca. Hoje em dia, várias turistas contribuem para a coleção. Existe algo do género na Nova Zelândia.
Seljalandsfoss: nos nossos relatos temos falado de várias cascatas, mas esta é diferente. A água cai de uma altura de 60 metros, mas aqui temos a possibilidade de a contornar, passando por trás da queda de água. Há um percurso circular, fácil, mas que se pode tornar escorregadio se houver um grande fluxo de visitantes.
Paga-se o parque (800 ISK), mas é fácil avançar e encontrar uma zona onde parar sem grandes problemas (cuidado com as paragens nos terrenos privados). Tem pequenas cabanas que vendem snacks, bebidas (incluindo café), souvenirs e as famosas malhas islandesas.
Gljufrabui: uma cascata escondida, mas famosa. O caminho para lá chegar é fácil, mas tenham o cuidado de não invadir os terrenos privados. Para a ver é necessário entrar numa espécie de canhão entre os penhascos, onde é preciso alguma destreza para não molhar os pés. Podem estacionar aqui e caminhar até à Seljalandsfoss.
Þórsmörk (o Vale de Thor): é uma das caminhadas mais interessantes do país, mas só aberto no verão. Fica entre os glaciares Tindfjallajökull e Eyjafjallajökull. A trilha Laugavegur é das mais procuradas. Há várias, de 12h, 2 ou 4 dias. Também já apareceu em GOT na temporada 7, episódio 6.
Faxi: uma cascata pequena, em altura, mas com 80 metros de comprimento. Pode ser difícil chegar até lá no inverno. Nós não fomos.
Ilha Heimaey: é possível chegar à ilha de ferry a partir de Landeyjahöfn.
Gluggafoss: uma cascata que fica entre duas quintas, Hlíðarendi e Múlakot. É possível subir para ver a cascata de cima.
Quinta Keldur: no sul da Islândia as casas de turfa são menos comuns, mas existem duas grandes quintas, esta e a de Austur-Meðalholt, agora transformado no Museu Skogar. Abre no verão e a entrada é paga. Não fomos a Keldur, mas vimos algumas no percurso, dentro de quintas particulares, como a da fotografia abaixo.
Hrunalaug Hot Spring: é um terreno privado com um geysir e uma piscina de água quente. Os donos conservam o espaço cuidado, inclusive com uma zona de balneários. Pelo serviço recebem em troca 1.000ISK, 10€ ou 10$.
Bruarfoss: o caminho mais curto pela zona residencial foi fechado a não moradores e passou-se a aceder à cascata exclusivamente por um parque de estacionamento criado para o efeito. São 4km de caminhada a direito, fácil, e muito interessante. Caminhem atentos, pois vão encontrar várias zonas onde vão querer parar. Vale a pena a visita!
Keriđ: se há sítio que nos tinha criado expectativas e que nos desiludiu foi esta cratera. Estava a nevar, a entrada pagava-se e, no final, não vimos nenhum lago com uma cor azul fantástica. Vimos um lago gelado, branco por estar coberto de neve, e ficámos bastante desiludidos. O tempo aqui passado foi curto, porque não encontrámos razão para desperdiçar muitos minutos. No dia seguinte percebemos que se não tivesse nevado teríamos uma impressão completamente diferente. Vimos fotos do casal português que conhecemos em Silfra.
Laugarvatn Fontana: chegámos até estas piscinas comprando o bilhete pela internet com 25% de desconto. É bonita e tem ligação a um lago. Têm vários serviços, como buffet de almoço ou jantar, ou um tour para fazer pão. O preço é de 3.800ISK e podem ficar lá todo o dia. Foi relaxante e divertido, porque encontrámos um grupo grande de portugueses bastante barulhento.
Reykjadalur Hot Spring Thermal River: não imaginam as voltas que demos para tentar chegar aqui, sem sucesso. Havia obras no caminho e a estrada estava fechada. Não conseguimos lá chegar, apesar de vermos os carros no parque e o vapor. Ficámos com pena, mesmo sabendo que provavelmente chegávamos lá e estava cheia de gente. É uma piscina natural e implica uma subida de 3km, cerca de 45 minutos. É grátis, por isso enche, mas o rio é longo, existindo espaço para todos. Tem também umas fumarolas e algumas mini-lagoas são demasiado quentes. É preciso ter algum cuidado.
Raufarhólshellir: este túnel de lava fica a 30 minutos da capital. Custa 6.900 ISK em caso de pré-reserva ou 7.400 ISK ao preço normal.
Círculo Dourado: este país é um mundo de atrações, tem dezenas de cascatas, vários glaciares, muitos rios, uma fauna variada e uma história rica. Há pontos de interesse mais famosos que outros, geralmente pela quantidade de gente que fala neles e pela sua facilidade em lá chegar. No topo estão o círculo dourado, a lagoa azul, a praia dos diamantes e Reynisfjara, o lago Jökulsárlón, e os parques nacionais Thingvellir e Skaftafell. O círculo dourado fica no sul e inclui Gullfoss, Thingvellir e Haukadalur. Visita-se bem num dia a partir de Reykjavik e ainda pode ser combinado com uma ida a Fontana ou Secret Lagoon (piscinas termais), Bruarfoss e Keriđ. Podem ler sobre o golden circle aqui.
Montanha Kerlingarfjöll: é uma das imagens de marca do país, o sítio onde o gelo e o fogo se encontram. A montanha com três trilhos, um fácil (3km), um médio (rota circular de 3 dias, 47km) e um difícil (7 km). O fácil percorre o campo geotermal de Hveradalir. Podem ver aqui os três roteiros. Na altura em que fomos a neve era excessiva, nós nem tentámos, mas quem tentou desistiu. Tem restaurante, alojamento e parque de campismo para tendas e caravanas. Já foi cenário de filmagens.
Diz a lenda que Kerling era um troll (mulher) que não chegou a casa antes do nascer do sol e, assim, foi transformada numa rocha. Essa rocha tem cerca de 30 metros de altura. Esta montanha só é acessível por uma F-road, ou seja, por veículo 4×4.
Onde dormir:
Guesthouse Nypugardar: dormimos bem perto de Höfn, numa fazenda simpática. Fomos recebidos por uma rapariga que fez Erasmus em Espanha, mas que visitou Lisboa várias vezes. Decidimos jantar no restaurante da guesthouse, porque não tem cozinha. Ao acordar abrimos as cortinas e olhamos para fora. Vemos melhor a localização da guesthouse. Fica “isolada”, junto ao mar, e tem um ar simpático. A vista para o glaciar permite perceber porque estamos perante o país do fogo e gelo. Estamos a ver o glaciar em três frentes, e parece gigante. Mas sabemos que é muito maior do que aquilo que vemos, estendendo-se para o interior da ilha. O pequeno-almoço é caseiro e suficientemente variado. O quarto tinha casa de banho privada.
Fosshotel Núpar: fica entre Skaftafell e o Canhão Fjaðrárgljúfur. Enquanto hotel é simples, mas suficiente, fica no meio de um campo de lava. O quarto tinha casa de banho privada, com grandes janelas e um alpendre com vista para os campos.
The Barn: em Vik ficámos num espaço com pinta, mas onde nem tudo correu bem. Os quartos privados eram caros, os apartamentos para dois caríssimos, e acabámos por ficar numa camarata com 2 beliches de casal, onde correu tudo mal. O espaço é porreiro, mas a Islândia é muito concorrida. Com diferentes culturas chegam hábitos diferentes. Entrámos dentro do quarto e cheirava mal, terrível. Uma mistura de chulé e comida estragada, não sabemos explicar. Além disso, o ocupante da cama por baixo da nossa esteve sempre a pousar coisas por cima das nossas malas. A cozinha é boa, mas também estava instalado o pânico, com raparigas a usarem o forno para um prato vegetariano e uns rapazes a porem T-bones num prato (que se partiu com o calor) no mesmo forno, com o suco da carne a pingar sobre o prato vegetariano. Conclusão, já não temos idade nem disposição para quartos partilhados (algo que já tínhamos concluído antes, mas arriscamos pelo aspeto do hostel).
Hótel Hvolsvöllur: os quartos eram razoáveis, tinha jacuzzi exterior e o pequeno-almoço era bom. Tinha uma máquina de panquecas. Aqui falámos com um guia islandês que veio meter conversa connosco.
Pelo caminho encontram vários espaços interessantes e com pinta, tanto pelo aspecto como pela localização e vista. Nós não somos de partir sem reservar onde dormir, quando temos objectivos diários.
Onde comer:
Jantámos nos hotéis e almoçámos sempre no carro coisas fáceis de preparar. Nestes dias comemos muitos hambúrgueres. E eram bons.
365 dias no mundo estiveram na Islândia de 23 de outubro a 7 de novembro de 2019
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