Todos temos uma praia de infância, aquela praia onde os nossos pais nos levaram vezes sem conta. Aquela praia a que voltámos vezes sem fim quando começámos a conduzir ou a praia onde morámos toda a vida. Não tem de ser a praia mais bonita do mundo, geralmente é só a mais acessível, ou a que fomos mais vezes. Foi assim que fomos parar a Vila Praia de Âncora, a casa da Inês, do blog Sempre entre Viagens.
A vila começou por ser conhecida por Gontinhães, mas mudou para o nome atual em 1924. Tem um extenso areal que vem desde o porto de pesca até à foz do rio Âncora, daí o atual nome de Vila Praia de Âncora. Fica entre a serra de Arga (onde nasce o rio) e o mar, pertencendo ao concelho de Caminha.
É uma vila à beira-mar plantada cheia de gente feliz, que se conhece bem, onde até os turistas de verão costumam ser recorrentes. É fácil encontrarem grupos de amigos nas esplanadas a beberem umas cervejas, na conversa, a contar como correu a semana de trabalho e a reclamarem do fim de semana que passou a voar. Conhecemos pessoas simpáticas, que nos falaram do que gostam da região, de onde gostavam de viajar e de episódios da vida. Desfrutámos da hospitalidade da região que é a casa mãe de Quim Barreiros, Artur Fão e outros “famosos”.
Já Caminha foi ponto estratégico para defender Portugal dos espanhóis (na altura de Leão e Castela), daí as muralhas e os fortes, inclusive na ilha de Ínsua.
O que visitar:
Capela da Nossa Senhora da Bonança: Foi edificada em 1890 e fica no centro histórico da vila, com a sua fachada principal voltada para a Praça da República. É uma capela neoclássica de planta longitudinal, formada por nave e capela-mor retangulares, e uma torre sineira.
Ponte sobre a foz do Rio Âncora: permite olha para a marginal da vila e chegar até às dunas. Não aproveitámos para atravessar a ponte porque queríamos visitar Viana do Castelo afincadamente (podem ler aqui). Já prometemos voltar.
Forte da Lagarteira: É uma fortaleza militar do séc. XVII-XVIII, edificada com o objetivo de defender a costa perante a ameaça da armada espanhola. É uma fortaleza com planta em estrela, constituída por quatro baluartes laterais e bateria de três faces na fachada voltada ao rio. É imóvel de interesse público desde 1967.
Dolmén da Barrosa: É uma câmara megalítica com 9 esteios. Este dolmén bem conservado e facilmente acessível fica na Lapa dos Mouros e é património nacional desde 1910. Tem um enorme campo envolvente, o acesso é livre e pouco frequentado.
Monte do Calvário: no topo encontra-se uma capela com o mesmo nome. Subindo a escadaria chegam ao miradouro. Nós fizemos batota e fomos de carro.
Santuário da Senhora do Minho: na serra de Arga. Há uma romaria que acontece desde 1955.
Mosteiro de São João de Arga: em Arga de Baixo encontram este mosteiro com romaria em agosto. Daqui tem-se uma vista privilegiada sobre o rio Minho.
Cascata do Pincho: Existe um circuito circular de 10km. Fica em Espantar (Montaria). É só estacionar e seguir a sinalização
Trilho dos Moinhos: é possível conhecer os moinhos da Montaria e ver inclusive um a funcionar. São 42 moinhos de água. Nós já fizemos uma rota dos Moinhos em Albergaria-a-Velha, podem ler sobre isso aqui.
Ilha da Ínsua: em Moledo fica este forte na ilha que serviu para proteger Portugal de invasões espanholas. Começou por ser um convento franciscano.
Rua Direita: é a rua onde tudo acontece em Caminha, aqui estão os bares e restaurantes. Deve-se apreciar, tanto a laje da rua, como as fachadas dos edifícios. Caminhem pelas ruas e reparem nas placas que identificam a toponímia.
Biblioteca de Caminha: é um edifício contemporâneo que contrasta com as igrejas centenárias.
Igreja da Misericórdia: fica junto aos Paços do Concelho e à Câmara. É um edifício quinhentista, renovado no século 18. No ângulo da nossa fotografia fica uma praça aberta, calma, onde estivemos sozinhos, contrastando com a lotada praça do chafariz.
Chafariz de Caminha: foi construído entre 1551 e 53, no Terreiro, mas foi deslocado para o sítio do pelourinho. Fica na Praça Conselheiro Silva Torres, na zona de esplanadas. Aqui fica também a Torre do Relógio, pertencente às muralhas medievais. O relógio da torre foi acrescentado em 1673. Pode ser visitada por 1€.
Igreja Matriz de Caminha: a sua construção iniciou-se em 1428 e só terminou no reinado de D. Manuel I. Possui uma mistura de estilos, com influência espanhola. Podem ver as muralhas seiscentistas daqui. As muralhas foram acrescentadas após a restauração da independência, com o crescimento de Caminha.
Praias: há várias, como Moledo (fotografia), Vila Praia de Âncora, Forte do Cão e Foz do Minho. Ainda existe uma praia fluvial, a Praia das Azenhas.
O que comer:
Nós comemos à base de mariscos, feijoada de búzios, filetes de polvo e arroz de marisco em Âncora (Farol e Taberna)
Vamos ter de voltar para experimentar o hambúrguer de espadarte da Cafetaria Petinga Doce, na Praça da República. Vem sugerido na Evasões e ficámos curiosos. Sabiam que Vila Praia tem uma cerveja artesanal? Nós não sabíamos e não provámos, mas ficam a saber que existe, a Bemdita, ideia de Jorge Cerqueira.
Em Caminha não almoçámos nem jantámos.
Onde dormir:
Hotel Meira: uma antiga pensão familiar renovada para hotel, diz a Evasões.
Locais não faltam, desde hostels a apartamentos.
Quando ir:
Vila Praia em Flor: entre final de abril e início de maio. A vila enche-se de flores por todo o lado.
No verão, se quiserem fazer praia. Ou todo o ano, para aproveitar o que Portugal tem de melhor: as suas gentes. Também podem aprender a surfar, há escolas na linha de praia.
Queremos também falar de uma loja de artesanato português que adorámos, a Telha da Tuxa. Comprámos uma bolsa, mas cá por casa há outras obras especiais, feitas exclusivamente para nós. Para além de vender artesanato próprio, também vende peças de outros artesãos. Aqui encontram roupa, quadros, livros, carteiras, bijuteria, etc..
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365 dias no mundo estiveram em Vila Praia de Âncora e Caminha de 12 a 14 de junho de 2020
4 respostas
Oh terra mai linda! Âncora <3
voltaremos!!!!
Adoração!
Sim!