Falar de igrejas islandesas é falar das suas crenças religiosas e da sua história. No entanto não é fácil contar a história, porque a Islândia tem um percurso alargado entre várias fés. A religião inicial no país era fortemente influenciada pela cultura escandinava, o paganismo nórdico, pois fizeram parte da Noruega e da Dinamarca. O país mais tarde passou a ser católico e por fim, com a conversão da Dinamarca e Noruega ao luteranismo, a religião chegou à Islândia.
Hoje, a maioria da população reconhece-se como luterana e é a religião do estado, apesar de existir liberdade religiosa, mas também se afirmam não praticantes. Todo este percurso religioso faz com que o país tenha igrejas muito engraçadas espalhadas por todo o território. Aliás, é comum ver igrejas em quintas isoladas.
Não utilizámos nenhum critério para conhecer as igrejas islandesas. Fomos fotografando as que nos agradavam e vendo noutros artigos algumas que nos pudessem interessar e ficar no nosso percurso. Houve peripécias, como poderão ler mais em baixo.
Hallgrimskirkja
É a igreja islandesa mais famosa, fica em Reykjavik. Guðjón Samúelsson desenhou o edifício da maior igreja, juntamente com o do Teatro nacional e da Igreja de Akureyri. É inspirada nas colunas hexagonais de basalto. Pode-se subir ao topo, bem como assistir aos concertos de órgão.
Kópavogskirkja
Esta igreja modernista é de 1963. Fica no topo duma colina e tem vista para Reykjavik. Esta descobrimos numa das nossas idas às piscinas municipais.
Reykholtskirkja
Foi a primeira igreja que se destacou, fora de Reykjavik, contudo, como íamos a caminho do tour com a Into the Glacier, não chegámos a parar para a fotografar. A igreja nova tem 6 sinos na torre, dois estavam na igreja antiga, dois são da igreja de Hallgrímskirkja, um é da escola e não toca e o ultimo é novo.
Budakirkja
Fica em Búdir na península Snæfellsnes. O edifício negro fica junto ao campo de lava e à praia. Reza a lenda que um homem foi posto a girar e depois foi-lhe pedido que lançasse três setas. Posteriormente construiu-se a igreja, no século XVII, no local onde parou a última seta.
Saurbaejarkirkja
Fica nos fiordes do oeste, na praia de Rauðasandur. O edifício atual é do século XIX, mas o original é do século XVII.
Blonduoskirkja
Fica em Blönduós, e é moderna. A sua textura é pensada para que no inverno a neve se agarre e ela se “transforme” numa igreja branca.
Grafarkirkja
É a igreja católica mais antiga da Islândia, construída no século XVII. Fica no norte junto à cidade de Hofsos, mas como só pusemos o nome da cidade no mapa, o ponto ficou marcado como sendo no sul. No dia 2 de novembro quando chegámos à igreja, inicialmente estranhámos ser bastante moderna e em seguida deparámo-nos com um funeral e uma imensidão de carros. Por fim, percebemos que estávamos em Hofsos errada. Não deixa de ser uma história caricata para contar e a original ficava de fora da nossa rota. Apesar de se ter mantido em bom estado o Museu Nacional Islandês reconstruiu-a ao seu aspecto original de 1950. Não se enganem como nós: GPS: 65.87N, 19.37W
Vidimyrarkirkja
Fica no norte em Varmahlíð. O sino da igreja é de 1630, mas o edifício atual de 1834.
Akureyrarkirkja
Guðjón Samúelsson desenhou esta igreja. Os painéis de vidro são da catedral de Conventry (UK), retirados durante a 2ª Guerra Mundial, porque tinham medo que se danificassem durante os bombardeamentos. Estiveram perdidos e Akureyri comprou-os sem saber a proveniência.
Egilsstadakirkja
É uma igreja de construção moderna dos anos 60. Não temos grande história para contar aqui, mas quando íamos às piscinas vimos o edifício e achámos que tinha uma certa piada.
Bláakirkjan
Esta igreja foi construída numa fazenda, e como é habitual na Islândia, foi transferida para Vestdalseyri em 1882. Foi destruída em 1894 e reconstruída já no coração da cidade, mas ardeu em 1989. Perdeu-se um órgão de tubos no incêndio, entretanto voltou a ter um semelhante. Abre a visitantes durante o verão e em julho recebe os artistas do LungA Arts Festival. A congregação tem o seu próprio evento, o Blue Church Summer Concerts, criado em 1998.
A graça desta igreja azul clara de Seyðisfjörður, é também o caminho de cor que atravessa a rua. Falamos duma rua pintada com as cores do arco-íris. É um “spot” de fotos para turistas, tornando-a numa das mais famosas igrejas islandesas.
Strandarkirkja
Fica no sul da Islândia. A igreja existe desde do século XII, quando um grupo de pescadores foi salvo do mar. Diz a lenda que estando perdidos no mar, rezaram por auxílio prometendo em troca construir uma igreja. Era das igrejas mais ricas, por lhe serem associados vários milagres. Recebia muitas ofertas.
Vikurkirkja
Se existir uma erupção vulcânica do Katla é aqui que a população se reúne. Pensa-se que será o único edifício a sobreviver em caso de erupção e subsequente derreter do glaciar Mýrdalsjökull.
Hlidarendakirkja
Fica no sul. Aliás, é uma igreja islandesa famosa por ficar junto à quinta do herói duma das obras literárias mais famosas do país. O herói é Gunnar e o livro Njál’s Saga.
Árbæjarkirkja
A igreja foi construída em Skagafjörðu, mas quando foi construída a nova igreja, esta veio para Árbær. Faz parte do museu desde 1960. O arquiteto é o mesmo de Vidimyrarkirkja.
Kapellan á Kirkjubæjarklaustri
Mais uma igreja islandesa com uma história ou lenda associada. O reverendo Jón Steingrímsson cantou na famosa Missa do Fogo em 20 de julho de 1783, na Igreja do Mosteiro. Em memória de Jón construiu-se a igreja, pois acredita-se que Eldmessan parou a lava que ameaçava a área. O sítio onde o fluxo de lava parou é chamado Eldmessutangi e fica a oeste de Systrastapa.
Hvalsneskirkja
O proprietário das terras, Ketill Ketilsson, em Hvalnes, financiou a construção desta igreja consagrada em 1887. A igreja fica em Reykjanes.
Skálholtskirkja
Foi criado em 1056 um centro episcopal em Skálholt, mas em 1540 chegou a reforma luterana, e de forma pouco pacífica retirou-se o último bispo da igreja. A catedral que existe hoje em dia é recente (1956-1963). Acaba por ser quase um museu, com algumas urnas que foram encontradas nas escavações. É possível visitar a cripta, mas para chegar até lá é preciso percorrer um túnel do século XIII, que inicialmente servia para unir a igreja à escola. Uma vez que o túnel foi reconstruído à época, é um bocadinho assustador, lemos em alguns blogs. Não conseguimos perceber quanto se paga para entrar, mas sabemos que a igreja abre das 9 às 18h.
Thingvallakirkja
Fica dentro do golden circle na zona oeste. A igreja não é muito grande, mas é diferente. A primeira igreja é do século XI, mas o edifício atual é de 1859.
Stykkishólmskirkja
Por fim, chegámos à última. Como é que esta igreja nos escapou? Não temos fotografias, só a descobrimos nas pesquisas para o artigo. É uma igreja inaugurada a 6 de maio de 1990 e conhecida pela sua acústica. A obra é de Jón Haraldsson e a obra do altar é de Kristín Gunnlaugsdóttir.
365 dias no mundo estiveram na Islândia de 23 de outubro a 7 de novembro de 2019
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