Falemos então de Palma de Maiorca. Fomos a Maiorca no primeiro verão da Maria. Explorar Palma não era prioridade, concentrámo-nos nas Calas e Praias, mas deixámos um dia para a capital. Começámos por explorar as ruas, tentar perceber o ambiente local, distinguir entre a cidade turística por onde entram turistas europeus, principalmente, e a cidade dos residentes habituais. Sentimos o que também se sente, por exemplo no Porto Santo, que muita gente se muda para lá só no verão. Espanhóis que não sendo residentes de Maiorca, têm lá casa e ficam quase todo o verão. Aliás, é assim a tradição da família real espanhola.
A capital é vibrante, quente, aberta, confortável, bege, vermelha e amarela, turística e ao mesmo tempo familiar. Podíamos ter feito a free walking tour habitual, mas não fomos por aí, deambulámos sem pressa.
O que visitar
Catedral de Palma de Maiorca: La Seu é um impressionante edifício gótico na cidade. Foi edificada a partir do século XIII e concluída em 1630. A sua nave tem cerca de 44 metros de altura, sendo das mais altas da Europa. Foi construída sobre a mesquita após a conquista da medina, em 1229. Uma das grandes reformas é feita por Peyronnet após o terramoto de 1851. As reformas seguintes foram feitas por Gaudi (1904-1915) e Barceló (2001-2006), que decorou o interior e os vitrais da Capela de Sant Pere. Pode-se subir ao topo (maiores de 8 anos) e abre das 10 às 17:15. Nós deixámos passar o horário de abertura e batemos com o nariz na porta.
Preço: 20€ (catedral e subir ao terraço), 25€ (visita guiada à catedral ou visita guiada com terraço ao anoitecer) 9€ (catedral e MASM-museu de arte sacra) 4€ (MASM), (podem comprar directamente no site da Catedral de Mallorca)
Palácio Real: o Palau Reial de l’Almudaina foi edificado entre 1305 e 1314, reinado de Jaime II, alterando o alcácer muçulmano. Tem um torreão rectangular com o Palácio do Rei, o Palácio da Rainha, a sala Tinell, a Capela Real e os pátios. Ainda hoje é residência oficial da família real, ou seja dos reis e das filhas menores, quando visitam a ilha. Está aberto das 10 às 19h, mas só podem entrar até às 18h.
Preço: 7€
Até aos 4 anos, desempregados ou incapacitados é grátis e para maiores de 65 anos e dos 4 aos 16 custa 4€.
Audioguia 4€ (no telemóvel).
Grátis às quartas feiras e domingos das 15 às 19h, fecha à segunda-feira.
S’Hort del Rei: originalmente eram jardins medievais no exterior do palácio de Palma de Maiorca, com árvores de fruta, flores, arbustos e coelhos livres. Em 1960 foram remodelados por Gabriel Alomar que usou elementos maiorquinos e andaluzos como inspiração. São bonitos e permitem um passeio à sombra durante as horas de calor.
Banhos Árabes de Palma: construídos sobre ruínas romanas. É uma visita curta, e nós não fizemos, por falta de tempo.
Preço: 2€.
Museu de Arte Moderna e Contemporânea: Es Baluard está construído sobre a antiga muralha da cidade. Tem 5000 m2 e é de 2003. Há quem considere a parte arquitectónica a mais importante, mas a sua coleção permanente tem obras de Joan Miró, Magritte, Picasso e Barceló. Fecha à segunda-feira e abre das 10 às 20h excepto ao domingo (fecha às 15h).
Preço: 6€
Menores de 12 anos entram grátis, acima dos 65 anos e para estudantes custa 4,5€.
Estação de Sóller: Sóller e a cidade de Palma unem-se por um comboio que atravessa a Serra Tramuntana, uma das riquezas naturais da ilha. É uma viagem de 60 minutos para atravessar 27 quilómetros através de pontes e túneis pela Serra de Alfábia. De Sóller até ao Porto de Sóller a viagem faz-se de eléctrico. Há uma paragem intermédia em Bunyola e podem comprar os bilhetes online na página do ferrocarril de Sóller. Tentámos até ao nosso limite horário ver o comboio chegar, mas estava vinte minutos atrasado.
Preço: 25€ Palma-Sóller-Palma, 18€ Palma-Sóller e 32€ Palma-Puerto Sóller-Palma (comboio e eléctrico)
Castelo de Bélver: a 112 metros do nível do mar temos esta fortaleza erguida a pedido de Jaime II. Foi construída entre 1300 e 1311. A intenção do rei era ter uma habitação real, mas protegida, daí o fosso. Em 1717 tornou-se uma prisão e em 1821 uma fábrica da moeda. Tem uma vista privilegiada sobre a cidade de Palma, pois fica afastada do centro. Já não tem o aspecto palaciano de outrora, porque as cores e mobiliário desapareceram. Tem um aspecto caricato, sendo circular e aberto para um pátio central. Abre de terça a domingo, sendo grátis neste dia. Abre às 10 e fecha entre as 15 (domingo), 18 (de outubro a março) e 19h (abril a setembro).
Preço: 4€
Jovens e reformados pagam metade
Fundação Pilar e Joan Miró: em 1956 Joan Miró apaixonou-se pela ilha de Maiorca e ficou em Palma até morrer, em 1983. Quer dizer, a paixão pela ilha já era antiga, e até esteve sempre ligada a ele, filho de mãe maiorquina casou com outra filha da ilha. Produziu imensas obras aqui, tendo 4 ateliers. Em 1956 o atelier Sert foi construído para servir de espaço de criação de Miró, que o usou até morrer. A Finca Son Boter foi também utilizada como espaço criativo, e as paredes comprovam-no. Em 1992 abre as portas na cidade o Museo Fundació Pilar i Joan Miró num edifício original, criado por Rafael Moneo a pedido de Pilar. O casal tinha criado, em 1981, a Fundació Miró Mallorca para poderem doar o trabalho de Miró à cidade. O museu tem no seu acervo as obras doadas pelo artista, desde quadros a esculturas, ao todo mais de 6000 peças. São vários edifícios, o Moneo, onde está a exposição do artista e os serviços do museu, o Taller Sert, onde ficava o seu atelier exposto como seria utilizado pelo artista, o jardim com as esculturas e o Taller Son Boter, casa maiorquina do século XVIII. É um museu que nos impressionou muito. Não percam numa visita à cidade.
O museu tem várias visitas guiadas e uma temática, são relativamente caras, comparativamente com a entrada simples. O horário é o habitual, fecha às segundas-feiras, abre às 10h e fecha às 18h (no inverno), às 19h (no verão) e às 15h (aos domingos).
Preço: 7,5€. Reformados ou jovens pagam 5,5€.
Grátis no primeiro domingo, e das 15 às 18h de sábado. Também não se paga numa série de dias festivos, para vejam no site.
DICA: guardem o bilhete sempre à mão, não circulam entre edifícios sem mostrar o bilhete.
Mercado de Santa Catarina: o mercat fica no bairro de Santa Catalina. Têm de vir aqui para ver como os maiorquinos às compras se misturam com os turistas no meio de bancas de peixe, carne, frutas e legumes, ou até restaurantes, floristas e outros serviços. Abre de segunda a sábado das 7 às 16h. O bairro de Santa Catarina é mesmo imperdível, sendo o da moda.
Ruas: explorem as ruas de Palma, mas recomendamos o mesmo por toda Maiorca. Vejam a arquitectura, os restaurantes e esplanadas.
Pátios: adoramos espreitar para dentro de gradeamentos e descobrir os pátios de estilo andaluz ou mudejar. Vêem-se muito em Sevilha, por exemplo.
Roteiro modernista ou art-nouveau: o roteiro faz-se em 2 ou 3 horas. Comecem no 1. Parlament de las Illes Balears, um edifício de meados do século XIX. Originalmente era do Circulo Mallorquín para tertúlias, reuniões, ou simplesmente para a alta sociedade estar em lazer. Passou a ser a sede do Parlamento em 1983. Perto fica 2. Can Corbella (Correr Jaume II), um edifício neo-mudejar impressionante. É dos finais do século XIX e do arquitecto Nicolau Lliteras.
De seguida temos o 3. Edifício Paraires (bifurcación Calles Paraires e Minyones) e 4. Can Roca (C/ Sant Nicolau 18). Segue-se 5. Can Canals (bifurcación Calles Can Valero e Can Poderós) e 6. Can Casasayas (Plaça del Marcat 13-14). Deveria ter ficado unido ao edificio “irmão”, a Pensión-Menorquina. Na Plaça Weyler temos o 7. Gran Hotel (numero 33), e o 8. Forn des Teatre (numero 9), uma famosa confeitaria. O Gran Hotel é hoje em dia a sede da Fundação La Caixa com uma coleção permanente de Anglada Camarasa, pintor modernista. Os 9. Almacenes El Águila ficam na Praça del Marques del Palmer, 1. Restam a 10. Can Forteza Rey (Calle Monges 2), a 11. Casa de las Medias (C7 Colom 11), a 12. Can Barceló (Plaça Josep Mª Quadrado 9) e por fim a 13. Catedral La Seu, com um interior pelas mãos de Gaudi.
Pode ainda ir a 14. Can Coll (Lonja de Palma) 15. Can Salas e 16. Can Mulet (Avenida Antoni Maura). No Museu de Maiorca encontra uma exposição de mobiliário modernista. No Bairro Santa Catalina há a loja centenária La Central, o Hostal Cuba, Can Pujol e Can Palmer. No bairro Terreno temos Villa Schembri e Can Quetglas e a coleção da Fundação Barceló com pintores modernistas.
Palma Aquarium: não fomos e pelas críticas que lemos é semelhante ao oceanário com algumas diferenças, que para nós o tornam francamente pior. Podem ver os tanques de cima e isso faz com que muita gente conte que tocou nas raias. Somos contra tocar ou alimentar animais só porque estão ali à mão de semear. É possível fazer snorkel com raias e mergulho com tubarões.
Parece-nos bastante caro, já que só a entrada de dois adultos custa 55€.
Fazer uma free walking tour: nós fazíamos muito, antes da Maria. Gostamos de reservar as da civitatis pelo conforto de receber os dados todos no telemóvel. Há várias, Free Tour por Palma de Mallorca, Free Tour de las Murallas de Palma, Free tour de misterios y leyendas de Palma, Free tour pela judería e Free tour por la Palma de Mallorca de las tres culturas.
Onde comer
No mercado de Santa Catarina há várias hipóteses. Nós fomos comer ostras, ceviche e sushi no Holbox Santa Catalina.
A maior parte de nós visita Maiorca no verão e isso faz com que muitas vezes um passeio por Palma se torne impossível de fazer, pelo calor. Que tal parar para comer um gelado? A gelataria mais popular, pelo google, é a RivaReno.
Onde ficar
Não recomendamos que fiquem em Palma, quando toda a ilha é um paraíso de alojamentos. Tal como já dissemos quando falámos de Maiorca de forma geral podem escolher entre hotéis resort, hotéis de cadeias internacionais, hotéis boutique, alojamentos locais, fincas (quintas), pousadas, há de tudo.
Como chegar
Há vários métodos, o clássico é de avião desde Lisboa ou Porto, com companhias lowcost (easyjet, Ryanair, aireuropa, vueling) ou normais (Iberia). Os preços variam desde 40 até 250€.
Uma outra solução é o ferry a partir de Barcelona, Valência ou Dénia para Port Alcudia ou Palma (Trasmediterranea ou Balearia). A partida do continente é noturna e o regresso é sempre diurno. Simulámos ir dia 22 de setembro e regressar a 29, levando carro. Escolhemos ficar em cabine de 4 com WC privativo e ficaria a 535,97€ (Balearia) desde Barcelona e 641,20€ de Valência e 521,80€ desde Barcelona ou 627,34€ desde Valência pela Trasmed, para os 3 com carro, sem refeições. De Dénia não compensava para estas datas. Ficava o mesmo preço sem cabine e com paragem em Ibiza.
Falta somarem portagens e combustível de vossa casa até ao porto de partida e depois os gastos de circulação durante as férias. Não se esqueçam que nos ferrys antecedência é tudo. Estamos a simular em cima da hora.
Podem ir também de comboio e ferry ou autocarro e ferry que ronda sempre, pelo menos os 100€.
Nota
A língua na região é o catalão, tal como em Barcelona. Não estranhem não reconhecerem as palavras escritas em tantos sítios. No entanto toda a gente fala castelhano.
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365 dias no mundo estiveram em Maiorca de 28 de julho a 5 de agosto de 2021
10 respostas
Tenho uma dívida pessoal com Palma de Maiorca. Morei 6 meses na Espanha e não consegui visitá-la. As dicas já estão todas anotadas e espero que seja em breve.
Boa, vai adorar
É verdade! Às vezes confundimos os nomes das cidades com o nome das ilhas. Palma é realmente encantadora, cheia de atrações. Obrigada por esclarecer essa questão! Estou ansiosa para explorar toda a ilha de Maiorca. ????️✨
Sim, essa confusão é muito comum.
Eu sou uma que achava que o nome da ilha era Palma de Maiorca hahaha Já aprendi agora que não é, e fiquei impressionada como a cidade é bonita e convidativa a uma viagem sem pressa.
A cidade é muito interessante, mas a ilha toda também.
Vivendo e aprendendo, agora sei que Palma é uma cidade da ilha de Maiorca, jurava que Palma de Maiorca fosse o nome da cidade. Bom, ‘Palma’ está no meu roteiro quando voltar à Espanha, minha enteada mora em Madrid e sempre que vamos visitá-la, esticamos a viagem para conhecermos pelo menos uma ou duas cidades no país. Está chegando a vez de Palma.
A simplificação do nome para apenas Palma aconteceu há pouco tempo. Espanha tem Palma, La Palma, Las Palmas de Gran Canaria. Tudo nas ilhas Baleares ou Canárias.
Maiorca é um destino na Espanha que eu morro de vontade de conhecer. Principalmente porque lá tem vários trainning camps para ciclistas. Me parece um lugar incrível para pedalar. O que você acha?
Acho que deve ser muito animado para ciclistas. Não perca a oportunidade.