DESCOBRINDO MALTA: TESOUROS ESCONDIDOS

Com a capital mais pequena da Europa, mas recheada de património UNESCO, Malta tem muito a oferecer aos seus visitantes.

Não é que Malta estivesse no topo das nossas prioridades. É um arquipélago no mar mediterrâneo, mas havia outras ilhas vizinhas que preferíamos visitar. Então, porquê Malta? Tivemos viagem marcada em julho de 2022, mas na altura não fomos por causa das apertadas regras de entrada durante a pandemia. Malta continuou na nossa lista, principalmente pelos seus voos “baratos”, e decidimos que podia ser um bom destino para 7 dias fora do pico de verão. 

Tivemos MUITO azar com o tempo, a tempestade Minerva trouxe-nos fortes chuvas. Essa semana de maio foi péssima para o sul da Europa, tendo até cancelado o Grande Prémio de Itália. Choveu em 4 dos 7 dias, as idas ao mar foram raras, e a Raquel nem molhou os pés.

De qualquer forma, o maior destaque do destino é a sua história, principalmente o seu papel durante a Segunda Guerra Mundial. Tinha uma base naval britânica, devido à sua estratégica localização entre a Europa e África. Essa base atraiu as atenções da Alemanha e Itália, que bombardearam a ilha sem dó nem piedade. Existiu um cerco durante dois anos – 1940-1942 – trazendo fome e inúmeras dificuldades. O povo maltês resistiu com coragem e passou as décadas seguintes a reconstruir as suas ilhas. Há inúmeros pontos de interesse pela ilha que remetem para essa época de guerra.
Malta possui também várias atrações subterrâneas, uma delas mais antiga que as pirâmides do Egipto. É possível visitar vários locais com câmaras e túneis escondidos debaixo de terra.

Valletta é imperdível, mas pode ser visitada facilmente numa paragem de cruzeiro (amigos nossos já o fizeram). Mdina também é muito especial. E depois temos Gozo, uma ilha que muitos viajantes ignoram propositadamente no seu roteiro e que nós achámos muito especial. Finalmente, o ponto forte e que atai inúmeros viajantes são as suas águas turquesa que criaram o fenómeno Lagoa Azul na ilha de Comino.

O que visitar

Valletta: a capital e Mdina são dos locais mais interessantes do país, mas são cidades pequenas. Valletta é a capital mais pequena da Europa e dá aos seus visitantes uma impressionante mistura de influências culturais. Nela temos os vestígios da Ordem de Malta e as heranças árabe e italiana. Entre suas atrações mais importantes estão a Catedral de São João, com suas obras-primas artísticas e frescos de Caravaggio, e os magníficos Jardins Upper Barrakka, que oferecem vistas panorâmicas deslumbrantes do Grande Porto. A cidade muralhada é uma verdadeira viagem no tempo, com ruas estreitas de paralelepípedos, fortalezas impressionantes e praças pitorescas.
Em Valletta as ruas são estreitas, inclinadas e de estacionamento difícil. No primeiro dia conseguimos estacionar na zona baixa da cidade, num lugar gratuito, mas da segunda vez optámos por utilizar um parque público.

Catedral de Valletta: imperdível e vale a pena comprarem o bilhete on-line. Não devem ir só por Caravaggio, mas também porque Portugal esteve em Malta, e temos uma capela com duas figuras ilustres representadas. Manoel de Vilhena foi nomeado grão-mestre da Ordem de Malta, o primeiro português. Emanoel Pinto foi o último grão-mestre português, uma figura controversa. O audio-guia é grátis. O bilhete é 15€, para estudantes e idosos 12€ e crianças com menos de 12 anos ou adultos com incapacidade não pagam, se comprarem online passam à frente da fila. Abre de segunda a sábado das 9 às 16:45. Não há visitas aos domingos e feriados.

Museu Nacional de Arqueologia: é interessante, mas não imperdível. Vão aprender mais sobre a ilha e os vestígios nela encontrados. São dois pisos, num o período neolítico e no de cima a idade do bronze e o período fenício. O Salão Grande estava em obras e como exposições temporárias tínhamos uma coleção de moedas e uma sobre descobertas subaquáticas em Gozo. Na coleção de moedas encontrámos a moeda do Grão-Mestre Emanoel Pinto. Tem audio-guia, mas através de código QR no vosso telemóvel. Levem auriculares. Abre todos os dias das 10 às 18h, excepto sexta-feira santa, 24 e 25 de dezembro e 1 de janeiro. Custa entre 2,5€ (dos 6 aos 11 anos) e 5€ (adultos).

Portas de Valletta: é a principal entrada para a cidade. A estrutura foi projetada pelo arquiteto italiano Renzo Piano (The Shard – Londres) e foi inaugurada em 2014. Renzo Piano voltou a dar à estrutura um aspecto de ponte levadiça por cima do fosso após uma série de reconstruções ao longo dos séculos. A nova Porta da Cidade é uma combinação de design moderno e elementos históricos. Apesar de serem as mais conhecidas na realidade Valletta tem 3 portas: City Gate, Victoria Gate e Bombas Gate.

Upper Barrakka Gardens: ficam perto das portas de Valletta. São de 1661, mas abertos ao público desde 1824. Uma das melhores vistas da cidade para o porto e as cidades de Birgu, Senglea e Cospicua. O elevador fica aqui.

Elevador Barrakka: desde 2012 une os Jardins Superiores ao porto e marginal. Fica exatamente no local do original, que foi retirado em 1983. O elevador original foi colocado em 1905 e fazia parte da empresa que administrava as linhas de eléctrico que uniam Valletta às três cidades e Rabat. A viagem é paga (1€), excepto para quem for de barco para as três cidades. Curiosidade: demora 25 segundos a percorrer os 58 metros de altitude.

Lower Barrack Gardens: têm uma vista muito bonita sobre o porto, o Palácio Bighi, os fortes São Angelo e Ricasoli. Ao meio-dia e às 16h disparam a bateria de saudação. Não tivemos tempo de assistir. A entrada custa 3€ para adultos e 1€ dos 5 aos 15 anos. Abre das 10 às 16:30.

Parlamento: também é um edifício de Renzo Piano e também é impressionante, a nossa única crítica era o elevador não estar ligado e termos sido obrigados a descer a escadaria com o carrinho.

Teatro Manoel: aqui está uma obra de influência portuguesa, já que foi o Grão-Mestre António Manoel de Vilhena que mandou construir o teatro. Fecha aos domingos, há tours de segunda a sábado.

Forte St Elmo: alberga o Museu Nacional de Guerra e as capelas de Stª Ana. a ponte pedonal que une o forte ao paredão St Elmo é um projecto de Arenas & Associados (2011-12). Abre das 10 às 18h, todos os dias excepto sexta-feira santa, 24 e 25 de dezembro e 1 de janeiro. Custa 10€, estudantes, seniores e jovens pagam 7,5€, dos 6 aos 11 custa 5,50€ e é grátis até aos 5 anos.

Vittoriosa, Senglea e Cospicua: ficam do lado oposto da Valletta. São mais calmas, mais autênticas e proporcionam uma boa vista para Valletta. O Forte de St Ângelo, o Palácio do Inquisidor e o Museu de Guerra ficam deste lado. Há um serviço de ferry do porto para Cospicua, Valletta – 3 Cities Ferry. Tal como dissemos acima inclui o bilhete para o elevador Barrakka.

Forte St Ângelo: sentimos que não explorámos como devíamos porque a meio começou a chover torrencialmente, mas vale a visita. Começou por ser conhecido como castelo pelo mar (Castrum Maris).
Custa 10€, jovens, reformados e estudantes pagam 6€ e dos 6 aos 11 pagam 4€.

Vista do Forte

Palácio do Inquisidor: é um mix de vários estilos arquitectónicos e foi sujeito a várias ampliações. Verão essa transformação numa projeção no interior. O nome vem dos 224 anos em que foi sede da santa inquisição romana até à sua expulsão pelos franceses. O palácio foi construído em 1530, albergou um tribunal civil, e em 1574 foi oferecido ao primeiro inquisidor do Vaticano em Malta. Hoje é um museu que conta a história desse período como Palácio do Inquisidor, mas também como Museu Etnográfico.
Custa 6€, jovens, reformados e estudantes pagam 4,5€ e dos 6 aos 11 pagam 3€. Há bilhetes combinados da Heritage Malta. Fecha às segundas-feiras.

Sliema e St Julian’s: são duas cidades coladas do outro lado de Valletta onde ficam as festas e as grandes marcas. Apesar de Sliema ter começado por ser uma vila piscatória hoje é um centro urbano agitado, com lojas internacionais, residências de estudantes de intercâmbio, o porto dos barcos para Valletta e o restaurante típico que fomos experimentar, o Ta’Kris. Podem ir pela marginal calmamente até à vizinha. St Julian’s é mais calmo e pode ser uma boa opção de alojamento. Fugindo das ruas mais próximas da marginal vão encontrar ruas estreitas de estilo maltês, com as suas portas coloridas e varandas geralmente da mesma cor. De Sliema podem no Porto de Marsamxett atravessar a ponte e chegar à ilha Manoel e, claro, ver as igrejas. Há um ferry de Valletta a Sliema.

Piscinas Victorianas: na Praia Fond Ghadir existem umas piscinas de marés que se pensa serem do século XVII.

Ilha Manoel: o forte foi construído no século XVIII a mando do Grão-Mestre Antonio Manoel de Vilhena, mas a ilha do Bispo (assim denominada na altura) foi comprada em 1570 pelo Capítulo da Catedral de Mdina. Mais tarde foi comprada à igreja para ser utilizada como hospital nos surtos ou para quarentenas dos marinheiros. O forte está a ser recuperado, pois durante a II Guerra Mundial foi bombardeado e abandonado.

Hypogeum: é uma coisa única no mundo e património Unesco. Existe desde 4000-1500 AC e forma um conjunto de catacumbas. Foi descoberto por acaso por um pedreiro, e como já tinham sido construídas a maioria das casas por cima sofreu algumas danos que não podem ser reparados. Tem um número restrito de visitantes. O bilhete é 35€/pessoa e tem de ser marcado com antecedência (tipo um mês). 70€ pareceu-nos demasiado e abdicámos, mas na verdade também não havia bilhetes e a Maria não podia entrar.
Custa 35€, jovens, reformados e estudantes pagam 20€ e dos 6 aos 11 pagam 15€. Supostamente há bilhetes de última hora a 50€, mas não vimos nada. Nota importante: crianças abaixo dos 5 anos não entram.

Complexo Pré-histórico Tarxien: não adorámos, mas não deixa de ser interessante, principalmente se abdicarem do Hypogeum. Aqui crianças entram e a Maria aproveitou para correr um bocado.
Custa 6€, jovens, reformados e estudantes pagam 4,5€ e dos 6 aos 11 pagam 3€.

Marsaskala: começou por ser uma pequena vila de pescadores que cresceu graças à procura turística. É um destino comum para uma segunda casa de verão. Em maltês o seu nome significa Vale da Primavera. Tem algumas fortificações antigas construídas para proteger a ilha dos ataques piratas. Existe um trilho de 11 km que a une a Marsaxlokk.

Marsaxlokk: é uma aldeia pequena colorida e amorosa. Bastante mais barata que Valetta ou Sliema, foi onde comemos massas frescas óptimas. Tem um mercado ao domingo, tornando o espaço lotado e pior de visitar. Aqui devem passear pela marginal e ver os barcos.

Piscina de São Pedro: são lindas as fotos aqui, não são? Agora experimentem ir num dia em que o mar socalca as rochas em fúria. A piscina de São Pedro não é uma praia, encontram rochas em U e o mar em baixo. Podem ir ao mar saltando, descendo as rochas ou pelas escadas. O parque de estacionamento custa 3€ todo o dia. Num dia bom a paisagem será completamente diferente e valerá o mergulho. Podem chegar de barco.

Blue Grotto: mais um sítio famoso que fica muito diferente com mau tempo. O mar estava agitado por isso não havia passeios de barcos. Os passeios de barco são a verdadeira atração, porque o conjunto de cavernas fica iluminado de azul através do reflexo da luz. O passeio demora cerca de 20 minutos e é melhor pela manhã. Podem ver o miradouro onde se encontra a Blue Wall. Fica a 1km de Wied iż-Żurrieq. O nome foi dado em 1950 por um soldado que a comparou à Grotta Azzura, de Capri.

Parque Arqueológico Hagar Qim: é da mesma época que Tarxien, mas para nós basta ver um. Fica a caminho da Blue Grotto.
Custa 10€, jovens, reformados e estudantes pagam 7,5€ e dos 6 aos 11 pagam 5,5€.

Catacumbas de São Paulo: é uma das primeiras provas arqueológicas do cristianismo em Malta, visto ter sido “cemitério” dos períodos púnicos, romanos e bizantinos. Não dominamos a história destes tempos, mas gostámos. O museu começa num pavilhão novo onde estão algumas explicações e depois a exploração exterior é livre. Cada entrada identifica as religiões das correspondentes catacumbas, por exemplo, judeus, católicos ou pagãos.
Custa 6€, jovens, reformados e estudantes pagam 4,5€ e dos 6 aos 11 pagam 3€.

Mdina: é uma cidade muralhada de ruas estreitas floridas e portas coloridas. Dentro do Palácio Vilhena fica o Museu de História Natural. Na catedral de São Paulo vimos um casamento pela praça. Os jardins (Howard Gardens) no fosso que contorna as muralhas são bastante agradáveis. No ponto oposto às portas da cidade encontram o bastião onde podem observar a paisagem.

Museu Nacional de História Natural: não visitámos, mas fica dentro das muralhas de Mdina num palácio mandado construir pelo Grão-Mestre Antonio Manoel de Vilhena (1724). Após vários propósitos passou a ser o Museu Nacional de História Natural em 1973. Possui vários temas, como biodiversidade, fauna marinha, aves, insectos, minerais.
Custa 5€, jovens, reformados e estudantes pagam 3,5€ e dos 6 aos 11 pagam 2,5€. Fecha às segundas-feiras.

Rabat: a 15 minutos de Mdina temos Rabat, outra cidade antiga, mas mais urbanizada que Mdina. Diz-se que aqui viveu Paulo, havendo umas grutas por baixo da Catedral com o seu nome.

Santuário de Mosta: é a quarta maior cúpula do mundo, e talvez uma das mais famosas. Em 1942 uma bomba atravessou a cúpula e “pousou” no piso da igreja sem explodir. A igreja estava cheia e não houve nenhuma morte nem feridos. Hoje a bomba está em exibição no museu. Podem subir à cúpula ou ver o museu anexo. Também podem descer às catacumbas. Não é uma atração muito visitada, mas nós achamos que merece a visita se tiverem de carro.
A visita à sacristia custa 2€ e visitar os abrigos de guerra custa 1€.

Mellieha: nós optámos por assentar arraiais aqui. Queríamos uma estadia menos festeira e mais familiar, mas isso obrigou-nos a viajar sempre de carro. Aqui podem visitar a Torre Vermelha (St Agatha Tower), fora da cidade, as igrejas e santuário e os abrigos de guerra (Air Raid Shelter) e a praias. A Poppey Village fica aqui. Mais a nordeste existe a Lagoa Coral e a Torre Branca.

Abrigo anti-aéreo de Mellieha: os túneis foram completamente escavados à mão. É o maior abrigo da ilha tendo mais de 500m de extensão. Vale a pena visitar se forem à cidade. Custa 2,40€. Fecha aos domingos.

Riviera Beach: é uma praia de areia, perto de Mellieha, bastante popular. O acesso é fácil, mas não recomendamos que levem carrinhos para a praia. Se querem ficar no bar/restaurante o Singita é uma opção. É um espaço de origem italiana com pontos de carregamento de telemóveis, de encher garrafas de água e com espreguiçadeiras e guarda-sois. Tudo se paga.

Gozo: a segunda maior ilha do arquipélago. Muita gente faz a visita a Gozo apenas num passeio combinado com a Lagoa Azul, achamos um erro. Gozo é uma cidade interessante e bastante menos turística. Uma das grandes atrações desmoronou em 2017, a Janela Azul. Foi um dos cenários da serie Guerra dos Tronos.

Cidadela de Rabat (Victoria): a cidadela foi renovada e agora é um ótimo ponto para uma vista 360º sobre a região. Não fomos porque a Maria estava a dormir a sesta. A entrada na Cidadela é gratuita, mas na Catedral não. Existem vários museus como o da Catedral, o do Folclore, de Arqueologia, o da Natureza e a Antiga Prisão.

Xlendi: é uma vila de pescadores que hoje atrai bastantes turistas. É possível caminhar até à Torre ta’Xlendi, construída para reduzir os ataques piratas.

Basílica Ta Pinu: fica no topo duma colina quase isolada. Em 1883 uma mulher ouviu Maria falar com ela a partir dum fresco no interior e desde essa altura é um local de peregrinação.

Salinas Xwejni: parecem umas pequenas piscinas coloridas, mas é aqui que se retira o sal marinho. Não entrem sem pedir autorização. Conversem com os proprietários e comprem sal.

Parque Arqueológico Ġgantija: não fomos, mas são património UNESCO. Têm mais de 6000 anos, portanto mais antigos que as pirâmides de Gizé. Custa 10€.

Inland Sea: fica perto de Dwejra Bay, e é uma zona rodeada de rochas e cabanas de pescadores formando uma pequena lagoa. Bem perto fica o Buraco Azul e ficava a Janela Azul que colapsou. O acesso para o Buraco Azul faz-se pela costa, recomendando-se sandálias ou sapatos aquáticos. Os passeios de barco pela fenda custam cerca de 5€, 30 minutos.

Lagoa azul: quase cometíamos o sacrilégio de não ir. Apanhámos o ferry no norte e custou 15€ ida e volta (a Maria não pagou). A água é de um azul maravilhoso, mas a quantidade de gente tira a vontade de usufruir do ambiente. Podem ir e fazer uma caminhada por lá, tentar chegar à outra praia menos explorada. O ideal é irem no primeiro ferry (8:30h) e ficarem enquanto for agradável para vocês. Os tours partem às 10h, por isso devem chegar por volta das 10:30h. Pelo menos uma hora com quase ninguém devem conseguir. Na nossa opinião não é uma praia familiar, mas sim de grupo. Há música alta das barracas que vendem piña coladas em abacaxis e snacks, sem esquecer as colunas privadas de alguns grupos. O areal é muito curto, e muito significa que não vão encontrar pessoas de toalhas estendidas a apanhar sol porque não há espaço. Ouvem-se os barcos a chegar e partir, com os funcionários a chamarem pelas cores dos bilhetes. Há uma zona com cadeiras e guarda-sol onde encontram umas escadas para entrar na água sem ser pelo areal. Se gostarem de ficar o dia todo pode justificar o preço.

O que fazer

Free walking tour: há várias por Valletta e uma em Mdina. Nós só vimos em espanhol. As que marcámos exigiam sintonização em rádio FM e realmente sem isso não se ouvia o guia. Não conseguimos por telemóvel. Chovia… acabámos por desistir. Podem fazer em Mdina e Rabat e Valletta.

Fazer mergulho: o arquipélago tem várias atrações no fundo do mar, principalmente embarcações e aeronaves. É preciso fazer o mergulho com um centro de mergulho creditado para o efeito. A lista das empresas autorizadas está no site Heritage Malta, só precisam de selecionar o local onde querem mergulhar. Uma curiosidade: é possível ver alguns dos tesouros subaquáticos sem ter que mergulhar, através do Underwater Malta, um museu virtual.

Praia: lemos em muito lado que não é um destino de praia. Se o tempo colaborar Malta pode ser um destino de praia, sim, (St Peter’s Pool, Blue Lagoon, Golden Bay são bons exemplos). Sendo uma ilha, tendo um mar daquela cor e havendo condições (que há, mesmo quando não há areal), para nós é um destino onde vale a pena ir ao mar. Pode não ser no sentido de ficar deitado na areia, mas conseguem desfrutar. Uma nota: havia imensas alforrecas na Blue Lagoon.

Desfrutar dos centros históricos: Malta tem um ordenamento de território e planeamento urbano terrível. Fora as cidades históricas, a construção é feia e nada atractiva. Aproveitem por isso os centros históricos com as suas portas coloridas e trepadeiras floridas. 

Passeios de carroça: aqui é bastante discutível. Sabemos que o cavalo pode ser criado para trabalhos de carga (agrícola ou turística), mas achamos que este passeio é dispensável. Principalmente no verão, em que facilmente se atingem os 40°. Não somos fundamentalistas, se o quiserem fazer deve ser giro.

Comer: a comida maltesa não foi a nossa preferida, mas a de influência italiana sim. Comemos massas ótimas que conjugam massa fresca, molhos ricos e marisco.

Com crianças

Popeye Village: estava fechada na nossa semana e para nós bastou a foto da falésia em frente. Nunca tivemos intenções de entrar. A Vila começa por ter sido criada para cenário do filme do Popeye em 1980. Aproveitaram o fenómeno e o que ficou tornou-se num parque temático. Esteve fechado para remodelações e reabriu agora em junho. Recebem eventos como casamentos, festas de aniversário e corporativos. Inclui um cinema, um ancoradouro (visitas de barco na baía de 20 minutos), restaurante, aldeia do pai natal (na época) e o Anchor Bay Lido (para banhos de sol). O bilhete tem um pacote de verão e de inverno (vejam as características na página). O pacote de inverno custa 9€ (crianças e idosos) ou 14€ adultos (a partir dos 12). O de verão custa 15€ e 20€. Pode parecer caro, mas inclui a utilização das espreguiçadeiras, chuveiros, guarda-sol e recebem pipocas. Podem entrar com cães de trela. 

National Aquarium: tem 6 zonas, 5 aquáticas e uma de répteis e anfíbios. Esta última é a mais recente, aberta em 2015. Abre de segunda-feira a domingo das 10h às 20h. Custa 15,90€ aos maiores de 13 e 9,90€ dos 4 aos 12. On-line há um desconto simpático (cerca de 20%). Ainda ponderámos visitar quando vimos a meteorologia, mas… não deixa de ser um aquário. 

Playmobil Fun Center: viemos só 45 minutos para agradar à Maria num dia de chuva. Tem uma solução óptima de preços, quem paga mais é a criança (1 aos 12 anos), 5€, afinal o serviço é para ela, os pais vão só acompanhar, e por isso pagam 3€ (maiores de 12 anos). Tem duas zonas, uma interior, onde a vossa criança pode brincar. Recebe um cesto de peças pequenas (bonecos, animais, pequenos veículos) e pode brincar com elas em grandes bancadas onde encontram grandes cenários, as casas, os veículos maiores. Fora são espaços de escorrega e casas. Lemos que se pode visitar a fábrica (25€, menores de 5 não admitidos, incluindo bebida, snack e souvenir) durante uma visita guiada de 45 minutos, mas não encontrámos nada no site.

Artigos Essenciais

Sapatos ou sandálias de água: a maioria das praias tem rochas ou pedrinhas pequenas. Noutras o acesso é pelas rochas através de escadas. Ter os pés protegidos ajuda muito. 

Chapéu ou capa da chuva: aqui depende da altura do ano da vossa visita. O verão é muito quente, nós fomos em maio e apanhámos uma chuvada, capa da chuva tinha dado MUITO jeito. 

Protector solar: mesmo que o sol não abra, o protector solar é essencial, na nossa semana esteve quase sempre abaixo dos 23º e vimos vários estrangeiros com escaldões. 

Auriculares e MP3 ou rádio portátil: se quiserem fazer, como nós queríamos, uma free walking tour, precisam de sintonizar numa estação de rádio para conseguir ouvir o guia. O museu de arqueologia de Valletta também tinha audio guia, precisam só de phones. 

Saco das compras: também já não dão sacos das compras, levarem o vosso ajuda. 

Cartão europeu de doença/seguro: para nós seguro de saúde é essencial, não sendo para vocês e tendo direito (residência ou nacionalidade portuguesa), façam o cartão europeu de saúde. Podem pedir on-line no site da SS e em menos de duas semanas chega a casa. Só tem valor a versão física. E permite-vos utilizar o sistema público de saúde. É aí que entram os seguros de saúde, um seguro permite-vos ir ao privado. Já sabem que nós utilizamos a IATI, e usarem o nosso link dá-vos 5% de desconto.

Adaptador de tomada: tanto pode ser essencial como dispensável. Nos hotéis existem adaptadores, mas se precisarem de utilizar fora, como em restaurantes ou aeroporto, precisam do adaptador. As tomadas são como as inglesas. 

Cartão de estudante (se aplicável): os preços compensam. Se comprarem on-line podem não ter de o mostrar fisicamente, foi o que nos aconteceu na catedral de Valletta. Mas mostrámos o nosso perfil on-line sempre que nos foi pedido. 

Artigos Não Essenciais 

Alugar carro: Ora… vamos lá ver… em maio é a melhor forma de se deslocarem. Não há excesso de turistas e pareceu-nos haver poucos autocarros, vimos muita gente optar por ganhar tempo andando a pé entre atrações. Agora… em julho e agosto os transportes públicos chegam. Havendo mais turistas há mais problemas para estacionar e o trânsito piora. Valletta foi o único local onde nos vimos aflitos para estacionar. Na segunda visita optámos por parque privado. O preço foi aceitável… ou nós é que estamos formatados pela EMEL e já tudo nos parece razoável. 

Garrafa reutilizável: a água é dessalinizada e é horrível. Comprar água engarrafa é sempre melhor. As garrafas têm tara e podem ser devolvidas em máquinas. O nosso hotel tinha uma na rua. 

Fraldas de piscina: viemos com elas porque mesmo em Lisboa não as encontramos sempre, mas em Malta há em todos os cantos. Aliás… tudo o que necessitam para crianças ou bebés vão encontrar. Por isso se voarem em low cost podem ir descansados e não atolharem a mochila de coisas que encontram no destino. E os preços são “similares”. 

Quando visitar 

É um destino de tempo quente (para nós). Mas podem visitar o ano inteiro. Não nos pareceu um destino de chuva, por isso nós não viríamos no inverno. Disseram-nos em Gozo que junho e setembro são os meses ideais, porque julho e agosto são muito quentes. 

É um ótimo destino para despedidas de solteiros e destination wedding. Assistimos a dois casamentos. Um na catedral de Mdina, noivo e noiva chegaram em minibus antigos. E outro em Mellieha em que os noivos iam de descapotável e os convidados no comboio turístico. É um destino adorado por italianos e ingleses, mas agrada a todos. 

Onde ficar

Tal como noutras ilhas mediterrânicas, o sítio onde devem ficar alojados depende do que pretendem. Se são um grupo de amigos, estão numa despedida de solteiro/a a escolha deve ser Sliema ou St Julians.
Se querem poupar, um Airbnb fora dos grandes certos urbanos pode ser uma solução. O nosso primo foi no pico do verão com amigos e vai pagar uma ninharia por um apartamento.
Se quiserem uma estadia mais autêntica optem por ficar em apartamentos dentro de vilas mais pequenas como as de pescadores, no sul.
Se forem uma família como nós, com uma criança apaixonada por água e quiserem meia pensão para não terem chatices, a oferta reduz-se muito. Escolhemos o Solana Hotel & SPA em Mellieha. A comida não é fantástica, mas há sempre sopa, fruta, pratos de massa que servem e agradam sempre às crianças. Tem um restaurante à carta onde podem ir (menu especial com poucas opções, mas que vale a pena a troca). Não inclui bebidas. Tem piscina interior e exterior essenciais para esta semana de tempo instável. 

Para nós Gozo vale a pena como escolha onde ficar. E não uma noite apenas. Dividam a vossa semana. Gozo tem outro ambiente e merece que fiquem ali pelo menos duas noites. Nós ficámos no Ta’Lorenzo e agradou-nos por ser uma estadia familiar com residentes. Tinha um sistema de AC cobrado à parte que nunca tínhamos visto, mas que deve ser tido em conta nas reservas de verão.

O que comer

Aqui sim, Malta conquistou-nos de olhos fechados. Sendo uma ilha, os mariscos e peixes são o forte. Sendo tão perto de Itália (podem ir passar 24h à Sicília de ferry), a influência é gigante. Comem-se massas em todo o lado. As crianças, como a nossa, são fáceis de agradar. 

Gastronomia local: coelho (dispensamos, a Raquel nem gosta), folhados de ervilha ou ricotta (comemos em Gozo feitos pelo hotel ao pequeno-almoço). Não adorámos nenhum destes pratos. Lemos em vários locais que o sítio para experimentar comida local era o Ta’Kris que já referimos acima, em Sliema.

Transportes

Como chegar

O habitual é ir de avião, mas podem ir de cruzeiro ou ferry.

Nós fomos de avião, voo directo Ryanair, mas há com escala várias combinações.

Os cruzeiros do mediterrâneo da MSC podem passar em Valletta, geralmente de 7 dias. São paragens de um dia (9-18 ou 8-17h).

Ferry

Valletta Ferry Services: faz parte dos transportes públicos de Valletta o serviço de catamarã diário até The Strand – Sliema e para as 3 cidades. Cada bilhete custa 1,5€ ou 2,80€ se for ida e volta. Há descontos, vejam na página. O serviço noturno, inicia às 19:30, é mais caro.

Para Gozo: De carro só se paga numa direção, Gozo-Malta. Saem sempre com algum atraso. Pagámos 20,35€ carro, condutor e dois passageiros (adulto e criança). Para lá subam ao Sun Deck, na direção de Gozo devem ir à frente do lado direito e para Malta do lado esquerdo para verem a Blue Lagoon.

Blue Lagoon (Comino): Podem apanhar o ferry em Malta ou em Gozo. De Gozo é mais perto. Em Malta há dois pontos de partida. Nós fomos do norte e custou 15€ ida e volta. Guardem o bilhete para o regresso e fixem a cor, é assim que os ferries se identificam à chegada (blue ticket, red ticket, orange ticket). Os ferries são de hora a hora. Faz-se… mas não é a praia ideal com crianças da faixa etária da Maria. Não levem carrinho, no máximo dos máximos só marsúpio. 

Para Sicília: imaginem que querem fazer dois países num só, podem começar em Malta e acabar em Itália. 

Autocarros

Os nossos amigos que viajaram para Malta no pico de verão dizem que é melhor de autocarro. Em maio não vimos necessidade. Os bilhetes custam entre 1,5 e 3€, pagos no autocarro. Pode-se comprar um cartão de transporte, e aí os preços baixam. Vejam na página dos Transportes Públicos de Malta, simulem os vossos trajectos ou vejam as opções para visitantes: ExplorePlusMeep card, Explore cards e 12 Single Day Journey card

Alugar carros

Nós alugámos carro com cadeirinha para a Maria. Deu-nos bastante jeito e só tivemos problemas em Valletta para estacionar uma vez.

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365 dias no mundo estiveram em Malta de 18 a 24 de maio de 2023

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12 respostas

  1. Malta também não estava na minha mira, mas agora ficarei de olho em algum voo barato.
    Sou apaixonada por Caravaggio e nao sabia que ele havia feitos afrescos, ainda mais em Malta!
    Não sabia que ela tinha sido mira da Alemanha e Itália na 2° guerra!
    ps: em Gênova também hà uma bomba que caiu na igreja de San Lorenzo e nao explodiu!

  2. Que post incrível! Vai me ajudar demais a organizar minha viagem pra Malta. Sonho há tempos em viajar pra lá por conta da parte histórica, que é o que eu mais gosto em viagem!

    1. Obrigada Fernanda, organizando bem a viagem é possível decidir alugar carro ou andar de transportes e tentar reservar bilhetes para o hypogeum.

  3. Estive em Malta num inverno e fiquei com muita vontade de voltar no verão para conhecer melhor. É um país lindo demais e a capital bem agradável.

  4. Que pena que não pegaram um tempo bom em Malta… Parece um destino tão lindo… tenho muita vontade de conhecer. Já anotei suas dicas, valeu!

  5. Conheço várias pessoas que escolheram Malta como destino para aprender inglês, sabia um pouco da parte histórica mas não sabia desses episódios ocorridos na Segunda Guerra. Post muito bom, muito completo!

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