No coração do Alentejo, Évora é uma cidade que nos faz viajar no tempo. Entre muralhas medievais, ruas estreitas de calçada e praças soalheiras, guarda um património que lhe valeu o título de Património Mundial da UNESCO. Aqui, o branco das casas contrasta com o amarelo e o azul das molduras, o ritmo é calmo e a história sente-se em cada esquina. Seja para um passeio de um dia ou para uma estadia mais demorada, Évora é um destino que combina cultura, gastronomia e aquela hospitalidade alentejana que nos faz sentir em casa.
Évora é uma das cidades mais antigas do nosso país, tem uma posição privilegiada no Alentejo, daí ser a capital da região. Foi importante para os romanos que a muralharam e denominaram Liberalitas Julia. A conquista da cidade em 1136, aos mouros muda o rumo do país. A corte residiu aqui em algumas épocas.
Saímos de Lisboa perto das 9 da manhã, num tour privado que por acaso só nos levava a nós. É uma carrinha de 9 lugares, confortável e mais uma vez a Living Tours não nos falhou e estavam as cadeiras das crianças já instaladas.
Começamos nos jardins Manuelinos ou Jardim Público de Évora. A antiga horta do Palácio de D. Manuel e do Convento de São Francisco dão espaço a este jardim entre 1863 e 1867. São 3,3 hectares idealizados pelo arquitecto José Cinatti onde temos um coreto do século XIX, as ruínas fingidas (junção de artefactos antigos), o Palácio de D. Manuel do século XVI e os restos da muralha medieval (século XIV). Há um quiosque bom para uma pausa (não tem multibanco, só no mercado que fica em frente).
O que fazer
Catedral: é a maior catedral medieval do nosso país finalizada em 1250. A capela-mor é do arquiteto Ludovice (Convento de Mafra) para D. João V. Fica aqui a Senhora do Ó, uma mulher grávida. Lemos sobre a tradição de tocar os sinos da catedral quando a mulher dá a luz. O terraço é o ponto mais alto da cidade. O zimbório é do tempo de D. Dinis.
Por 5€ pode-se visitar a catedral, o museu e o terraço.


Templo Romano (templo de Diana): é património UNESCO por ser um dos templos romanos mais bem preservados da Península Ibérica. Fica no Largo Conde de Vila Flor e foi construído no século I. Foi sendo destruído e renovado até ao aspecto que tem hoje. São 14 colunas de estilo coríntio em mármore de Estremoz. Só por curiosidade o Templo nunca foi dedicado a Diana.



Falando em Coríntios podem ser o nosso artigo sobre cidades bíblicas.
Jardim de Diana: no centro um busto de um dos grandes beneméritos de Évora, o Dr. Francisco Barahona, de 1908. Também existe outra escultura enamorada, “La pleine lune s’abime dans la mer agitée”, criada pelo escultor Japonês Syoho Kitagawa durante o Simpósio de 1981. Do jardim há uma vista panorâmica sobre as casas típicas brancas e o aqueduto.

Igreja São Francisco: percebe-se facilmente que o Convento foi divido pelo corredor que daria para o claustro e agora são paredes. Em frente à Capela dos Ossos temos o painel de Siza Vieira. A coleção de presépios é engraçada (colecção particular do Major-General Fernando Canha da Silva e sua esposa D. Fernanda Canha da Silva) ,e o grande presépio de Évora vale a pena. Tentem perceber onde fica cada coisa, porque é uma réplica em miniatura da cidade. O Núcleo Museologico tem como acervo o material do extinto convento e de outros da região. A entrada na igreja é gratuita, mas a capela dos ossos, o museu de arte sacra, a coleção de presépios são pagos. Custa 6€



Capela dos Ossos: no largo 1º de maio e dentro da Igreja de São Francisco fica a, provavelmente, maior atração da cidade. Três frades franciscanos quiseram mostrar o quanto a vida é efémera com esta capela um pouco mórbida e a frase à entrada “Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos”, no século XVII. É fácil reconhecer o crânio e os ossos longos como fémur, tíbias e úmeros nas paredes. De onde vêm estes ossos? Serão provavelmente 5000 crânios retirados de sepulturas.



Praça Giraldo: é uma homenagem ao conquistador da cidade aos mouros, Geraldo Geraldes. Praça é de 1571, a fonte em estilo barroco é de mármore e tem 8 bicas. Segundo os mitos urbanos, Filipe III de Espanha, em 1619, achou que a fonte era digna de ser coroada. A igreja é de Santo Antão.

Ruas de comércio: há várias ruas estreitas com lojas e restaurantes, para nós destaca-se a Rua Romão Ramalho.


Porta do Raimundo: Évora ainda é uma cidade muralhada e uma das portas de entrada é esta.
Largo Luis de Camões: antigo Largo da Porta Nova onde o Aqueduto da Água de Prata levava água até ao fontanário que agora está no Largo de Avis.
Aqueduto da Água de Prata: são 18km de aqueduto mandados construir por D. João III em 1532. Cinco anos mais tarde o rei viria inaugurar a grande obra no que hoje é a Praça do Giraldo, onde construíram uma fonte com leões e um arco do triunfo. Pensa-se que o aqueduto terá sido construído onde já existia um aqueduto romano. O aqueduto abastece na Herdade do Divor. Foi necessário restaura-lo durante as guerras da restauração no século XVII. O Fecho Real do Aqueduto ficava junto à Igreja de São Francisco. Existia também uma caixa de água na Rua Nova de Santiago. É possível percorrer o percurso da Água de Prata.
Excursão a pé: é um tour flexível a partir duma App, sem guia, que passa nos pontos altos, compre pela Get Your Guide.
De Évora partimos para a Adega da Vidigueira e há outro artigo sobre isso a prova na adega.
Onde comer
Do Guia Repsol: Três Marmelos, Sal Grosso, Tua Madre, Zé do Bacalhau, O Fialho, onde Tony Blair ja esteve, e a pastelaria Pão de Rala.
Nós almoçámos no Lombardo. Equipa simpática, mas pequeno, sem muda-fraldas. A comida era muito boa. Comemos o lombo de corvina sobre arroz de camarão e o osso buco com puré de aipo.
Os cafés e sobremesa foram no Café Arcada na Praça Giraldo.
Em 2020 fomos ao Rei dos Frangos e ao Molhóbico.
Onde se alojar
Évora tem várias opções como o Vila Galé Évora, e o Octant Évora. O Convento do Espinheiro também é conhecido.
Em 2020 estivemos a convite no antigo Tivoli Ecoresort hoje The Lince Ecorkhotel Évora. Fica afastado da cidade e por isso permite uma estadia mais sossegada.
Para quem gosta de casas e não adora hotéis temos a Casa dos Aromas.
O Tour
A Excursão a Évora Histórica com Prova de Vinhos para nós é uma escolha acertada, mas não em agosto. O dia estava muito quente, mas deu para usufruir na mesma, domingos também podem não ser o dia ideal porque há muitos restaurantes interessantes fechados. A cidade merece mais tempo, claro, para entrar na catedral.
A prova de vinhos na Adega Vidigueira foi muito boa, simpática e agradável.
365 dias no mundo estiveram em Évora a 3 de agosto de 2025 a convite da Living Tours



