Miyajima: o torii flutuante do mar de Seto (Japão)

A pequena ilha de Miyajima fica a menos de 1 hora de viagem de Hiroshima e é um dos pontos indispensáveis combinado com a visita à cidade. O mundo das viagens mudou e vive muito através das redes socais. Imagens bonitas tornam-se a fotografia que toda a gente quer ter e começa assim a fama dum destino. Miyajima é um desses locais, a foto perfeita dum torii que flutua nas águas do mar de Seto tornou-se a fotografia que muita gente queria tirar, o local que muitos queriam ver de perto.
Sabiam que o nome oficial não é Miyajima? É Itsukushima, mas como a ilha ficou conhecida pelo seu Torii que parece nascer nas águas e pertence ao santuário Itsukushima passou a ser chamada da ilha do santuário, Miyajima. Mas a ilha tem mais que ver, como um monte alto, que tal como o Fuji é considerado divino, o Misen. A extensão da zona comercial desenvolveu a abertura da ilha e levou à perda de parte da sua aura de espaço sagrado. Durante o dia há turistas por todo o lado, mas se quiserem uma verdadeira experiência relaxante podem ponderar ficar alojados na ilha.
Miyajima pode ser uma alternativa para quem pensa ir a Nara só pelos cervos. Tal como em Nara há cervos, mas aqui eles não são alimentados. Não se metem com os turistas, apesar de serem incomodados.

A ilha fica no mar de Seto, que já referimos quando falámos da Fundação Benesse Art e das Ilhas Naoshima e Teshima. São milhares de ilhas, umas muito grandes e outras mais pequenas. Miyajima tem a vantagem de ficar bastante próximo de Hiroshima.

É imperdível numa vinda a Hiroshima, e não precisam de pensar em ficar lá muito tempo. Hiroshima é muito duro se entrarem no espírito da cidade pós-bombardeamento e forem ver o museu. Aliás para nós o encanto de Hiroshima é mesmo esse, conseguir visualizar o que aconteceu naquele dia de 6 de agosto de 1945 e que se repetiria três dias depois em Nagasaki, para não esquecer o que o Homem é capaz de fazer em nome da guerra. E depois vivenciar como a cidade renasceu, uma espécie de Fenix, e se tornou um encanto.
A visita à ilha de Miyajima traz leveza à estadia na região, após a dureza de Hiroshima e ambas apelam a calma e slow travel. Pelo menos para nós a viagem acalmou um pouco aqui.

Passeámos pela ilha calmamente à tarde, tendo só explorado a linha da praia e saímos antes do por-do-sol e foi o ideal para nós.

O que visitar

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Santuário Itsukushima: foi mandado construir por Taira no Kiyomori em 1168, como o santuário da sua família. Apesar disso tem história anterior, dizem que é de 593. Ardeu duas vezes, tendo sido a ultima em 1223. O santuário tem um salão de oração, um salão principal e um palco de teatro, unidos por corredores elevados na agua por estacas. Tal como o torii também parece flutuar no mar na maré cheia.
O santuário e o torii são iluminados do por-do-sol até às 23:00, apesar de já estarem fechados para visitas. Esta pode ser uma boa razão para se alojarem na ilha.
Custa 300 JPY, ou 500 se quiserem ver também a sala do tesouro. Abre das 6:30 até às 17, 17:30 ou 18h dependendo da época do ano.

Fonte: Pixels

Pagode do Santuário: na nossa visita estava todo coberto por telas e andaimes. O Gojûnotô tem cinco andares e vista para o santuári, foi construído em 1407..

Fonte: Pexels

Torii do santuário: a verdadeira razão que atrai turistas é o torii flutuante do Santuário de Itsukushima. Se querem a imagem de postal da direita convém saber quando é que o nível das águas sobe e conjugarem a viagem com esse período. A maré baixa permite chegar até ao torii e visualizar a estrutura de perto. Sabiam que não é o único tori flutuante? No lago Biwa o Torii do Santuário Shirahige também está na água. E há o torii de Sakurai Futamigaura em Fukuoka, este em branco.

Aquário de Miyajima: Fica na ilha e são dois pisos dum espaço com criaturas de água doce e salgada. Tem leões marinhos e baleias de Setouchi, ao todo 380 espécies. Não fomos, mas parece grande. Abre das 9 às 17h, entrada até as 16h. Custa 1420 JPY.

Observatório Monte: é uma construção com vista panorâmica de 360º. Fica a caminho do topo do Monte Misen.

Observatório Shishiiwa: no topo do Monte Misen. Tem vista para o mar de Seto e ilhas vizinhas. Chegada após o teleférico e uma caminhada.

Pavilhão Reikado: tem uma chama que arde há mais de 1200 e que foi a usada para acender a chama do memorial da paz em Hiroshima, a Chama da Paz. Dizem que a água fervida com essa chama era a cura para todas as doenças. É o Santuário dos Amantes.

Pavilhão Sankido: é dedicado a um demónio, e as pessoas vão em busca de prosperidade.

Pavilhão Misen Hondo: o monge budista Kukai construiu este pavilhão durante um retiro de 100 dias. É dedicado a Kokuzo-Bosatsu.

O que fazer

Subir o Monte Misen: está 500 metros acima do nível do mar. Há três percursos para subir o monte todos de cerca 90 minutos. A trilha de Daishoin é mais tranquila e oferece paisagens espetaculares, e a trilha de Momijidani é adequada para iniciantes. O sopé da montanha fica a 20 minutos do porto.

Andar no teleférico: é um sistema único no país. Tem dois percursos, Momijidani – Kayatani e Kayatani – Shishiiwa. A viagem de ida e volta custa 2000, 1100 só um percurso. Podem pagar com SUICA e PASMO, os cartões de transporte.

Vaguear: passeiem calmamente pela ilha

Onde se alojar

Nós optámos por ficar em Hiroshima, no Hotel Vista, como já dissemos no artigo sobre Hiroshima, mas há alojamentos em Miyajima.

Encontrámos o Miyajima Seaside Hotel, um hotel de estilo japonês com banhos típicos separados por género, o Sakuraya, mais simples, mas também de estilo japonês e sem refeições. Depois o mais luxuoso é o Iwaso, o estilo também é japonês, tem banhos interiores e exteriores e inclui meia pensão.

Como chegar

Comboio + ferry

Na estação de Hiroshima apanham um comboio para Miyajimaguchi (San-yō Line Loca). São comboios da JR, e há a cada 30 minutos. Depois é só apanhar o ferry. É uma viagem de dez minutos e custa cerca de 1€.

Ferry

Em Motoyasu Pier Hiroshima apanham o ferry por 12€, pertence a empresa Aqua Net Hiroshima.

Elétrico + ferry

O elétrico vai de Tokaichimachi até Hiroden-Miyajima-Guchi, linha nº2. O ferry é o mesmo da versão com comboio.

Este artigo faz parte de uma publicação coletiva sobre Lugares Interessantes e podem ler os textos de outros blogs.

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365 dias no mundo estiveram no Japão de 18 de agosto a 5 de setembro de 2025

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