TRILHO DA BARCA D’AMIEIRA: PR11-NIS (PORTUGAL)

Nisa rendeu-se aos passadiços, e acrescentou uma ponte suspensa, um miradouro transparente, um baloiço lilás, imitou um carril e reinventou o Trilho da Barca d'Amieira.

Ainda a Maria era bebé e fomos em busca da novidade no mundo dos passadiços e trilhos: o trilho da barca d’amieira. Vamos falar sobre passadiços e baloiços? Aliás, vamos refletir sobre o assunto? Se nos seguem com regularidade sabem que não andamos a percorrer todos os baloiços e passadiços do país. A razão é simples, a existência de alguns é contestável, ou então o passadiço em si não nos atrai ao local.

Fomos passar um fim de semana a Castelo de Vide, e como já tínhamos visitado esta zona decidimos ir até Nisa, aos recentes passadiços da Barca d’Amieira. Nisa é uma vila pequena com um castelo, tem linha de comboio (Castelo Branco), uma barragem, o rio perto, com uma zona de merendas e a barca da amieira. A barca vem dos tempos em que se unia o apeadeiro ferroviário da Barca d’Amieira-Envendos, na margem norte à estrada que leva até à Amieira do Tejo. Ainda hoje funciona através duma plataforma flutuante, e permite que carros passem até a estação. O passadiço é recente (2021) e foi feito para atrair visitantes. Qual é então o problema? O trilho PR11 tem uma ótima localização, é linear, de 3,6 km e o grau de dificuldade é reduzido.

Barca d'amieira

A nosso ver o problema está nos elementos pictóricos (javalis, sol, jardim do Éden, joaninha, borboleta, raposa, formiga, garça real, alpinista, covil do ginete, cascata cromática, índio) e o baloiço instagramável. Se precisamos de tudo isto para atrair visitantes então se calhar não estamos a atrair o público certo. Os trilhos do nosso país não deviam ser um sítio para parar de 3 em 3 passos para mais umas fotos de instagram.

O percurso pode iniciar de qualquer um dos lados, mas a Câmara de Nisa sugere que se comece do lado do SkyWalk, o miradouro transparente sobre o Tejo, a plataforma de vidro virada para a Barragem do Fratel. Depois podem começar a percorrer os passadiços, sempre ao lado da ribeira de Figueiró, até à foz no Tejo. Este trilho tem a vantagem de seguir a margem do Tejo, e nem sempre em passadiços. Encontram o baloiço lilás e depois podem atravessar a ribeira de Figueiró ao passar a ponte pedonal suspensa. Logo a seguir à ponte encontram um local para observar as aves (Birdwatching). Também podem observar o rio Ocreza a partir da Casa da Árvore. Termina na Barca d’Amieira, onde está a plataforma flutuante e uma zona de merendas, onde aproveitámos para almoçar.

Se for do vosso interesse fazer um percurso circular o PR1-NIS (Trilho das Jans) abrange o PR11 e tem 11km. Este trilho inicia na Amieira do Tejo e passa pelo castelo.

Novidades

Depois de todos os elementos que já referimos acima o PR11 passou a ter mais uma atração em 2024: o carril. É gratuito, imita as linhas férreas, tem duas carruagens com assentos e uma cobertura lilás. São apenas 100 metros de percurso para serem percorridas em cinco minutos, ou mais, porque depende da capacidade física dos dois ocupantes do veículo, que terão de pedalar. Parece-nos uma imitação do Rail Bike Marvão, este conceito numa linha férrea desativada. O Rail Bike tem dois percursos (15km- 20€ ou 32km- 45€).

Quando ir

Todo o ano, mas considerando o conforto diríamos para evitar as épocas de calor extremo, porque apesar de ter pontos de paragem com bancos, não tem muita sombra e o inverno, pois o piso pode ser escorregadio.

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12 respostas

  1. O trilho da barca d’amieira já seria um lugar bonito, realmente não sei se seria necessário tantos “adereços instagramáveis”. Ainda assim achei charmosos o balanço e os detalhes em lilás. Só não sei se valem os 11 km haha

  2. Achei belíssimo o percurso pelo Trilho da Barca d’Amieira. Concordo que não seria necessário todo este apelo para um público que procura o instagramável… O lugar é belíssimo! Também adoraria parar para uma refeição com uma vista tão bela!

  3. Que ótima essa dica, ainda não tinha ouvido falar sobre essa trilha, mas agora já quero viver essa experiência. Obrigada por compartilhar

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