O GOLDEN CIRCLE NUM DIA… OU DOIS (ISLÂNDIA)

A grande atração da Islândia é o circulo dourado. Aqui encontramos o parque nacional Thingvellir, Gullfoss e a área geotermal Haukadalur. Fica perto da capital. É a atração ideal a visitar em estadias curtas.

Não há formas erradas de visitar a Islândia. Qualquer época é boa, qualquer duração de viagem permite conhecer algo relevante e entre ir só três dias ou não ir, vale sempre a pena ir. Há sempre forma de aproveitar a visita nem que seja conhecer o Golden Circle num 1 dia, a partir da capital.

Um dos circuitos mais conhecidos, principalmente em estadias curtas, é o Circulo Dourado, ou Golden Circle. Leva seis a oito horas a percorrer e engloba o Þingvellir National Park, a cascata Gullfoss e a área geotermal de Haukadalur, que engloba os geysers Geysir e Strokkur.

Teoricamente, são precisas três horas para percorrer os 230km de rota do Golden Circle, mas, com as paragens, é necessário bastante mais tempo. É um percurso fácil de seguir e perfeito para fazer a partir de Reykjavik, o chamado bate e volta, como se diz no Brasil.

Nós acrescentámos alguns locais menos populares e aumentámos a rota para dois dias, com dormida em Skálhot.

O que ver

Parque Nacional Þingvellir

A história do país passa por este parque. O primeiro parlamento reunia-se aqui (a partir do ano 930), onde todos conseguiam ouvir o que era dito e era acessível de qualquer parte.

É também onde as placas tectónicas da América do Norte e da Eurásia se unem. É possível caminhar na placa norte americana e nadar na junção das duas placas, em Silfra.

Tem a distinção de parque nacional desde 1930. Com o aumento do turismo, percebeu-se que era preciso seguir o modelo norte-americano, tornando assim o espaço um parque nacional, protegendo-o.

Serviços:

O parque de estacionamento é pago. Mas nem todos os parques, pelo menos em Novembro o P3 era grátis (fica a dica). Tem uma estrutura organizada, com parques de estacionamento, cafetaria, centro de visitantes, casas de banho e lojas. É possível acampar no parque, em zonas específicas. O parque de estacionamento custa 750ISK e pode ser pago online antecipadamente – site parka. Este site permite pagar mais parques de estacionamento.

  • Centro de Visitantes: fica em Hakid e tem uma exposição premiada chamada “Heart of Iceland” (Coração da Islândia). Abre das 9h às 18h e custa 1000ISK;
  • Desfiladeiro Almannagjá: marca o fim da placa norte-americana e proporciona uma agradável caminhada. Aqui encontram Öxarárfoss, uma cascata;
  • Igreja: aberta de maio a setembro;
  • Lögberg: a pedra da lei, de onde se recitavam as leis do tribunal – Lögrétta – a partir do ano 930 até 1262. Não se sabe bem o local onde seria, mas sabe-se que era um espaço onde todos podiam falar;
  • Terraço Lögberg: presumivelmente onde se reunia o parlamento – Alþing. Todos podiam pedir a palavra. O lugar foi escolhido para que as vozes ecoassem e assim todos conseguissem ouvir.
Vista de Hakid
Almannagjá
Öxarárfoss
Þingvallakirkja

Silfra: a Raquel reservou antecipadamente todos os tours que nos interessavam. Um deles foi o snorkleling entre as duas placas tectónicas, nas águas geladas. O tour dura entre 3h a 5h e custa entre 90 e 100€.

Foto da base de dados da @Artic Adventures

Cascata Gullfoss

É das cascatas mais famosas do país, com 32 metros de altura. No verão, quando não há gelo, é possível ficar mais perto da água, com vários passadiços para percorrer. Com crampons tinha sido mais fácil percorrer todos os passadiços.

Gostamos de bom café, mas também de disfarçar mau café em cappuccinos. Na Islândia criámos o ritual de parar num supermercado ou num café para ir buscar um cappuccino para partilhar. Nesta cascata gigante o aparato turístico é grande. Existe um bar/restaurante, tipo estação de serviço, e uma loja de roupa, acessórios e souvenirs gigante. Parámos para o nosso café enquanto observávamos o preço absurdo de porta chaves, peluches e postais. As casas de banho no interior do restaurante são grátis.

Área Geotermal de Haukadalur

No vale encontram-se Geysir e Strokkur. O Geysir dá nome às chaminés que expelem água quente, a que nós hoje chamamos de geysers, e está inativo. Strokkur está ativo e expele água a cada 6-10 minutos. Às vezes o intervalo é menor, mas também é uma expulsão menor. É preciso ter paciência porque nem sempre será um fenómeno grande.

Atrações próximas

Kerið

Cratera com um lago no fundo. As diferentes cores das rochas criam um contraste com o azul das águas. No nosso dia tinha nevado e só vimos neve. Sabemos que na véspera se via o lago azul, apesar de gelado, e as cores nas paredes da cratera. É possível descer. Paga-se 400ISK para entrar.

Sólheimar

Ecovila fundada em 1930. Vivem em comunidade, partilhando entre os 100 moradores o que têm. Preservam a natureza, praticam agricultura orgânica e promovem uma educação com base na sustentabilidade. São acolhedores e gostam de receber visitantes. Podem ler sobre esta comunidade na página Solheimar.

Skálholt

A primeira vila do país. Enquanto o país foi católico, foi um importante centro religioso. Só havia outro local com esta importância no norte (Hólar). Passou pela reforma e, de 1550 a 1797, foi um centro luterano. Deve-se visitar a igreja. No verão recebe turistas para os seus concertos e fica próxima da Lagoa Secreta.

Cascata Bruarfoss

O percurso é grande (4km), mas quase sempre a direito (o acesso mais curto foi fechado). É uma cascata bastante impressionante e talvez das mais bonitas que vimos.

Cavalos Islandeses

Os cavalos estão por todo o país, podem sempre parar e ir vê-los. Em algumas quintas é também possível alimentar os cavalos (pagando).

Lagoa secreta

uma boa alternativa à Lagoa Azul. É a piscina mais antiga do país, criada em 1891. Fica em Hverahólmi, perto de Flúðir. Foi piscina municipal e durante décadas muitos islandeses da região aprenderam aqui a nadar. Custa 3000ISK para adulto, os bilhetes podem ser comprados online, na página da Secret Lagoon.

Nós fizemos este roteiro em dois dias, principalmente por causa da manhã ocupada com o snorkeling em Silfra.

Onde dormir

Dormimos num espaço peculiar em Skálholt. Chegámos de noite e, à primeira vista, ninguém tinha lá passado antes de nós. Confirmou-se, tínhamos uma espécie de centro missionário completamente por nossa conta. Por um lado, era meio assustador, por outro, foi engraçado ter corredores e sala de jantar acessíveis, sem ninguém a cruzar-se connosco. O pequeno-almoço era variado e saboroso (já com companhia). A vista para a igreja é engraçada.

A proximidade do Golden Circle a Reykjavik faz com que se possa dormir na capital.

Textos relacionados

O sul da Islândia;

O este da Islândia;

O norte da Islândia;

Os westfjordes;

O oeste da Islândia;

365 dias no mundo estiveram na Islândia de 23 de outubro a 7 de novembro de 2019

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