SEGURO DE VIAGEM: PRÓS E CONTRAS

carimbos no passaporte

Se há coisa que achámos que tínhamos todos aprendido com o COVID foi a importância do seguro de viagem, mas pelos vistos ainda há duvidas, e continua a haver imensos viajantes apanhados desprevenidos e sem seguro.

O seguro é uma forma de nos manter protegidos/defendidos em caso de alguns azares. Felizmente nem todos os percalços que podem acontecer são do foro da saúde, alguns são apenas contratempos da própria viagem como perda de bagagem, atraso dos voos, etc.
A legislação europeia protege-nos contra muitas destas situações sem que seja preciso um seguro de viagem, mas a verdade é que o seguro ajuda, e muito.

Também recomendamos que instalem a aplicação Registo Viajante e que se registem sempre que viajam. Falámos do Registo Viajante num artigo há algum tempo.

Situações em que a legislação nos protege

Transportes

Avião

aeroporto

A legislação enquadra-se na UE por isso precisam de ser voos com partida e/ou chegada nos Estados-Membros.

Atrasos de voos:

Cancelamento de voos:

Bagagem:

Comboio

comboio

Basta atravessarem uma fronteira dum país membro da UE.

Nota: ainda não funciona em Portugal, em viagens internas, o que é uma pena visto que a CP tem atrasado imenso.

Atrasos, cancelamentos e problemas com a bagagem:

Barco

A legislação aplica-se por mar ou águas interiores dos países da UE.

Cancelamento ou atraso:

Autocarro

A legislação aplica-se nos Estados-Membros (embarque ou desembarque) em viagens de percurso igual ou superior a 250km.

Atraso ou cancelamento:

Carro alugado

carro alugado na Madeira

Se forem como nós alugam carro várias vezes. O Tiago tinha o hábito de alugar sem seguro, isto quando começámos a viajar juntos, há dez anos. A Raquel já precisa da segurança do seguro, hábitos incutidos em casa. Acabámos por perceber que o método da Raquel era mais eficaz. Não costumamos recorrer a seguros caros para retirar a franquia. Optamos por alugar na internet em agregadores de aluguer e por fazer o seguro da plataforma. Somos obrigados a pagar a franquia, mas depois resolve-se com a seguradora. Não evita que em algumas empresas haja alguma má intenção e já tenhamos sido mal cobrados, mas a experiência tem vindo a ajudar a cair em menos golpes.

É preciso ter cuidado com as regras locais, como limites de velocidades, estacionamento dentro das cidades, etc. Se apanharem alguma multa que só é detectada mais tarde as companhias de aluguer costumam cobrar taxas extra, tentem sempre pagar no imediato.

Quanto à Licença Internacional de Condução, fizemos para viajar para Luanda e para a viagem de mochila às costas. Hoje em dia não costumamos fazer, mas recomendamos que procurem o país de destino na lista de países com acordo.

É válida durante um ano e custa 30€. Pede-se no IMT e permite conduzir fora da UE em países que façam parte das Convenções Internacionais do Transito Rodoviário. Há uma coisa importante que muita gente esquece, a carta original do país tem de acompanhar o caderninho que compõe a LIC.

Também já falámos sobre viajar de carro alugado num artigo antigo.

Emergências

O número 112 funciona na UE.

Se a situação de emergência ocorrer enquanto estão no local o organizador da viagem tem algumas obrigações para com o cliente. Esta é uma das razões para bastantes viajantes escolherem só viajar através de Agências de Viagem.

Saúde

A União Europeia tem um sistema para salvaguardar os cidadãos em caso de doença: o cartão europeu de seguro de doença (CESD). Funciona nos 27 países, Islândia, Liechtenstein, Noruega, Suíça e Reino Unido. Não implica cuidados de saúde gratuitos, aplicam-se as mesmas condições do país prestadas aos residentes. Não é uma alternativa a um seguro de viagem ou de saúde que inclua serviço internacional e pode não cobrir a rede privada. O CESD também não paga indemnizações nem trata de repatriamentos por questões de saúde.

Já tenho seguros

Olhando de repente parece que não é preciso seguro para nada, a legislação já é bastante abrangente. Mas será que é assim?  Segundo a DECO “o seguro de viagem paga indemnizações por morte ou invalidez e garante assistência médica e responsabilidade por danos a terceiros. Mas pode ser desnecessário se viajar só pela Europa ou contratar um pacote turístico numa agência de viagens. Neste último caso, o seguro já deve estar incluído. Confirme se as coberturas e respetivos capitais são suficientes.”

Primeiro, precisam de saber que seguros têm e o que cobrem. O seguro de saúde pode ter cobertura internacional, o seguro auto pode ter assistência em viagem e o cartão de crédito pode ter um seguro associado. Muitos de nós já temos seguros de vida (exigido pelo crédito habitação) que inclui indemnização por morte ou invalidez, mas que apenas pagam o crédito. O seguro de saúde tem uma abrangência de curta duração no estrangeiro, e podem ter que avisar com antecedência que vão viajar. Os seguros de cartão de crédito podem exigir o pagamento da viagem com o cartão para ativar o seguro. A assistência em viagem cobre bastantes situações e nem precisam de viajar com o veículo segurado.

Então porque devo contratar um seguro de viagem?

Nem todos temos carro, crédito de habitação ou até cartões de crédito, por isso muitos de nós não têm outros seguros que possam ser aplicados em viagem. O seguro de saúde também pode ser um luxo em Portugal, visto que o nosso SNS ainda funciona, com problemas, mas funciona.

O atendimento funciona muitas vezes 24h/dia por telefone, email ou formulários online. Permitem algum conforto sabendo que haverá sempre alguém disposto a ajudar a solucionar o problema falando a vossa língua.

Os seguros de viagem podem ser utilizados em caso de:

  • Acidente no estrangeiro
  • Cancelamento por doença repentina
  • Doença no estrangeiro
  • Perda de bagagem
  • Estragos a terceiros
  • Cancelamento por falecimento de familiar
  • Morte durante as férias
  • Roubo

Podem não cobrir:

  • Acidentes resultantes de profissões de alto risco;
  • Efeitos colaterais derivados de fenómenos naturais (como tremores de terra ou erupções vulcânicas);
  • Uso ou posse de armas de fogo;
  • Danos causados por veículos que devam ter seguros, ou por embarcações e aeronaves;
  • Tumultos sociais, guerras, rebeliões, greves;
  • Danos em telemóveis, computadores ou outros aparelhos eletrónicos;
  • Acidentes ocorridos em países para os quais sejam formalmente desaconselhadas deslocações pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (pode consultar no Portal das Comunidades);
  • Doença anterior
  • Desportos radicais

Há países que exigem ao viajante um seguro de viagem no momento de embarque ou pedido de visto.

Que seguro escolher?

Há vários (Intermundial, Revolut, Tranquilidade, Fidelidade, etc). Nós trabalhamos com duas seguradoras, a IATI e a Heymondo. Felizmente nunca tivemos que acionar nenhuma apólice por isso não vos podemos dar uma experiência pessoal. Teríamos direito a consulta do viajante antes da viagem, mas fizemos pelo SNS. A IATI e a Heymondo têm coberturas muito abrangentes e preços muito atrativos. Como somos parceiros temos descontos para vocês desde que sigam os nossos links.

Os nossos percalços que quase nos fizeram acionar a apólice

No Brasil o nosso cartão de crédito foi clonado, mas resolvemos tudo com o banco em Portugal que nos devolveu o dinheiro.

Em Nova Iorque a KLM não tinha embarcado com as nossas malas e demorou alguns meses, mas reembolsaram todos os gastos que tivemos. Com seguro teria sido mais rápido.

Na Dinamarca o carrinho da Maria não chegou e ainda pusemos a hipótese de comprar outro, o seguro garantia o reembolso da compra, mas depois percebemos que na manhã seguinte já teríamos o carrinho que era o dia em que precisávamos dele.

Em Zanzibar a nossa cunhada ainda perguntou como marcava uma consulta porque tinha um corpo estranho no pé, mas depois conseguimos resolver sem consulta. Teria que pagar a consulta primeiro e depois pedir o reembolso.

Temos uma amiga que por razões de trabalho teve que cancelar a viagem e poucas horas após entregar todos os documentos necessários tinha a viagem cancelada e o reembolso das despesas do lado dela.

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