O arquipélago de Zanzibar é constituído por várias ilhas, sendo a principal Unguja. A capital é a cidade de Zanzibar e nela encontra-se a zona antiga que é património UNESCO, Stone Town, a cidade de pedra.
Quando decidimos visitar Zanzibar estávamos em 2023, primeiro semestre, longe de imaginar que os planos mudariam a pouco menos de um mês da viagem. Apesar de passarmos a ter bastantes restrições na viagem decidimos, com apoio do nosso médico e da consulta do viajante, manter a viagem, mas faze-la de forma controlada. É por isso que não encontram na nossa viagem tours, decidimos não arriscar sair do hotel.
Stone Town é uma cidade muito rica cultural e historicamente. É possível encontrar vestígios da ocupação portuguesa, influência árabe e britânica. Podíamos não fazer mais nada nestas férias, mas a capital iríamos conhecer.
Como já dissemos no nosso artigo sobre Zanzibar, ficámos no Riu Jambo, que por ser muito a norte ficava a mais de uma hora da capital. Decidir visitar algo fora do hotel sem perder um dia completo tinha que ser feito de forma pensada.
O que visitar
Escolher vaguear pelas ruas para nós já é uma opção muito válida. Passar em frente às lojas, ver os cafés, as crianças a caminho da escola, ou ouvi-las na sala de aula pelas janelas já ajuda a perceber a cidade. Mas a cidade, que é património UNESCO, tem cultura a oferecer.
Forte antigo: é por aqui que começamos, assim que saímos do nosso taxi somos abordados com ofertas de guias, que recusamos. Temos google maps, perdidos não ficamos. O antigo forte já não tem a glória de outrora. Restam as muralhas e lojas que formam um pequeno e rudimentar mercado de artesanato com um café/restaurante. Após a expulsão dos portugueses pelos árabes de Omã em 1699, estes constroem o forte, mantendo-se vestígios duma capela portuguesa. Foi uma prisão, um quartel, o terminal ferroviário, e agora alberga alguns eventos. Comprámos aqui os nossos souvenirs. Devem passar por aqui, mas não é uma atração imperdível.
Palácio do Sultão: próximo do antigo dispensário fica este palácio de três pisos e cor branca. O antigo palácio no local foi destruído durante a guerra com os ingleses em 1896. Em 1964 tornou-se o Palácio do Povo e em 1994 um museu. Esta dividido em dois museus (Museu do Palácio e Museu da Princesa Salme) e no exterior estão sepultados vários sultões. Sobre a Princesa Salme, a sua peculiar história de vida (engravidou dum alemão) deu origem a um livro autobiográfico. Não conseguimos descobrir preços e horários.
Museu da escravatura: a igreja anglicana foi construída sobre o antigo mercado de escravos. O comércio dos escravos foi das coisas mais lucrativas da ilha, a par das especiarias e do marfim. O museu é visitável. Nós não o fizemos, mas é importante para quem quer aprender mais sobre a época em que as pessoas eram leiloadas num mercado e fechadas acorrentadas em espaços pequenos e claustrofóbicos. 50.000 escravos foram trazidos durante dois séculos para as plantações de coco e cravo, a escravatura acabou por ser abolida em 1873. Há no exterior um monumento, que demonstra como o Homem consegue olhar para um igual e vê-lo como diferente e inferior, apenas pela diferença de raça ou cor. São quatro escravos acorrentados pelo pescoço, tal como eram apresentados no mercado. Uma visita guiada demora cerca de 4 horas e custa à volta de 5$.
Mercado: a Raquel trabalha em hospital e já o fazia em Angola. Há poucas coisas que a deixem enojada, e o mercado de peixe foi uma delas. Estavam a descarregar os peixes quando chegámos. O sangue escorria pela carrinha até à rua formando poças, as moscas aglomeravam-se e havia um forte odor. Só o Tiago entrou, nós seguimos direto para o mercado de especiarias a conselho dum morador que nos disse que cheirava melhor. Se quiserem comprar especiarias é aqui que o devem fazer. Também vendem frutas e legumes.
Jardins Forodhani: foram reabilitados em 2009 pela Fundação Aga Khan. Ficam em frente ao Antigo Forte e casa das Maravilhas. Tem sempre pessoas por lá, mas é ao final do dia que é mais concorrido. Há um pequeno mercado de comida local na praça principal.
Antigo Despensário (Clinica Aga Khan): aberta em 1880 pelo ismailita Sir Tharia Topan com intuito de prestar cuidados de saúde, funcionou até à revolução. Em 1990 a Fundação Aga Khan renovou o edifício segundo o original e abriu uma policlínica. Fica à beira-mar.
Casa Freddie Mercury: foi inaugurado em 2019, em Shangani, no coração de Stone Town. O museu fica na casa onde Freddie e a família viveram até 1963, ano em que se mudaram para Inglaterra. Podem aprender a historia da família e do pequeno Farrokh Bulsara (nome original). Custa 10$ e abre todos os dias das 10 às 18h. Não visitámos propositadamente.
Templos religiosos: é um país muçulmano, mas não deixa de ter templos de outras religiões. Achámos estranho ver meninas muito jovens com lenços na cabeça, porque estamos habituados a só os colocarem após a primeira menstruação. Em Zanzibar todos os elementos do género feminino usam lenço, mesmo que sejam meninas de colo.
Como visitar Stone Town
O Tiago escolheu pela internet um serviço de taxi, com AC, Wi-fi e recente, para que viajássemos de forma confortável. Não iríamos repetir o erro que cometemos em Havana. O taxi que reservámos para Viñales não era confortável (sem AC e sem cintos) e custou o mesmo que um serviço privado reservado pela Civitatis (transfer em Zanzibar) num carro recente. O motorista foi-nos deixando onde pedimos e vinha-nos buscar algum tempo depois.
Onde comer
Os caros:
- Breadfruit Restaurant & Cafe: dentro do The Neela Boutique Hotel. Fica no rooftop do hotel e serve comida contemporânea.
- Taarab Restaurant
- The Beach House Restaurant
- Tea House Restaurant
Os típicos e baratos:
- Lukmaan Restaurant
- Krishna Food House
Onde ficar
Stone Town pode ser um bom local para dormir uma a duas noites. As capitais mostram-nos sempre como se vive no país, onde se fazem as compras, onde estudam as crianças, como funcionam os transportes e geralmente tem a maioria das atrações culturais.
Visto
É preciso visto para visitar Zanzibar, podem ver no nosso artigo de como tratar do visto para a Tanzânia. Pode ser feito antecipadamente ou à chegada, recomendamos tratar dele antes.
Seguro
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Desde 1 de outubro de 2024 é obrigatório fazer um seguro com a ZIC (Zanzibar Insurance Corporation), custa 50$.
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