O Reino Unido introduziu o ETA, a autorização electrónica de viagem. O RU chegou a ser uma possibilidade de trabalho para os dois. Temos amigos, é um dos destinos fortes de emigração na área da saúde, a Raquel já tem o curso reconhecido, ganha-se mais e há carreiras. Estes dois últimos pontos são bastante diferenciadores da realidade portuguesa. Havia outra vantagem antes do Brexit: as livres fronteiras dentro do espaço europeu. Sem necessidade de visto, passaporte e autorizações especiais e a pouco mais de duas horas de viagem, porque não? O Reino Unido encontra-se bastante próximo de Portugal, há voos TAP, British e low cost para várias cidades e de quase todos os aeroportos portugueses. Os voos são regulares, existindo vários diários.
Mas… a saída do Reino Unido da União Europeia mudou tudo. O Reino Unido sempre exigiu o controlo de fronteiras, e sempre foi necessário passar na migração. Durante algum tempo foi possível continuar a viajar só com o Cartão de Cidadão, mas depressa mudou e o passaporte passou a ser obrigatório. Agora em 2023 já viajámos os 3 só com passaporte, sem nenhuma autorização prévia ou formulários tratados, mas voltou a mudar. Desta vez notámos bastantes mais perguntas por viajarmos em família, o que vínhamos fazer, quanto tempo queríamos ficar e o dia da partida.

O ETA (electronic travel authorization) funciona de forma semelhante ao ESTA dos Estados Unidos ou ao ETA australiano. O ETIAS da UE será semelhante.

Não afectou só o Médio Oriente (o Qatar começou a ser o primeiro país a utilizar, depois Jordânia, Kuwait, Oman, a Arábia Saudita e os EAU), mais tarde o Norte da América e Europa. O Médio Oriente pedia até aqui o electronic visa waiver (EVW) que era mais caro (custava três vezes mais).

Como funciona?

É necessário pedir no gov.uk antes de comprar a viagem (por qualquer via) e inserir os dados do passaporte e viagem. Como o ETA fica associado ao passaporte só será válido para esse mesmo documento. Trocando de passaporte, perde a validade. A página vai insistir muito que é melhor instalarem a APP, mas podem pedir online sem instalar nada.
Apesar de outras pessoas poderem pedir o nosso ETA (por exemplo em viagens de trabalho ou pais em nome dos filhos), cada pessoa terá que ter a sua autorização de viagem.
É necessário ter o passaporte no momento de pedir o ETA, uma foto do passaporte, uma foto da pessoa, responder a algumas perguntas e pagar o processo.

Quanto custa? 

£16, fizemos agora para a Raquel e Francisca e custou mais de 19€ cada um.

Será válido durante quanto tempo? 

O processo de autorização deverá levar 3 dias, e chegará por e-mail. Será válido por dois anos, ou até à data de validade do passaporte. Permitirá múltiplas entradas.
No nosso caso chegou no mesmo dia a decisão positiva com data de validade.

E se for recusado? 

Terão que pedir um visto tradicional.
Apesar de se pensar que serve para evitar a imigração massiva, o governo alega que agilizará a fronteira, tornando-a mais forte, apesar de não retirar o controlo de passaportes à chegada.
Claro que também trará uma forte entrada de ££, já que se estimam 30 milhões de candidaturas anuais. 

O processo

O governo prefere que instalem uma APP, nós fizemos online no PC. Tivemos vários passos desde a página inicial, porque insistia na instalação da APP, acabámos por chegar à página APPLY FOR AN ETA ONLINE e lá fomos nós.

Precisam:

• de uma fotografia do passaporte
• deixar fazer scan ao rosto (opcional)
• uma fotografia (tipo passe, mas digital)
• cartão crédito para pagar

A Raquel tirou a foto aos passaportes, mas começou por inserir um email. Chega um código por email e só avançam após esse passo. Deixou “ler” a cara dela e inseriu a fotografia. Teve que inserir dados como morada, telefone, email, situação laboral e outras nacionalidades. Ao pagar, da primeira vez deu erro, foi submetido à segunda tentativa. Fez mais dois e nesses não fez scan à cara.

Para a viagem

É necessário que percebam que um ETA não é uma garantia de entrada, continua a haver controlo migratório, continua a existir um funcionário que pega no vosso passaporte, olha para vocês, vos faz algumas perguntas e decide se vocês entram ou não no país dele.

Não se esqueçam do passaporte, de confirmar que o ETA foi aprovado, na teoria não é preciso imprimir, mas é necessário o acesso ao e-mail no momento de passar o controlo migratório, e boa viagem.

Nós não tivemos que fazer nada. A autorização aprovada fica no sistema.

Nota

O cartão europeu de doença funciona no Reino Unido, mas recomendamos na mesma um seguro. (leiam o nosso artigo sobre seguros de viagem).

Não precisam de um eSIM, porque existe um acordo e o vosso plano funciona no Espaço Económico Europeu e Reino Unido.

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